Porto Alegre – Confeitaria Rocco


A Confeitaria Rocco foi tombada pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre-RS por sua importância cultural para a cidade.
COMPAHC – Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural
Nome Atribuído: Confeitaria Rocco
Localização: R. Dr. Flores, n° 465 esquina com R. Riachuelo, n° 1626 e 1638 – Porto Alegre-RS
Resolução de Tombamento: Lei n° 1.031342.96.5
Descrição: O prédio, situado no centro histórico de Porto Alegre é um exemplar representativo da arquitetura colonial com fachada eclética, sendo um dos raros remanescentes da arquitetura residencial das últimas décadas do século XIX que conserva sua integridade e apresenta condições de reciclagem de uso.
A destinação residencial original do imóvel manteve-se até a década de 60, quando os proprietários deixaram de residir no prédio e o alugaram a terceiros. A partir de então transformou-se em pequeno hotel-pensão, inclusive com sublocação de cômodos, até transformar-se em cortiço e receber atividades comerciais nas salas da frente do 1º pavimento.
O imóvel está implantado em terreno com topografia em aclive em relação à rua, ocupando toda a testada desde o alinhamento frontal até dois terços do lote, e desenvolve-se em quatro pavimentos.
Apresenta um partido arquitetônico de planta-baixa colonial, com distribuição de cômodos na seqüência sala, dormitório, varanda, tendo no 1º pavimento, cozinha e banheiro. A circulação vertical dá-se por escadaria de madeira localizada em uma lateral, na parte central.
Posteriormente foram acrescidos dois cômodos nos fundos do 2º e 3º pavimentos e, em 1929, foi realizada a ampliação do 4º pavimento.
O abandono pelos antigos proprietários e a alteração de usos com a ação dos moradores das últimas décadas, contribuíram para a deterioração interna do prédio.
A fachada, ricamente decorada com elementos arquitetônicos neoclássicos, terminava no terceiro pavimento, onde uma platibanda decorada marca o antigo limite e serve atualmente de transição para o quarto pavimento.
No primeiro pavimento, os cinco vãos das portas apresentam vergas em arco pleno emoldurados por frisos em relevo; a vedação é feita com esquadrias de duas folhas com bandeiras, completado por gradil de ferro.
No segundo pavimento, a parede é decorada com almofadas em baixorelevo, acima dos cinco vãos das janelas. O enquadramento dos vãos é marcado por meias-colunas, de capitéis coríntio-romanos. Sobre os capitéis, em toda a largura da fachada, corre uma cimalha perfilada inspirada nas arquitraves clássicas, que marca a transição para o terceiro pavimento; Os vãos de janela com parapeito sacado, têm verga em arco pleno. As sacadas têm bacia de forma bombée frisada e guarda-corpo de ferro.
Acompanhando as bacias das sacadas ocorre uma cimalha que marca a transição do primeiro para o segundo pavimento; O terceiro pavimento possui meias-colunas em ordem dórica. O quarto pavimento está zoneado em três áreas destacando o vão central. Esta marcação reforça a centralidade do acesso principal do prédio.
Repetem-se as colunas marcando o enquadramento dos vãos. A platibanda é de balaustrada cega com medalhão central, sem inscrição. O prédio foi tombado em 1997.
Descrição: A Confeitaria Rocco situa-se na esquina das ruas Riachuelo e Dr. Flores, junto à Praça Conde de Porto Alegre, antiga Praça do Portão. Tanto pela localização quanto pela qualificação do espaço do imóvel, com salões de chá e festas e a qualidade dos doces, era o local privilegiado dos encontros da sociedade riograndense.
Começou a ser construída no ano de 1910, sendo inaugurada em 20 de setembro de 1912. A fábrica de doces, confeitaria e salão de festas foi mandada construir por Nicolau Rocco (1861-1932), natural da Itália. Nicolau Rocco, antes de estabelecer-se em Porto Alegre trabalhara na famosa confeitaria “El Molino”, em Buenos Aires. Com esta experiência, em 1892, fundou no local a Confeitaria SulAmérica. Em 1910, acompanhando o desenvolvimento econômico da cidade, o Sr. Rocco mandou construir o prédio da Confeitaria Rocco com amplos e decorados espaços. O projeto é do arquiteto construtor Salvador Lambertini, que faleceu em 1911, tendo finalizado a construção o arquiteto Manuel Itaqui Barbosa Assunpção.
Freqüentaram seus salões, entre tantos, Gois Monteiro, Eurico Gaspar Dutra, Getúlio Vargas, Daltro Filho e Mario de Andrade. No salão de festas ocorreram banquetes, bailes e muitas sociedades reuniram-se e formaram-se.
Esta edificação Eclética é um dos exemplares produzidos no período de 1910-14, época em que houve em Porto Alegre um verdadeiro ‘boom’ imobiliário em decorrência do crescimento econômico. O edifício salienta-se por sua implantação em terreno de esquina como uma escultura monolítica. O monobloco foi esculpido com uma definição clara de uso: confeitaria e local de encontro da sociedade.
Na fachada da Confeitaria Rocco estão distribuídos três pares de atlantes, formados por um Atlante jovem e outro idoso. O Atlante jovem representando a América e a Fartura e o Atlante idoso representando a Europa e a Abundância. Os Atlantes suportam com uma mão a sacada e com a outra mão seguram a cornucópia da fecundidade. O conjunto escultórico no frontispício representa a Luz. A figura feminina central está emoldurada por uma lira tendo ao seu lado postadas duas crianças. Há alusão explícita da intenção de inspiração nas artes, mais precisamente na música.
A área total do imóvel é de 1.560,00m2 distribuídos em quatro pavimentos. A fabricação dos doces ficava inicialmente no subsolo e a confeitaria com acesso ao público localizava-se no térreo. O salão de festas ficava no 2º pavimento e no 3º pavimento a copa e outras dependências. O terraço, onde existe uma área aberta utilizada como depósito, era o local onde se apreciava a paisagem.
A estrutura do prédio é mista de alvenaria de tijolos de barro e vigamentos de ferro. As fachadas harmoniosas apresentam sacadas e balcões em ferro trabalhado.
As esquadrias externas ainda são as originais.
A decoração do interior era luxuosa. Havia farta iluminação. O mobiliário constituía-se de mesas e balcões com tampos de mármore e armários de madeira ricamente talhados. As paredes eram ornamentadas com pinturas murais de grandes dimensões.
A Confeitaria Rocco foi tombada pela Prefeitura em 1997.
Fonte: Prefeitura Municipal.
MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *