Porto Alegre – Hotel Majestic


Imagem: Ricardo André Frantz

A construção do edifício do Hotel Majestic, hoje Casa de Cultura Mário Quintana, ocorreu entre os anos de 1916 e 1933, através da empresa construtora de Rudolf Ahrons. Projeto de Theodor Wiederspahn.

IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico

do Estado
Nome Atribuído: Hotel Majestic (Casa de Cultura Mário Quintana)
Localização: Travessa Araújo Ribeiro, esquina com a R. Andradas – Porto Alegre-RS
Número do Processo: 02.664-25.00-SCDT-82
Portaria de Tombamento: 10/82, ratificada pela portaria 03/85
Livro Tombo Histórico: Inscr. Nº 11, de 03/12/1982
Publicação no Diário Oficial: 04/09/1985
Uso Atual: Casa de Cultura Mário Quintana

Descrição: A construção do edifício do Hotel Majestic, hoje Casa de Cultura Mário Quintana, ocorreu entre os anos de 1916 e 1933, através da empresa construtora de Rudolf Ahrons. O prédio foi projetado pelo arquiteto Theodor Wiederspahn, nascido na Alemanha e residente no Brasil desde 1908. O imóvel é composto por dois blocos interligados através de passarelas que passam por cima da via pública (Travessa Araújo Ribeiro). – Os anos trinta e quarenta foram os de maior sucesso do Majestic, período em que nele se hospedaram desde políticos importantes, como Getúlio Vargas, a artistas famosos. Contudo, nos anos posteriores o hotel foi vítima da desfiguração que atingiu o centro da maioria das cidades, passando a sofrer a concorrência de novos hotéis que contavam com instalações mais amplas e modernas. Foi desativado e tornou-se uma espécie de hotel residencial ou grande pensão, tendo hospedado, de 1968 a 1980, o poeta Mário Quintana. Em julho de 1980 o antigo prédio do Hotel Majestic foi comprado pelo Banrisul e em 1982 o governo do Estado o adquiriu do Banrisul. Um ano mais tarde, o prédio foi arrolado como Patrimônio Histórico, tendo início, a partir de então, sua transformação em espaço cultural. No mesmo ano, através da lei 7803 de 8 de julho, recebeu a denominação de Casa de Cultura Mário Quintana, passando a fazer parte da então Subsecretaria de Cultura do Estado.
As obras que transformaram o prédio em centro cultural finalizaram em 1990. Em 2002 foram realizadas novas obras de recuperação e restauração, devido a infiltrações e problemas nos rebocos. Os espaços tradicionais da Casa de Cultura Mário Quintana estão voltados para o cinema, a música, as artes visuais, a dança, o teatro, a literatura, a realização de oficinas e eventos ligados à cultura.
Fonte: IPHAE.

FOTOS:

PANORAMA 360 GRAUS 1
PANORAMA 360 GRAUS 2
PANORAMA 360 GRAUS 3
PANORAMA 360 GRAUS 4

MAIS INFORMAÇÕES:
Iphae
Sílvia Lopes Carneiro Leão
Site da instituição
Sedactel
Wikipedia


5 comments

  1. Roberto Tadaschi Nagata |

    Paulo Roberto Falcão é proprietário do Royal Palace Hotel.

    Reflexão : POR TODA ETERNIDADE

    Porto Alegre, 1983 –

    O Hotel Majestic colocou Mário Quintana no olho da rua.
    A miséria havia chegado absoluta ao universo do poeta.
    Mário não se casou e não tinha filhos.
    Estava só, falido, desesperançoso e sem ter para onde ir.
    O porteiro do hotel, jogou na calçada um agasalho de Mário, que tinha ficado no quarto, e disse com frieza: – Toma, velho!
    Derrotado, recitou ao porteiro: – A poesia não se entrega a quem a define.
    Mário estava só.
    Absolutamente só.
    Onde estavam os passarinhos?
    A sarjeta aguardava o ancião. Alguém como Mário Quintana jogado à própria sorte!
    Paulo Roberto Falcão, que jogava na Roma, à época, estava de férias em sua cidade natal e soube do acontecido.
    Imediatamente se dirigiu ao hotel e observou aquela cena absurda. Triste, Mário chorava.
    O craque estacionou seu carro, caminhou até o poeta e indagou: – Sr. Quintana, o que está acontecendo?
    Mário ergueu os olhos e enxugou as lágrimas – daquelas que insistem em povoar os olhos dos poetas – e, reconhecendo o craque, lhe disse: – Quisera não fossem lágrimas, quisera eu não fosse um poeta, quisera ouvisse os conselhos de minha mãe e fosse engenheiro, médico, professor. Ninguém vive de comer poesia.
    Mário explicou a Falcão que todo seu dinheiro acabara, que tudo o que possuía não era suficiente para pagar sequer uma diária do hotel.
    Seus bens se resumiam apenas às malas depositadas na calçada.
    De súbito, Falcão colocou a bagagem em seu carro, no mais completo silêncio.
    E, em silencio, abriu a porta para Mario e o convidou a sentar-se no banco do carona.
    Manobrou e estacionou na garagem de um outro hotel, o pomposo Royal.
    Desceu as malas.
    Chamou o gerente e lhe disse: – O Sr. Quintana agora é meu hóspede!
    Por quanto tempo, Sr. Falcão? – indagou o funcionário.
    O jogador observou o olhar tímido e surpreso do poeta e, enquanto o abraçava, comovido, respondeu: – POR TODA ETERNIDADE.
    O Hotel Royal pertencia ao jogador!
    O poeta faleceu em 1994.
    Por isso sou fã desse ex jogador!!POR TODA ETERNIDADE

  2. Marcelo Aloísio Corrêa |

    Sem dúvida um belo exemplo de Generosidade!!! Esse grande craque tem minha admiração!!

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.