Porto Velho – Prédio da Administração Central da EFMM


Imagem: Google Street View

O Prédio da Administração Central da EFMM, em Porto Velho-RO, foi tombado por sua importância cultural para o Estado.

Governo do Estado de Rondônia
SECULT – Secretaria de Estado da Cultura

Nome atribuído: Prédio da antiga administração central da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, atual sede do Banco do Estado de Rondônia – BERON
Localização: Av. 7 de Setembro, s/n – entre Av. Farquar e R. Euclides da Cunha – Porto Velho-RO
Decreto de Tombamento: Decreto nº 4613, de 18/04/1990
Uso Atual: Sede do Banco do Estado de Rondônia (BERON)

Descrição: É tombado, como patrimônio histórico, o prédio da antiga administração central da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, localizado à Av. 7 de Setembro s.nº, entre a Av. Farquar e Rua Euclides da Cunha, no Município de Porto Velho.
Fonte: Decreto de Tombamento.

Descrição: […] a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi inaugurada em 30 de abril de 1912. Se por um lado trouxe desenvolvimento econômico para Rondônia, ligando, por exemplo, as cidades de Porto Velho e Guajará-Mirim, por outro não tardou a ficar obsoleta. 1912 foi o ano em que a economia da borracha entrou em crise. A ferrovia funcionou de modo desorganizado, gerida por empresas privadas ligadas à produção da borracha boliviana, até a década de 1930, quando finalmente passou a ser controlada pelo Estado brasileiro.
Com o declínio da produção da borracha, o governo de Getúlio Vargas passou a atribuir outras funções para a Madeira-Mamoré, entre elas a de ocupar as áreas de fronteira aproveitando a ociosidade da estrada de ferro, ao longo da qual foram criadas colônias agrícolas, sendo a principal delas a Colônia Agrícola do Iata, no Guajará-Mirim.
Fonte: Fundaj.

Histórico do município: Porto Velho foi criada por desbravadores por volta de 1907, durante a construção da E.F. Madeira- Mamoré. Fica nas barrancas da margem direita do rio Madeira, o maior afluente da margem direita do rio Amazonas.
Desde meados do sec. XIX, nos primeiros movimentos para construir uma ferrovia que possibilitasse superar o trecho encachoeirado do rio Madeira (cerca de 380km) e dar vazão à borracha produzida na Bolívia e na região de Guajará Mirim, a localidade escolhida para construção do porto onde o caucho seria transbordado para os navios seguindo então para a Europa e os EUA, foi Santo Antônio do Madeira, província de Mato Grosso.

As dificuldades de construção e operação de um porto fluvial, em frente aos rochedos da cachoeira de Santo Antônio, fizeram com que construtores e armadores utilizassem o pequeno porto amazônico localizado 7km abaixo, em local muito mais favorável.
Em 15/01/1873, o Imperador Pedro II assinou o Decreto-lei n.º 5.024, autorizando navios mercantes de todas as nações subirem o Rio Madeira. Em decorrência, foram construídas modernas facilidades de atracação em Santo Antônio, que passou a ser denominado Porto Novo.

O porto velho dos militares continuou a ser usado por sua maior segurança, apesar das dificuldades operacionais e da distância até S. Antônio, ponto inicial da EFMM.
Percival Farquar, proprietário da empresa que afinal conseguiu concluir a ferrovia em 1912, desde 1907 usava o velho porto para descarregar materiais para a obra e, quando decidiu que o ponto inicial da ferrovia seria aquele (já na província do Amazonas), tornou-se o verdadeiro fundador da cidade que, quando foi afinal oficializada pela Assembléia do Amazonas, recebeu o nome Porto Velho.

Após a conclusão da obra da EFMM em 1912 e a retirada dos operários, a população local era de cerca de 1.000 almas. Então, o maior de todos os bairros era onde moravam os barbadianos – Barbadoes Town – construído em área de concessão da ferrovia. As moradias abrigavam principalmente trabalhadores negros oriundos das Ilhas Britânicas do Caribe, genericamente denominados barbadianos. Ali residiam pois vieram com suas famílias, e nas residências construídas pela ferrovia para os trabalhadores só podiam morar solteiros.

Era privilégio dos dirigentes morar com as famílias. Com o tempo passou a abrigar moradores das mais de duas dezenas de nacionalidades de trabalhadores que para cá acorreram. Essas frágeis e quase insalubres aglomerações, associadas às construções da Madeira-Mamoré foram a origem da cidade de Porto Velho, criada em 02 de outubro de 1914.
Muitos operários, migrantes e imigrantes moravam em bairros de casas de madeira e palha, construídas fora da área de concessão da ferrovia.

Assim, Porto Velho nasceu das instalações portuárias, ferroviárias e residenciais da Madeira-Mamoré Railway. A área não industrial das obras tinha uma concepção urbana bem estruturada, onde moravam os funcionários mais qualificados da empresa, onde estavam os armazéns de produtos diversos, etc. De modo que, nos primórdios haviam como duas cidades: a área de concessão da ferrovia e a área pública. Duas pequenas povoações, com aspectos muito distintos. Eram separadas por uma linha fronteiriça denominada Avenida Divisória, a atual Avenida Presidente Dutra. Na área da railway predominavam os idiomas inglês e espanhol, usados inclusive nas ordens de serviço, avisos e correspondência da Companhia.

Apenas nos atos oficiais, e pelos brasileiros era usada a lingua portuguesa. Cada uma dessas povoações tinham comércio, segurança e, quase, leis próprias. Com vantagens para os ferroviários, face a realidade econômica das duas comunidades. Até mesmo uma espécie de força de segurança operava na área de concessão da empresa, independente da força policial do estado do Amazonas.
Fonte: IBGE.

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