Promissão – Fórum


Imagem: Google Street View

O Edifício do Fórum, em Promissão-SP, foi projetado em 1959, por João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi.

CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico
Nome atribuído:
Edifício do Fórum
Localização:
Av. Rio Grande, nº 730 – Promissão-SP
Número do Processo: 68005/13
Resolução de Tombamento: Resolução 89 de 30/06/2016
Publicação do Diário Oficial: D.O.E. Seção I, 01/07/2016, p. 59
Livro do Tombo Histórico: Inscição n° 452, p. 136

Descrição: O Fórum de Promissão, no município homônimo, insere-se no quadro de produção da obra do arquiteto João Batista Vilanova Artigas como exemplar da política pública, conduzida pelo Governador do Estado de São Paulo Carvalho Pinto (1959-1963), que deu provimento de infra-estrutura adequada e prédios qualificados para diferentes funções oficiais, contratando arquitetos em momento de grande inovação e produção arquitetônica. Dentro desse programa de governo, o Fórum de Promissão comparece como edifício funcional administrativo em que o arquiteto Artigas, com sua atitude de constante e audaciosa experimentação que influenciou gerações de profissionais e alunos, superou antigos padrões de edifícios públicos, sobretudo deste programa, inovando nos espaços por meio da articulação de planos com rampas, intersecção de áreas construídas e ajardinadas, e exposição do concreto aparente sem revestimento. O Forum de Promissão contribui para a compreensão doas políticas públicas paulistas, para a história da arquitetura paulista e, particularmente, neste panorama, a importante participação de seu autor com sua interpretação peculiar dos princípios da arquitetura moderna.
Fonte Processo de Tombamento

Descrição: O prédio de 1959 traz em si, com menor monumentalidade, uma série de soluções que Artigas utilizará em obras posteriores, incluindo a FAU/USP, um de seus melhores e mais conhecidos trabalhos. O prédio composto por dois pisos tem seu programa original estabelecido da seguinte forma: piso térreo com jardim, rampas, cartórios, e registro civil e piso superior contendo promotoria, salas para magistrados, tribunal e júri. Toda estrutura é vazada e em forma de “L” erguida em concreto armado e laje em caixão perdido, apresentando uma modulação regular entre pilares portantes e espaços internos separados por paredes não estruturais. Esse espaço é iluminado por domus de acrílico e seus dois andares são ligados para o uso publico por lances de uma grande rampa externa que compõe a fachada frontal. Entre a rampa e área construída origina-se um jardim que também favorece o conforto térmico, além de prefigurar uma pequena “praça publica”, sendo a extensão da rua. Frisamos a sabia utilização de duas fachadas cegas nas faces ensolaradas, solução bem vinda em uma cidade extremamente quente, contrastadas com as outras duas formadas majoritariamente por os panos de vidro.
Outro elemento característico da linguagem, a caixa d’agua “solta”, com apoio único também é componente importante tanto para o uso diário da construção como para a composição e visualização do prédio. Note-se que a caixa d’agua, até então, era algo escondido das vistas alheias e sua utilização como artefato compositivo é algo totalmente inovador para a arquitetura daquele momento, particularmente no interior do estado. Outro aspecto que visa à economia é o pé direito discreto, considerado baixo e pouco usual em prédios públicos da época, mas que possibilitou rampas menores com inclinação mais discreta e a harmonia do volume geral.
Todo conjunto de certa monumentalidade para a cidade de Promissão no período é caracterizado por uma grande economia de recursos e originalidade plástica resultando em um edifício de racionalidade tanto construtiva como econômica.
Fonte: Ghirardello; Ghirardello.

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Arquitetura brutalista
Ghirardello; Ghirardello


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