Rio de Janeiro – Avenida Central


Imagem: Multirio

A partir da Praça Mauá, iniciaram-se as obras da Avenida Central (atual Rio Branco), no Rio de Janeiro-RJ, projetada no estilo dos bulevares franceses.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Conjunto Arquitetônico da Avenida Central: Edifício da Antiga Caixa de Amortização, Biblioteca Nacional, Museu Nacional de Belas Artes, Teatro Municipal
Outros Nomes: Atual Avenida Rio Branco
Localização: Rio de Janeiro-RJ
Número do Processo: 860-T-1972
Livro do Tombo Belas Artes: Inscrito em 05/1973

Descrição: A intenção do prefeito Francisco Pereira Passos (1836-1913) ao conduzir as obras do programa de renovação urbana do Distrito Federal – apoiado na ideia de progresso da época –, segundo palavras do historiador André Nunes de Azevedo, era a de tornar o centro da capital federal “um lugar para o convívio ‘civilizado’, um espaço que convidaria os habitantes dos mais diversos locais do Rio de Janeiro a frequentá-lo, uma vez que seria lugar de aprendizado da ética urbana, da civilização que deveria tomar toda a cidade”.
Durante sua gestão, foi realizado o primeiro aterro marítimo, objetivando melhorias na região portuária. A partir da demolição do Morro do Senado (nivelando, aproximadamente, 179 hectares sobre o mar), surgiu uma nova linha de costa, que tornaria a Gamboa o primeiro cais do Porto do Rio de Janeiro modernizado.
A partir da Praça Mauá, iniciaram-se as obras da Avenida Central (atual Rio Branco), projetada no estilo dos bulevares franceses. Mais do que qualquer outra obra, essa exigiu a demolição de, aproximadamente, 600 prédios antigos. Eram cortiços, de aluguéis mais baratos, abrigando uma população heterogênea (como capoeiras e estivadores), que, além de dividir a habitação, compartilhava a necessidade de inserção na sociedade em transformação.
Para agilizar as intervenções, decretos davam poderes ao prefeito de desapropriar e de tomar posse de casas sem procedimento judicial. Fixavam avisos nas moradias que seriam derrubadas, concedendo um prazo estreito para que seus moradores dali saíssem. Inconformados, muitos retiravam seus pertences com a demolição já em andamento. Meses a fio, esse projeto, iniciado em 1904 e chefiado pelo engenheiro André Gustavo Paulo de Frontin (1860-1933), desalojou pessoas, deslocou estabelecimentos comerciais, removeu escombros, loteou terrenos e instalou sistemas de esgoto, água, iluminação e eletricidade. Os trabalhos avançaram rapidamente, ampliando aqui, nivelando adiante e calçando. Ruas acanhadas, becos e vielas do Centro Antigo deram passagem a outras reformadas, com destaque para os 1.800 metros de extensão e os 33 metros de largura da Avenida Central.
As edificações erguidas ao longo da nova artéria carioca ganhavam um estilo arquitetônico (ecletismo) que aproximava o Rio de Janeiro da Europa. O objetivo era transformar a cidade em uma Paris tropical. Prédios como o do Theatro Municipal, o da Escola Nacional de Belas Artes e o da Biblioteca Nacional guardam a memória dessa época.
A inauguração da Avenida Central aconteceu em 15 de novembro de 1905, não por acaso. O calçamento foi embelezado com desenhos feitos de pedras portuguesas, e o canteiro central, que dividia a Avenida, arborizado com mudas de pau-brasil. Nascia uma artéria, substituindo a Rua do Ouvidor, para ser um lugar onde a população passeasse, admirando a iluminação elétrica ou o obelisco de granito com 18 metros de altura, construído para marcar o final das obras. O escultor desse monumento, Eduardo Sá, nem poderia supor que, anos mais tarde (3 de novembro de 1930), alguns gaúchos encontrariam uma função a mais para a sua obra. Os vitoriosos revolucionários do Movimento de 1930 amarraram, ali, seus cavalos, num gesto de forte simbolismo histórico, representando a tomada do poder. Naquele momento, chegou ao final a nomeada Primeira República, e o Palácio do Catete ganhou um novo ocupante. Tempo, tempo, tempo rei.
Fonte: Multirio.

FOTOS:

VÍDEO:

Fonte: Rio de Janeiro Brasil.

MAIS INFORMAÇÕES:
Vera Regina Tängari
Multirio
Wikipedia


Comentários

  1. Marluci Alves |

    Que coisa mais linda. , Difícil acreditar que o centro já foi assim algum dia.

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