Rio de Janeiro – Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro


 

Imagem: Oliveira; Justiniano, p. 64

A Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Lapa do Desterro, em Rio de Janeiro-RJ, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Localização: Rio de Janeiro-RJ
Número do Processo: 23-T-1938
Livro do Tombo Histórico: Inscrito em 05/1938

Descrição: A construção do antigo seminário e igreja de Nossa Senhora da Lapa do Desterro, originalmente propriedade do bispado do Rio de Janeiro, iniciou-se em 1751, com projeto atribuído ao engenheiro militar José Fernandes Pinto Alpoim. Em 1773, foi construída a capela da irmandade do Divino Espírito Santo, anexa à fachada da igreja, do lado direito.
A inauguração ocorreu em 1775, mas a obra de talha, composta de cinco retábulos, só terminou em 1780, havendo registro histórico da participação de Mestre Valentim no camarim do altar-mor. Em 1782 foram colocados os sinos na torre da esquerda, ficando inconclusa a da direita, situação que chegou aos dias atuais.
No ano de 1810, o destino da edificação sofreu mudança radical com a instalação dos frades carmelitas, desalojados de seu convento da praça XV dois anos antes, em decorrência da chegada da família real. Foi mudado inclusive o orago, com a entronização solene da imagem de Nossa Senhora do Carmo no altar-mor da igreja, que desde então tem duas invocações diferentes da Virgem em seu nome oficial.
A partir de 1824 os carmelitas iniciaram a reforma da igreja para adaptá-la a suas novas funções. Foi refeita toda a talha, começando pelo arco cruzeiro, terminado em 1827, que tem no centro o brasão da ordem, composto de três estrelas e do monte Carmelo em fundo dourado. Em 1849, promoveu-se a trasladação das imagens, o que pressupõe a conclusão dos retábulos.
A decoração pictórica que complementa a talha é um pouco mais tardia, datando da segunda metade do século XIX. No teto da capela-mor havia originalmente uma representação da Virgem entregando o escapulário a São Simão Stock, repintada no século XX com a supressão do santo carmelita. Quatro pequenos painéis circulares com as figuras dos evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João decoram os cantos da abóbada e, nos espaços superiores acima dos retábulos da nave, foram representados santos, bispos e papas da Ordem Carmelita.
O conjunto ornamental, unindo talha e pintura, é de agradável efeito visual, mantendo ainda a leveza das decorações do período rococó em versão neoclássica, comportamento típico da talha carioca na primeira metade do século XIX.
Fonte: Oliveira; Justiano v3, 2008, p. 65

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Patrimônio Espiritual
Patrimônio de Influência Portuguesa
Oliveira; Justiano v1
Oliveira; Justiano v3, p. 65


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