Rio de Janeiro – Igreja Positivista do Brasil


Imagem: Google Street View

A Igreja Positivista do Brasil foi construída entre 1890 e 1897, com concepções arquitetônica e ornamentais de Miguel Lemos.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja: Positivista do Brasil
Localização: Rio de Janeiro-RJ
Número do Processo: 949-T-1976
Livro do Tombo Histórico: Inscrito em 12/2012
Descrição: Muito embora o positivismo seja uma escola filosófica onde domina o cientificismo, ela é também responsável por uma postura profundamente religiosa. Isto porque, a partir do encontro de Auguste Comte com Clotilde de Vaux, ou seja, após aquilo que ele chamou de sua “regeneração moral”, desenvolveram-se em seu pensamento os elementos utópicos. De filosofia da história, o positivismo comtiano transformou-se em religião da humanidade, com sua teologia, seus rituais, sua hagiografia. O cívico tornou-se religioso: os santos da nova religião era os grandes homens da humanidade, os rituais eram festas cívicas, a teologia era sua filosofia e sua política.
A mulher adquiriu importância crucial, sempre representada pela figura de Clotilde de Vaux, que, por determinação do mestre, deveria estar presente em todos os templos positivistas. A Virgem católica, alegoria da Igreja, tornou-se no positivismo a Virgem-Mãe, alegoria da humanidade. O novo culto foi minuciosamente descrito. Há um calendário positivista, com 13 meses, cada mês com quatro semanas, cada semana com sete dias. Cada mês e cada dia são dedicados a uma figura considerada importante na evolução da humanidade. O templo positivista deveria exibir a estátua da humanidade em posição central. Haveria também altares laterais, um deles dedicado às santas mulheres.
No Brasil, a junção da doutrina comtista com a visão estratégica dos ortodoxos (chefiados por Miguel Lemos e Teixeira Mendes) fez desses positivistas — que rapidamente entraram em conflito com a corrente para quem esta religiosidade era abominável — os principais manipuladores dos símbolos da República. O Brasil se lhes apresentava como às portas de grandes transformações, talvez mesmo de verdadeiro salto na seqüência das fases evolutivas previstas pelo pensamento positivista. Daí se terem lançado à doutrinação política com convicção e energia de apóstolos, daí, talvez, a urgência e necessidade da construção do templo.
Se a ação tinha de se basear no convencimento, impunha-se o uso dos símbolos. Em primeiro lugar, sem dúvida, a palavra escrita e falada. Dela fizeram uso abundante em livros, jornais, publicações da Igreja (que se contam às centenas), conferências públicas. Era sua principal arma de convencimento dos setores médios. Mas empregaram também o simbolismo das imagens e dos rituais, tendo em vista especialmente dois públicos estratégicos, as mulheres e o proletariado, menos afetos, no Brasil daquela época, à palavra escrita. Atingir esses dois públicos, convencê-los da verdade da doutrina, era condição indispensável para o êxito da tarefa que se impunham. A briga pelas imagens adquirira importância central.
O Templo Positivista do Rio de Janeiro, cuja pedra inaugural foi lançada no final do século XIX, conserva até hoje todas as marcas do imaginário positivista do início deste século. E até hoje, em sua beleza um pouco fanada, quem o visita pode perceber alguns traços do pensamento positivista. Esperamos que nas fotografias de Nelson Monteiro, apresentadas nas próximas páginas, algumas de suas características mais importantes, algumas de suas imagens mais fortes, fiquem claras para nossos leitores.
Fonte: Scielo.

INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Templo da Humanidade (Igreja Positivista do Brasil)
Localização: R. Benjamin Constant, n° 74 – Glória – Rio de Janeiro-RJ
Processo de Tombamento: E-03/01.531/78
Tombamento Definitivo: 31/03/1978
Descrição: Sua construção serviu como sede do apostolado positivista no Brasil e teve início em 1890, sendo concluída em 1897. As concepções arquitetônica e ornamentais foram de Miguel Lemos e se consubstanciam em um manifesto da filosofia e da religião positivistas. A fachada imita o Panthéon de Soufflot em Paris, mas foram omitidos os capitéis das colunas. O interior do templo segue prescrições de Augusto Comte, com inúmeras referências ao ideário do catecismo positivista. No friso da fachada lê-se a máxima positivista: “O Amor por princípio, a Ordem por base, o Progresso por fim”.
Fonte: Inepac.

Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) – Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro (PMRJ)
Nome Atribuído: Templo da Humanidade da Igreja Positivista do Brasil
Localização: R. Benjamin Constant, n° 74 – Glória – Rio de Janeiro-RJ
Resolução de Tombamento: Decreto n° n°39.062 de 11/08/2014 – D.O. Rio de 12/08/2014
Tombamento: Provisório

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Scielo
Inepac
Unicamp
Wikipedia


Comentários

  1. João B. M. Janini
    Administrei a reconstrução do Laboratório de Patologia – Hospital Antonio Pedro UFF.
    Planejei e Administrei a construção do Laboratório de Patologia – Sobradinho UNB.
    Planejei e administrei a construção do Centro de Diagnóstico H. Regional – VARGINHA.
    Planejei e administrei a construção do Centro de Oncologia H. Bom Pastor VARGINHA.
    Planejei e administrei a construção do Hospital Humanitas – VARGINHA.
    Planejei e Construí o IPD – Instituto de Prevenção e Diagnóstico – SUL DE MINAS.
    Antes de fazer clínica quis conhecer a doença … perdeu-se um Clínico.
    Encantei-me pela Anatomia Patológica e, depois de muitos estudos, me perguntei… Qual a causa da doença?
    Estudei Patologia Clínica e, depois de muitos estudos, me perguntei…
    Qual a causa da doença?
    Estudei Biologia Molecular e, depois de muitos estudos, me perguntei…
    Qual a causa da doença?
    Fiz o Curso de Doutrinas em Medicina Preventiva durante oito meses, ministrado por Professores, em semestre sabático, das melhores Universidades Internacionais, curso este patrocinado pela OMS; … éramos cerca de oitenta alunos em preparação para instalar a Faculdade de Medicina da UNB. Continuei me perguntando; … Qual a causa da doença?
    Fiz especialização em Microscopia Eletrônica no National Institute of Health – EE.UU, me perguntei; … Qual a causa da doença?
    Estudei Epidemiologia e finalmente descobri a causa da doença…
    Com todo meu conhecimento teórico já citado e com toda minha prática consistente em mais de 50.000 Autópsias, mais de 1 milhão de Microscopias, preceptor de mais de 200 Pós-Graduandos, Patologista de mais de 500 Sessões Clínico-Patológicas, fui Professor nas UFRJ, UFF e UNB chegando ao cargo de Adjunto em Brasília; … adquiri uma visão integral do Homem Biológico e do Homem Sociológico.
    A Epidemiologia perscruta o todo humano, o ser mais seu ambiente físico e social apontando problemas e soluções, apontando causas e efeitos na vida.
    A causa da doença está no Poder Público, na Política de Saúde.

    – Deus mandou-me o Espírito Santo materializado na Patologia e por mim fidelizado em meu juramento a Hipócrates do qual releio um parágrafo:
    Eu juro, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, estimar aquele que me ensinou esta arte; e ensinar aos que tiverem necessidade de aprendê-la.

    Transformei minha patologia em altar e meu microscópio em oráculo…
    Deus teve pena de tamanha crendice.
    Deus desejou me proteger e ajudar nesta idolatria,
    Deus criou encantamentos para o meu altar.
    Mandou-me duas ninfas chamadas Gisela e Isabela, minhas filhas.
    Deus criou um zeloso guardador só para mim.
    Mandou-me um anjo administrador chamado Antonio, meu filho.
    Deus criou uma divindade só para mim.
    Mandou-me uma deusa chamada Bete, minha mulher.
    Mandou-me, ainda, um exército de anjos e santos para protegê-lo e adorá-lo;
    os reconheço como meus professores, meus alunos e meus colegas colaboradores.
    – Que Deus proteja as almas de nossas vidas, e que todos autopsiados por mim, me guardem e estejam na luz do Senhor.

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