Rio do Sul – Antiga Estação Ferroviária


Imagem: AMAVI

O prédio da Antiga Estação Ferroviária de Rio do Sul-SC foi inaugurado em 1936 e hoje abriga o Museu Histórico Cultural e o Arquivo Público Histórico.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Patrimônio Cultural Ferroviário

Nome Atribuído: Estação Ferroviária de Rio do Sul; Armazém
Localização: Rio do Sul-SC
Decreto de Tombamento: Lei nº 11.483/07 e Portaria IPHAN nº 407/2010

FCC – Fundação Catarinense de Cultura
Nome Atribuído: Antiga Estação Ferroviária de Rio do Sul
Localização: Av. Oscar Barcelos – Centro – Rio do Sul-SC
Número do Processo: Nº 001/2010
Resolução de Tombamento: Decreto Nº 065, de 01/03/2011
Uso Atual: Museu e Arquivo Histórico de Rio do Sul

Descrição: Trata-se de um dos imóveis de tipologia ferroviária mais conservados do estado e configura no meio urbano, embora entorno descaracterizado, como elemento de referência e identidade.
No ano de 1909, foi inaugurado os primeiros 30 Km de linha da Estrada de Ferro Santa Catarina, partindo de Blumenau para Indaial. A partir desta data, começaram a circular regularmente os trens entre Indaial e Blumenau, marcando uma nova era de progresso e desenvolvimento para o Vale o Itajaí. A Estrada de Ferro foi a primeira obra verdadeiramente planejada, no Vale do Itajaí.
Seu leito foi construído em altitude tal, que uma enchente tida como moderada não a pudesse alcançar.
Em 1923, começou a ser construído o trecho ferroviário em direção a Rio do sul, sendo que para isso, era necessário galgar os contra-fortes da Serra do Mar, em Subida. Em razão das dificuldades que a serra oferecia aos construtores, este trecho só pode ser inaugurado na Estação de Lontras, em 1929.
Quando então, no ano de 1932, seria inaugurado o trecho até Rio do Sul e em 1937, inaugurava-se o trecho Rio do Sul até Barra do Trombudo. A construção continuava, o último prolongamento da E.F.S.C. Aconteceu em 1958, quando os trilhos chegaram até Trombudo Central. Em 1964 os trilhos chegaram até São João da Agrolândia. Apenas sete anos antes de ser desativada. A ferrovia então, foi desativada no dia 13 de março de 1971.
O prédio da antiga estação ferroviária, foi inaugurado no dia 28 de dezembro de 1936 (oficialmente), sem dúvida a mais bonita de toda a ferrovia. Sendo que hoje funciona o Museu Histórico Cultural e Arquivo Público Histórico.
Fonte: AMAVI.

Descrição: Imóvel único por suas características arquitetônicas e de grande importância histórica.
Em 1907, já com alguns trabalhos preliminares em andamento, começavam a chegar ao Porto de Itajaí e depois, via fluvial, ao Porto de Blumenau, em Itoupava Seca, os primeiros trilhos e outros materiais necessários para a construção da ferrovia.
O primeiro trecho de 70 km da “SANTA CATHARINA EINSENBAHN GESELSCHAFT” (Estrada de Ferro Santa Catarina Sociedade Anônima), construída entre os anos de 1908 e 1909 pela construtora Bachstein & Koppel, contratada para esta finalidade, com o objetivo de agilizar e melhorar as condições de vida da comunidade colonizadora que estava se instalando entre Blumenau e Ibirama.
Em novembro de 1907 o vapor “Koblenz”, trouxe a primeira locomotiva a 0-6-0T da fabricante Alemã, Ornstein & Koppel de Berlim. Esta locomotiva permanece até hoje exposta nos jardins da Prefeitura Municipal de Blumenau, a velha conhecida “MACUCA”.
No dia 03 de maio de 1909, rodou o primeiro trem oficial da Estrada de Ferro Santa Catarina, inaugurando os primeiros 30 km, partindo da Estação de Blumenau até a estação de Warnow. A partir desta data, começaram a circular regularmente os trens entre Warnow e Blumenau, marcando uma nova era de progresso e desenvolvimento para o Vale do Itajaí. Posteriormente, além da sua imensa utilidade pública, colocou a comunidade interiorana em rápido contato com o Porto de Itajaí, através de suas estações equipadas com telégrafo.
Além do transporte de cargas e passageiros, havia composições especiais para transporte de tropas militares, autoridades políticas e para eventos culturais de grande envergadura em Blumenau, pois facilitava o acesso a estes eventos de forma rápida e eficiente as comunidades vizinhas.
A ferrovia progredia rapidamente, chegando a 03 de junho em Ascurra e no dia primeiro de outubro de 1909 à localidade de Hansa, local onde hoje se encontra o trevo da BR 470 que possibilitava o acesso por rodovia a Ibirama.
A Estrada de Ferro Santa Catarina foi a primeira obra verdadeiramente planejada no Vale do Itajaí.
O leito da ferrovia foi construído em uma altitude que uma enchente tida como moderada não pudesse alcançar, entretanto consta que somente a grande cheia de 1911 conseguiu alcançar o leito ferroviário somente em alguns pontos.
O objetivo era ir mais para o Oeste como também para o Leste. Em 1923 reiniciaram as obras com o objetivo principal, chegar a Rio do Sul e em 1926 com o objetivo de também chegar ao Porto de Itajaí.
As dificuldades encontradas para transpor a Serra do Mar, no local de nome Subida, retardaram as obras e a inauguração da estação de Lontras ocorreu somente em abril de 1929.
Em 1930 foi inaugurada a monumental Estação Ferroviária de Rio do Sul e sem qualquer dúvida a mais bela de todas.
Posteriormente, em 1937 era inaugurado o trecho Rio do Sul até Barra do Trombudo.
Entretanto, o trecho Blumenau a Itajaí só seria inaugurado em 1954. Sua construção demorou 18 anos, em virtude da necessidade de imensos aterros e muito mais devido às dificuldades na obtenção de recursos, uma vez que a obra paralisou e necessitou por diversas vezes da intermediação de autoridades locais.
Os últimos prolongamentos da Estrada de Ferro Santa Catarina aconteceram em 1958, quando os trilhos chegaram até Trombudo Central, e em 1964 quando os trilhos chegaram a São João da Agrolândia.
Portanto, apenas sete anos antes de ser desativada, a ferrovia ainda estava em fase de construção, isto sem falar nos trabalhos de construção da rota que deveria tirar os trilhos do centro de Indaial.
Fonte: AMAVI.

Descrição: A região da Vila Itoupava pertencia ao Distrito de Massaranduba. A emancipação do Distrito da Vila Itoupava aconteceu através do Decreto Lei Estadual nº 941, de 31 de dezembro de 1943. A localidade era conhecida por Unter Itoupava Rega. Alguns acham que a palavra Rega tem sua origem na palavra Regen = chuva, por ser uma região montanhosa mais sujeita a chuvas orográficas. Ao longo da estrada geral, atualmente denominada de Rua Erwin Manske, que percorre a área rural, a localidade ainda é chamada de Itoupava Rega.
O perímetro do Distrito de Vila Itoupava foi fixado através do Decreto Lei nº 103, de 24 de janeiro de 1944, pelo Prefeito Bruno Hildebrand. Através da Lei nº 2.022, de 20 de agosto de 1974, na administração Félix Theiss, é definido o perímetro urbano do Distrito.
O distrito dista a 25 km do centro de Blumenau, possuindo 91 km2, destes apenas 7 km2 são de área urbana. Na área rural existem, aproximadamente, 150 km de estradas que são macadamizadas.

A região se caracteriza por morros e vales estreitos. Como atividade econômica predominante, entretanto, pouco expressiva, possui a agropecuária, que é usada, quase sempre, para atender as necessidades de subsistência das famílias.
O Distrito da Vila Itoupava possui algumas características oriundas da colonização, que estão presentes em seu cotidiano. O estilo de construção, o dialeto, os costumes, os jardins defronte as casas e a etnia ainda são bem perceptíveis. Outra atividade cultural bem representada são os tradicionais Clubes de Caça e Tiro.
No mês de outubro de 1896 foi fundado o Schuetzewerein Harmonia que, atualmente, é representado pela Sociedade Recreativa Serrinha. No ano de 1898 foi fundado o Schuetzewerein Itoupava Rega que, em 1939, foi obrigado a mudar sua denominação para Sociedade de Tiro Ipiranga, em função de uma lei federal; e em 1947 passou a chamar-se de Clube de Caça e Tiro Itoupava Rega.
Em 1920 foi criado o Schuetzewerein Einigkeit que, em 1950, passou a denominar-se de Clube de Caça e Tiro União. A Sociedade Recreativa e Esportiva Braço do Sul foi fundada em 26 de outubro de 1952.
Já no dia 13 de maio de 1960 foi fundada a Sociedade Recreativa e Esportiva 13 de maio. Em 21 de maio de 1977 foi fundado o Clube de Caça e Tiro XV de Novembro, localizado no ribeirão Sarmento.

Na área urbana foi criada a Escola Cel. Pedro Christiano Feddersen, em 4 de junho de 1954, onde mais tarde foi transformada em Conjunto Habitacional Cel. Pedro Christiano Feddersen. O local, hoje, é a atual Intendência de Vila Itoupava.
Na área da saúde se destaca a chegada à Vila Itoupava o Dr. Alfred Hoess, que em 13 de janeiro de 1924, inaugurou o Hospital Sociedade Beneficente Misericórdia. No dia 14 de novembro de 1963 é fundada a Casa São José, na residência que pertenceu ao Dr. Hoess e que hoje, pertence aos padres franciscanos.
Na atividade industrial, que surgiu durante a Primeira Guerra Mundial, a industrialização de banha e derivados de carnes Artur Zindars foi uma das pioneiras. Atualmente, a empresa se chama Indústria e Comércio Zindars, estando situada na área rural da Vila Itoupava.
A indústria mais importante da Vila Itoupava, atualmente, é a Fábrica de Bordados e Cadarços Haco S/A, fundada em 1924. Com aproximadamente 1.000 colaboradores, ela se destaca na fabricação de etiquetas, estando entre as maiores do mundo neste gênero.
O Distrito de Vila Itoupava é cortado pela SC-474, que foi asfaltada em 1977/78, no trecho Itoupavazinha/Vila Itoupava. Já o trecho da via que vai para Massaranduba, foi retificado e asfaltado em 1983.
Fonte: Prefeitura municipal.

Descrição: O prédio da antiga estação ferroviária de Rio do Sul foi inaugurado oficialmente em 28 de dezembro de 1936 e considerado o mais bonito de toda a Estrada de Ferro Santa Catarina, desativada em 13 de março de 1971. Na edificação, hoje, funciona o Museu Histórico Cultural e Arquivo Público Histórico.
Fonte: FCC.

Histórico das ferrovias no Brasil: A história das ferrovias no Brasil inicia-se em 30 de abril de 1854, com a inauguração, por D. Pedro II, do primeiro trecho de linha, a Estrada de Ferro Petrópolis, ligando Porto Mauá à Fragoso, no Rio de Janeiro, com 14 km de extensão. Mas a chegada da via à Petrópolis, transpondo a Serra do Mar, ocorreu somente em 1886.
Em São João del Rei (MG), o Museu Ferroviário preserva a história da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, criada em 1872. Seu percurso ligava a cidade de Sítio (atual Antônio Carlos) à Estrada de Ferro D. Pedro II (posteriormente, Central do Brasil), partindo daí para São João del Rei. Com novas concessões, a ferrovia Oeste de Minas se estendeu a outras cidades e ramais, alcançando, em 1894, um percurso total de 684 km, e foi considerada a primeira ferrovia brasileira de pequeno porte.
As dificuldades e desafios para implantar estradas de ferro no Brasil eram muitos. Procurando atrair investidores, o governo implantou um sistema de concessões, que se tornou característico da política de infra-estrutura do período imperial. Entre o final do século XIX e início do século XX os recursos, sobretudo dos britânicos, alavancaram a construção de linhas férreas.
A expansão ferroviária, além de propiciar a entrada de capital estrangeiro no país, tinha, também, o objetivo de incentivar a economia exportadora. Desta forma, as primeiras linhas interligaram os centros de produção agrícola e de mineração aos portos diretamente, ou vencendo obstáculos à navegação fluvial. Vários planos de viação foram elaborados na tentativa de integrar a malha ferroviária e ordenar a implantação dos novos trechos. Entretanto, nenhum deles logrou êxito em função da política de concessões estabelecida pelo governo brasileiro.
Fonte: Iphan.

Patrimônio Ferroviário: A Lei 11.483, de 31 de maio de 2007, atribuiu ao Iphan a responsabilidade de receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA), bem como zelar pela sua guarda e manutenção. Desde então o Instituto avalia, dentre todo o espólio oriundo da extinta RFFSA, quais são os bens detentores de valor histórico, artístico e cultural.
O patrimônio ferroviário oriundo da RFFSA engloba bens imóveis e móveis, incluindo desde edificações como estações, armazéns, rotundas, terrenos e trechos de linha, até material rodante, como locomotivas, vagões, carros de passageiros, maquinário, além de bens móveis como mobiliários, relógios, sinos, telégrafos e acervos documentais. Segundo inventário da ferrovia, são mais de 52 mil bens imóveis e 15 mil bens móveis, classificados como de valor histórico pelo Programa de Preservação do Patrimônio Histórico Ferroviário (Preserfe), desenvolvido pelo Ministério dos Transportes, instituição até então responsável pela gestão da RFFSA.
A gestão desse acervo constitui uma nova atribuição do Iphan e, para responder à demanda, foi instituída a Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário, por meio da Portaria Iphan nº 407/2010, com 639 bens inscritos até 15 de dezembro de 2015. Para inscrição na Lista, os bens são avaliados pela equipe técnica da Superintendência do Estado onde estão localizados e, posteriormente, passam por apreciação da Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural Ferroviário (CAPCF), cuja decisão é homologada pela Presidência do Iphan.
Os bens não operacionais são transferidos ao Instituto, enquanto bens operacionais continuam sob responsabilidade do DNIT, que atua em parceria com o Iphan visando à preservação desses bens. Esse procedimento aplica-se, exclusivamente, aos bens oriundos do espólio da extinta RFFSA. Os bens que não pertenciam à Rede, quando de sua extinção, não são enquadrados nessa legislação, podendo, entretanto, ser objeto de Tombamento (Decreto Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, aplicado a bens móveis e imóveis), ou ao Registro (Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, aplicado ao Patrimônio Cultural Imaterial).
Fonte: Iphan.

CONJUNTO:
Patrimônio cultural ferroviário IPHAN

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