Santana dos Matos – Igreja Matriz


Imagem: Google Street View

A Igreja Matriz, em Santana dos Matos, foi tombada pela Fundação José Augusto por sua importância cultural para o Estado do Rio Grande do Norte.

Governo do Rio Grande do Norte
FJA – Fundação José Augusto
Nome Atribuído: Igreja Matriz
Localização: Santana dos Matos-RN
Data de Tombamento: 30/07/2002

Histórico do município: Período Pré-Colonial: O sertão nordestino é habitado por grupos humanos (paleoameríndios) há pelo menos 9 mil anos. Os primeiros habitantes do sertão potiguar foram, provavelmente, povos nômades, caçadores e coletores de alimentos. Deixaram registros gravados e pintados em pedras e paredões ao longo de rios, riachos e lagoas onde deviam caçar e coletar alimentos no período pré-colonial. Na região de Santana, a arte rupestre, como são chamados esses registros pré-históricos, é rica e diversificada. Pesquisas recentes do Professor Valdeci dos Santos Junior, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, revelaram a existência de 75 sítios arqueológicos na região central do RN denominada “Área Arqueológica de Santana”. Apenas dois daqueles sítios estão registrados pelo IPHAN como patrimônio histórico. Esses valiosos registros da ocupação humana pré-histórica da região, ainda que pouco estudados, vêm sendo depredados por vândalos e turistas ignorantes.

Chegada dos Portugueses: Quando os portugueses chegaram à região, ao longo do século XVI, encontraram pelo menos três grupos culturais distintos, os Cariri, os Tarairiu e os Jê, e um grande número de grupos isolados e ainda sem classificação, dentro da denominação de Tapuia predominante no período colonial: O conflito com os colonizadores/invasores portugueses foi inevitável. Ao adentrar o sertão com a pecuária e as campanhas de aprezamento de índios para trabalho escravo, ao longo do século XVII, os portugueses logo se viram confrontados com povos arredios e valentes. O historiador Pedro Puttoni, em seu livro “A Guerra dos Bárbaros”, retrata muito bem esse período de enfrentamento que resultou, como era de se esperar, na aniquilação de populações inteiras de índios do sertão. As tribos restantes, pacificadas por bandeirantes paulistas, foram aldeadas e os primeiros assentamentos de colonos brancos criados ao final do século XVII. A pecuária pode retomar seu crescimento ao final dos conflitos, desenvolvendo-se rapidamente e tornando-se importante atividade econômica. Nesse período, as oficinas de carne seca e a indústria de extração da cera de carnaúba representavam a base da economia da região. Em 1696, Bernardo Vieira de Melo, então Governador da Capitania do Rio Grande do Norte, colocou-se à frente de uma pequena expedição e fundou à margem esquerda do Rio Açu (ou Piranha) o Arraial de Nossa Senhora dos Prazeres, ponto de reforço para a conquista do sertão. Bernardo Vieira instalou-se com seus soldados no novo arraial, iniciando o aldeamento dos índios e assegurando o estabelecimento dos colonos.

Surgiu daí o povoado conhecido como povoação de São João Batista da Ribeira do Céu. O município de Açu foi criado por Ordem Régia em 22 de julho de 1766. Inicialmente foi denominado de Vila Nova da Princesa. A Lei provincial nº 124, de 16 de outubro de 1845, concedeu à Vila Nova da Princesa foros de cidade com o nome de Açu. O município foi posteriormente desmembrado entre os municípios de Santana, Jucurutu, Angicos, São Rafael, Lages, Bodó, Itajá e Fernando Pedroza. O povoado do que hoje é a cidade de Santana do Matos teve início na Fazenda Bom Bocadinho, de propriedade do português Manoel José de Matos. Quando a fazenda começava a dar sinais de prosperidade, uma forte seca prejudicou seriamente a lavoura e dizimou o gado. Manoel José, homem religioso, prometeu erguer uma capela em homenagem a Nossa Senhora de Santana se a seca terminasse.

A seca passou, a Fazenda Bom Bocadinho voltou a crescer e a capela foi construída, recebendo o nome de Santana do Matos, numa referência à santa milagrosa e ao dono da fazenda. A exemplo de outras cidades sertanejas, cujos territórios − municipais foram delineados pelos limites da freguesia primeva, Santana do Matos tem seu mito de origem na intervenção da avó de Cristo, nos vexames sofridos pelos primeiros vaqueiros. Câmara Cascudo explica essa “história que se enovela em lenda”: Manoel José de Matos – daí o sobrenome da cidade – desesperado pelas tribulações por que passava, prometeu cultuar Sant’Ana, com capela e imagem votivas; agraciado, cumpre a promessa, lançando em terra o que seria a semente urbana. Da − construção da capela à instituição da freguesia, foi um movimento natural; em 1821, a povoação santanense assim tinha sido reconhecida. (Cascudo, 1955-a: 15.)

O povoado foi iniciado nas proximidades da capela com o nome de Santana do Pé de Serra, passando posteriormente a ser chamado de Santana do Matos, num vínculo direto com a capela que lhe deu origem. A agricultura e a pecuária foram se desenvolvendo nas terras da localidade, fazendo com que o povoado crescesse rapidamente.
No dia 13 de outubro de 1836, de acordo com a lei n° 9, Santana do Matos desmembrou-se de Açu, tornando-se município. Mas no dia 6 de agosto de 1855, pela Resolução Provincial de nº 314, o município voltou à condição de povoado, sendo restabelecido definitivamente como município um mês depois, no dia 5 de setembro do mesmo ano.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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