Santo Antônio de Leverger – Usina de Itaicy


Imagem: Prefeitura Municipal

A Usina de Itaicy, na cidade de Santo Antônio de Leverger-MT, tinha por modo de produção a industrialização da cana-de-açúcar.

SEC – Secretaria de Estado da Cultura do Mato Grosso
Nome Atribuído: Usina de Itaicy
Localização: Margem direira do Rio Cuiabá, a 80 km de Cuiabá – Santo Antônio de Leverger-MT
Resolução de Tombamento: Portaria n° 55/84, de 8/1/1984

Descrição: A Usina de Itaici que tinha por modo de produção a industrialização da cana-de-açúcar, não se caracteriza por um único e belo prédio, mas, principalmente, por ser o embrião de um processo de industrialização e de um modo de produção característico e novo para Mato Grosso. Está localizada à margem direita do Rio Cuiabá. O Prédio constitui-se de um sólido volume em três pisos tendo os fundos um alpendre onde se localiza o maquinário de limpeza e separação da matéria-prima. Em Itaici, o modelo de indústria construiu uma vila para abrigar os próprios operários, com igreja, escola, farmácia, padaria, etc. um verdadeiro conjunto habitacional. O empreendimento de Totó Paes dispunha de tamanha estrutura social que chegou até criar uma banda de música que executava retretas, aos domingos, para entreter seus moradores. Em determinado período, a Usina de Itaici chegou a cunhar sua própria moeda que, com moldes provenientes da Casa da Moeda, no Rio de Janeiro, passou a imprimi-la adaptando-se uma velha prensa de papel. A Itaici deve também ser creditado o uso primeiro da energia elétrica em Mato Grosso. Entrou em decadência, principalmente pelo fato da competitividade de seu preço com as usinas mais modernas dos estados do Nordeste e de São Paulo.
Fonte: Governo do Estado.

Histórico do município: As origens de Santo Antônio de Leverger se ligam às de Cuiabá. A tradição popular guardou a história da imagem de Santo Antônio. Uma monção, no tempo da cheia, subia o rio Cuiabá em demanda das minas de ouro descobertas por Miguel Sutil. A expedição, a duras penas, vencia as águas barrentas do rio, pois fora vítima dos índios canoeiros da tribo Guató, tendo afundadas algumas embarcações e mortos alguns homens. As canoas sobradas da refrega penetraram, certo entardecer, por uma boca de água remansosa à beira do sangradouro para o pernoite.
Os paulistas refeitos na manhã seguinte aprontavam-se novamente para a labuta da viagem, quando um dos batelões ficou preso, como se estivesse encalhado num banco de areia. Mesmo a força do remo e da zinga não conseguiram arrastar o batelão. A superstição tomou conta dos rudes canoeiros. Por sugestão de um deles, desembarcaram a imagem de Santo Antônio, que transportavam. O resultado não se fez esperar, pois o batelão se soltou e os paulistas puderam seguir viagem.
Outra monção passou por aquele lugar e quis levar a imagem de Santo Antônio. O fenômeno de impedimento da viagem se repetiu. Os paulistas levantaram, então, uma primitiva capela, que não mais existe. Era sóbria e elegantemente original.
O doutor Barão de Melgaço coligiu informação de que o padre jesuíta Estevão de Castro, da Missão de Sant′Ana da Chapada, companheiro do superior padre Agostinho Lourenço, ambos chegados a Mato Grosso com o primeiro governador da Capitania, ali aportou a 12 de outubro de 1753. O padre Estevão de Castro encontrou no lugar uma povoação, com uma capela sob a invocação de Santo Antônio, e seus moradores dedicando-se à pesca e lavoura de subsistência. Além do orago, o nome da cidade também homenageia Augusto João Manoel Leverger – o Barão de Melgaço, francês de nascimento, e que dedicou grande parte de sua vida às causas de Mato Grosso, tendo sido presidente da Província por várias vezes. Augusto Leverger foi um bravo comandante e defensor do solo mato-grossense, por ocasião da Guerra do Paraguai.
Fonte: Prefeiura Municipal.

MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeiura Municipal
Governo do Estado


3 comments

  1. Noemia Vieira |

    Belo registro histórico de Sto Antônio de Leverger e do Barão de Melgaço, importante figura no desenvolvimento de Mato Grosso. Sua usina de açúcar merece tratamento e conservação. É um importante patrimônio histórico do estado que deve também ser divulgado nas escolas para os nossos jovens. Não deixem morrer esta história!

  2. Cristina Souza de Macedo |

    Prezado(a) Sr./Srª.,
    O Grupo de Pesquisa em Educação, Museu, Cultura e Infância (GEPEMCI-PUC-Rio), com o apoio do CNPq, está desenvolvendo pesquisa sobre o trabalho de museus e centros culturais durante a pandemia de COVID-19.
    Elaboramos um questionário e para envio do mesmo, solicito por gentileza que envie o endereço do email do Museu da Usina de Itaici
    Atenciosamente,
    Cristina Macedo
    Integrante do GEPEMCI

    1. Prezada Cristina, Este site é uma iniciativa voluntária de alguns cidadãos que se reuniram para que a população como um todo tenha acesso a um mínimo de informação sobre o patrimônio brasileiro. Não somos site oficial de nenhum órgão público ou instituição cultural. Então não é possível contactar os dirigentes ou funcionários das instituições por meio deste canal.

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