Santo Inácio – Sítio Arqueológico de Santo Inácio Mini


A Redução Jesuítica de Santo Inácio Mini ou Ipaumbucu está diretamente ligada à formação da Província do Guairá, que existiu entre os séc. XVI e XVII.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Sítio Arqueológico da Redução Jesuítica de Santo Inácio Mini
Localização: Foz do Ribeirão Santo Inácio, afluente do Rio Paranapanema – Santo Inácio-PR
Número do Processo: 06/2001
Livro do Tombo: Inscr. Nº 27-I

Descrição: A Redução Jesuítica de Santo Inácio Mini ou Ipaumbucu está diretamente ligada à formação da Província do Guairá, que, sob a jurisdição espanhola de Assunção do Paraguai existiu entre os séculos XVI e XVII. Esta província abrangia um território que corresponde à porção central e ocidental do atual território paranaense, envolvendo as bacias hidrográficas do rio Iguaçu, rio Piquiri, rio Iraí, rio Tibagi e as margens esquerda dos rios Paranapanema e Paraná. Nesta vasta região os espanhóis de Assunção fundaram, no século XVI, três vilas: Ontiveros (1554), Cidade Real do Guairá (1557) e Vila Rica do Espírito Santo (1570/1589). Neste contexto a Companhia de Jesus fundou 14 reduções jesuíticas no Guairá junto aos índios das famílias lingüísticas Tupi-Guarani e Jê. Uma das primeiras foi a Redução de Santo Inácio Mini fundada em 1610 pelos padres jesuítas Joseph Cataldino e Simão Maceta. Esta redução chegou a possuir mais de 3.000 índios guarani e tinha como propósito convertê-los aos hábitos europeus e ao pensamento católico. O processo catequista implantado pelos religiosos inacianos afetou profundamente o sistema de Encomendas (exploração do trabalho indígena) dos espanhóis, assim como dos bandeirantes paulistas que preavam indígenas desta região para mão de obra escrava. A partir de 1628 o empreendimento reducional jesuítico foi duramente atacado pelos bandeirantes e em 1632 todas as vilas e reduções do Guairá foram destruídas ocasionando o desinteresse dos espanhóis pela Província do Guairá. Até o momento as pesquisas arqueológicas realizadas na área dos remanescentes da Redução de Santo Inácio, desde a década de 1960, possibilitaram o levantamento topográfico do núcleo urbano, identificando estruturas como a praça central, a igreja e outras edificações destinadas às funções religiosas, escolares e atividades profissionais, além das quadras residenciais delimitadas por ruas regulares e espaçosas. As principais edificações eram cobertas por telhas do tipo meia cana ou goiva e outras por cobertura vegetal. Todas eram construídas em taipa de pilão, processo construtivo que utilizou como matéria prima a própria terra da região. Escavações revelaram espessas camadas de ocupação, repletas de objetos confeccionados pelos guaranis, assim como peças metálicas e vítreas de procedência européia, além de esqueletos humanos e restos ósseos da fauna local e da fauna introduzida pelos europeus. Tais características somadas às constantes alterações resultantes do uso contínuo do solo mostram um sítio arqueológico sem impacto visual, apesar de sua complexidade urbanística. Alguns dos principais indícios, representados por taludes, são fragmentos de paredes ou muros em extensas áreas. Tombamento aprovado em Reunião do CEPHA em 24 de outubro de 2011.
Fonte: CPC.

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