São José dos Campos – Antiga Residência de João Batista de Souza Soares


Imagem: Google Street View

A Antiga Residência de João Batista de Souza Soares foi tombada pela Prefeitura Municipal de São José dos Campos-SP por sua importância cultural para a cidade.

COMPHAC – Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da cidade de São José dos Campos-SP
Nome Atribuído: Antiga Residência de João Batista de Souza Soares
Localização: R. Sebastião Humel, n° 439 – Centro -São José dos Campos-SP
Resolução de Tombamento: EP-2 – Lei nº 6720/04

Descrição: Bem de 1945.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: Em 1935, a cidade tornou-se, através de um decreto governamental, Estância Hidromineral e Climatérica. No entanto, desde o início do século XX, temos notícias da cidade como estância de cura da Tuberculose. As primeiras fontes encontradas acerca da acolhida de tísicos datam de 1905.

Poucos dados acerca do mesmo temos no momento. Sua origem e data de nascimento ainda são desconhecidas. Chegou à cidade em 1929, a convite da Santa Casa de Misericórdia, para trabalhar como tisiólogo.

O Boletim Médico, iniciado em 1930, tinha como redator e principal colaborador o Dr. João Batista. Seus textos são em grande maioria, uma defesa da criação da Estância Climatérica, do estabelecimento de sanatórios populares, de maneira a não haver “constrangimentos” entre as diversas camadas sociais, do tratamento em clima de média altitude e pelo tratamento clínico da doença, chamado de c-c-c – cama, comida e clima. Este boletim foi um dos importantes documentos acerca do pensamento dos médicos especializados em tuberculose, das mais diferentes vertentes políticas, que influenciaram definitivamente a expansão urbana da cidade.

João Batista de Souza Soares foi, em 1935, presidente da Associação Esportiva São José, em 1946, Diretor clínico do Sanatório Ezra, tisiologista do Sanatório Vicentina Aranha, orador oficial do Centro de Cultura local, presidente do Conselho Consultivo da cidade em 1936 e vereador pelo PRP na gestão de 1951, além de membro da Diretoria do Tênis Clube São José. Teve ainda várias de suas reportagens publicadas na imprensa da cidade de São Paulo. Demonstra com isso, ter bastante influência na sua especialidade médica, na área política, além de um contato social amplo, que pode ser demonstrado posteriormente.

Na década de 30, possuía consultório na rua 15 de Novembro e residência na avenida nove de julho, 117. Em 1944, iniciou a construção de sua residência na Rua Sebastião Humel. Esta foi projeto de um engenheiro paulista e teve como construtor o sr. Emílio Servija Martins. Foi inaugurada em Junho de 1945, com benzimento e recepção, demonstrando a interação com a “sociedade” joseense:

O benzimento da confortável residência do Dr. João Batista de Souza Soares – D. Lourdes Souza Soares.

Dia 23, à noite, o distinto casal Dr. João Batista S. Soares – D. Lourdes Souza Soares, após o benzimento de sua confortável residência pelo revdo Padre Osvaldo Bindão, ofereceu as pessoas de suas relações de amizade uma recepção de caracter intimo, ofertando aos presentes farta mesa de iguarias e doces, champanha e cokteil (…) (Correio Joseense, 24/06/1945, n° 1046.).

Participou da Revolução Constitucionalista de 1932, juntamente com Costanzo de Finis, Pedro Rachid, Vieira Macedo, através do Ouro para Vitória. Faleceu em 14 de Julho de 1979.

O imóvel permaneceu como residência nas mãos da família até o ano 2000, quando foi vendida a Andréa Petini, que entrou na Prefeitura Municipal com um pedido de mudança de uso de residência para uso em fins comerciais, sendo atualmente usado como agência de emprego temporário.

João Batista foi um dos médicos que nos propiciou ter um quadro mais amplo de suas idéias, graças a seus artigos, tanto no Boletim Médico, quanto nos Álbuns da cidade, além de jornais na capital do Estado. Nestes pode-se entrever um profissional que estimulava a intervenção do médico na vida urbana e social da cidade, além de um defensor férreo da Estância Hidromineral e Climatérica e do potencial de cura do Clima. Muitas de suas idéias, ou de sua classe profissional acabaram sendo executados no corpo da cidade.

Sua residência apresenta-se assim, não só um representante arquitetônico de uma época, mas também e principalmente, um dos poucos representantes da história privada dos médicos sanitários em São José.
Fonte: FCCR.

Histórico do Município: As origens de São José dos Campos remontam ao final do século 16, quando se formou a Aldeia do Rio Comprido, uma fazenda jesuítica que usava a atividade pecuarista para evitar incursões de bandeirantes. Porém, em 10 de setembro de 1611, a lei que regulamentava os aldeamentos indígenas por parte dos religiosos fez com que os jesuítas fossem expulsos e os aldeãos espalhados.

Os jesuítas voltaram anos mais tarde, estabelecendo-se em uma planície a 15 quilômetros de distância, onde hoje está a Igreja Matriz de São José, no centro. Este núcleo, que deu origem à cidade, tinha clima agradável e ficavam numa posição estratégica em caso de invasões. Novamente a missão passava aos olhares externos como fazenda de gado. Nesse período, a aldeia apresentou sérias dificuldades econômicas por causa do grande fluxo de mão de obra para o trabalho nas minas.

Em 1759, os jesuítas foram expulsos do Brasil, e todas as posses da ordem confiscadas por Portugal. Na mesma época, Luis Antonio de Souza Botelho Mourão, conhecido como Morgado de Mateus, assumiu o governo de São Paulo, com a incumbência de reerguer a capitania, mera coadjuvante num cenário em que Minas Gerais se destacava pela atividade mineradora. Uma das primeiras providências foi elevar à categoria de vila diversas aldeias, entre elas São José, com o objetivo de aumentar a arrecadação provincial.

Mesmo antes de se tornar freguesia, a aldeia foi transformada em vila em 27 de julho de 1767 com o nome de São José do Paraíba. Foram erguidos o pelourinho e a Câmara Municipal, símbolos que caracterizavam a nova condição. Entretanto, a emancipação política não trouxe grandes benefícios até meados do século 19, quando o município passou a exibir sinais de crescimento econômico, graças à expressiva produção de algodão, exportado para a indústria têxtil inglesa.

Depois de ocupar posição periférica no período áureo do café no Vale do Paraíba, São José dos Campos ganhou destaque nacional na chamada fase sanatorial, quando inúmeros doentes procuravam o clima da cidade em busca de cura para a tuberculose. Gradativamente já estava sendo criada uma estrutura de atendimento, com pensões e repúblicas.

Em 1924 foi inaugurado o Sanatório Vicentina Aranha, o maior do país. Somente em 1935, com os investimentos do governo de Getúlio Vargas e a transformação do município em estância climatérica e hidromineral, o município pôde investir em infraestrutura, principalmente na área de saneamento básico, que no futuro viria a ser um trunfo a mais para a atração de investimentos destinados ao desenvolvimento industrial.

Entre 1935 a 1958, a cidade foi administrada por prefeitos sanitaristas, nomeados pelo governo estadual. A autonomia para eleger o prefeito foi perdida em 1967, durante o regime militar, e reconquistada em 1978.

O processo de industrialização da de São José dos Campos tomou impulso a partir da instalação, em 1950, do então Centro Técnico Aeroespacial (CTA) – hoje Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) – e inauguração da Via Dutra, em 1951. Nas décadas seguintes, com a consolidação da economia industrial, a cidade apresentou crescimento demográfico expressivo, que também acelerou o processo de urbanização.

Nos anos 90 e início do século 21, São José dos Campos passou por um importante incremento no setor terciário. A cidade é um centro regional de compras e serviços, com atendimento a aproximadamente 2 milhões de habitantes do Vale do Paraíba e sul de Minas Gerais.
Fonte: IBGE.

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