São José dos Campos – Antigo Cine Teatro São José


Foto: Claudio Vieira – Imagem: Prefeitura Municipal

O Antigo Cine Teatro São José foi tombado pela Prefeitura Municipal de São José dos Campos-SP por sua importância cultural para a cidade.

COMPHAC – Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da cidade de São José dos Campos-SP
Nome Atribuído: Biblioteca Pública Municipal, antigo Cine Teatro São José
Localização: R. Quinze de Novembro, n° 99 – Centro – São José dos Campos-SP
Resolução de Tombamento: Lei Municipal n° 4567/94
Uso Atual: Biblioteca Pública Cassiano Ricardo

Descrição: O edifício da atual Biblioteca Pública Municipal de São José dos Campos surgiu a partir de sugestão de uma comissão municipal que, em 1907, propôs a construção de um teatro para a cidade. Em 24 de dezembro de 1910 foi inaugurado o então chamado Theatro São José, construído em estilo eclético, que teve como construtor o Major de Finis, como mestre de obras Graciano Facchini e como proprietário Bertolino Leite Machado. Durante as décadas de 1910 e 1920, esteve no centro da vida cultural do município, funcionando também como cinema e local para bailes populares.

Embora tenha sido um dos poucos meios de lazer do joseense até a década de 1940, já a partir dos anos 1930 o Theatro São José passa a ser alvo de ataques do jornal Correio Joseense, que criticava a falta de higiene de suas instalações. De fato, a importância de reduzir os riscos de contágio da tuberculose e a condição de estância hidromineral e climatérica da cidade não recomendavam que estivesse em operação um teatro concebido como aquele: fechado, sem ventilação e sem luz direta. Além disso, com o crescimento da cidade, queria-se ter um cinema “à altura de seu desenvolvimento”. Tal foi a campanha e a pressão que, em 1940, o prefeito sanitário (como eram chamados os prefeitos de estâncias como São José dos Campos) mandou fechá-lo. No mesmo ano, foi construído o Cine Paratodos, e o prédio do Theatro, desapropriado, passou a ser patrimônio público.

Em 1941, após sofrer uma série de reformas e adaptações, instalaram-se nele a Prefeitura Municipal e a Câmara Municipal. No final da década de 1980, com a mudança da Prefeitura para o atual Paço Municipal, o antigo Theatro São José passou a sediar a Biblioteca Pública.

No decorrer dessas alterações de uso, o edifício sofreu várias modificações em seu interior: foi dividido em dois andares, fizeram-se diversas outras compartimentações internas e criou-se um anexo que interferiu negativamente na fachada.

Em 1986, por intermédio do Comphac (Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Artístico e Cultural), o edifício se tornou o primeiro imóvel do município a ser preservado por lei (Lei municipal nº 3142/86, de 09/06/1986). Na ocasião, foi classificado como EP-1 (Elemento de Preservação 1), o que impedia qualquer modificação mais radical e dificultava adaptações. Para que se pudesse realizar a sua restauração, foi necessário modificar a sua classificação para EP-2 (Lei municipal nº 5467/94, de 12/05/1994).

O projeto de restauração, feito sob orientação do Departamento de Patrimônio Histórico da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, propôs que o interior da Biblioteca Municipal Cassiano Ricardo trouxesse a lembrança de sua época de teatro, com os seus camarotes e galerias, porém adequados ao uso de uma biblioteca, com materiais mais atuais, como telas e estruturas metálicas e acrílico, entre outros.

Como resultado de uma pesquisa técnica que buscou as cores originais do prédio, este foi pintado na cor amarela, com detalhes em branco, visando sua melhor visualização.

As obras de restauro e ampliação foram executadas pela empresa Sérgio Porto Engenharia e concluídas em dezembro de 1996, sob contrato com a Prefeitura Municipal de São José dos Campos e supervisão do Departamento de Patrimônio Histórico, após aprovação do Comphac.

Em 2003 foi realizada nova reforma, com a colocação de pisos nos passadiços e a climatização com sistema de ar condicionado central, além de nova pintura.
Fonte: FCCR.

Histórico do Município: As origens de São José dos Campos remontam ao final do século 16, quando se formou a Aldeia do Rio Comprido, uma fazenda jesuítica que usava a atividade pecuarista para evitar incursões de bandeirantes. Porém, em 10 de setembro de 1611, a lei que regulamentava os aldeamentos indígenas por parte dos religiosos fez com que os jesuítas fossem expulsos e os aldeãos espalhados.

Os jesuítas voltaram anos mais tarde, estabelecendo-se em uma planície a 15 quilômetros de distância, onde hoje está a Igreja Matriz de São José, no centro. Este núcleo, que deu origem à cidade, tinha clima agradável e ficavam numa posição estratégica em caso de invasões. Novamente a missão passava aos olhares externos como fazenda de gado. Nesse período, a aldeia apresentou sérias dificuldades econômicas por causa do grande fluxo de mão de obra para o trabalho nas minas.

Em 1759, os jesuítas foram expulsos do Brasil, e todas as posses da ordem confiscadas por Portugal. Na mesma época, Luis Antonio de Souza Botelho Mourão, conhecido como Morgado de Mateus, assumiu o governo de São Paulo, com a incumbência de reerguer a capitania, mera coadjuvante num cenário em que Minas Gerais se destacava pela atividade mineradora. Uma das primeiras providências foi elevar à categoria de vila diversas aldeias, entre elas São José, com o objetivo de aumentar a arrecadação provincial.

Mesmo antes de se tornar freguesia, a aldeia foi transformada em vila em 27 de julho de 1767 com o nome de São José do Paraíba. Foram erguidos o pelourinho e a Câmara Municipal, símbolos que caracterizavam a nova condição. Entretanto, a emancipação política não trouxe grandes benefícios até meados do século 19, quando o município passou a exibir sinais de crescimento econômico, graças à expressiva produção de algodão, exportado para a indústria têxtil inglesa.

Depois de ocupar posição periférica no período áureo do café no Vale do Paraíba, São José dos Campos ganhou destaque nacional na chamada fase sanatorial, quando inúmeros doentes procuravam o clima da cidade em busca de cura para a tuberculose. Gradativamente já estava sendo criada uma estrutura de atendimento, com pensões e repúblicas.

Em 1924 foi inaugurado o Sanatório Vicentina Aranha, o maior do país. Somente em 1935, com os investimentos do governo de Getúlio Vargas e a transformação do município em estância climatérica e hidromineral, o município pôde investir em infraestrutura, principalmente na área de saneamento básico, que no futuro viria a ser um trunfo a mais para a atração de investimentos destinados ao desenvolvimento industrial.

Entre 1935 a 1958, a cidade foi administrada por prefeitos sanitaristas, nomeados pelo governo estadual. A autonomia para eleger o prefeito foi perdida em 1967, durante o regime militar, e reconquistada em 1978.

O processo de industrialização da de São José dos Campos tomou impulso a partir da instalação, em 1950, do então Centro Técnico Aeroespacial (CTA) – hoje Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) – e inauguração da Via Dutra, em 1951. Nas décadas seguintes, com a consolidação da economia industrial, a cidade apresentou crescimento demográfico expressivo, que também acelerou o processo de urbanização.

Nos anos 90 e início do século 21, São José dos Campos passou por um importante incremento no setor terciário. A cidade é um centro regional de compras e serviços, com atendimento a aproximadamente 2 milhões de habitantes do Vale do Paraíba e sul de Minas Gerais.
Fonte: IBGE.

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