São José dos Campos – Cinema Paratodos


Imagem: Google Street View

O Cinema Paratodos foi tombado pela Prefeitura Municipal de São José dos Campos-SP por sua importância cultural para a cidade.

COMPHAC – Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da cidade de São José dos Campos-SP
Nome Atribuído: Cinema Paratodos
Localização: R. Coronel José Monteiro, n° 168 -Centro – São José dos Campos-SP
Resolução de Tombamento: EP-2 – Lei Municipal n° 3358/88

Descrição: Bem de 1941.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: O Cine Paratodos foi inaugurado em 29 de junho de 1941, na rua Coronel José Monteiro, 168, Centro. É um dos prédios mais antigos da cidade na área de diversões.

Em 1939, foi aprovado pelo prefeito sanitário o ato nº 28, de 9 de março, que dava dez anos de isenção do imposto predial a quem fizesse um cine-teatro na cidade. Isto era uma maneira de incentivar este tipo de entretenimento, à “altura do progresso e aumento da população” como dizia o jornal Correio Joseense. Quando o Cine Paratodos foi inaugurado, este veio como símbolo desta “fase de ouro” da cidade. Tanto que as máquinas de projeção foram expostas na entrada do Cine, como exemplo desta modernidade.

Tinha capacidade para mil espectadores sentados e os mais modernos equipamentos da época. Além da exibição de filmes, algumas vezes foi utilizado para palestras. Sofreu, como a maioria dos cinemas, o processo de diminuição de seu público, devido à chegada da televisão e outros entretenimentos que lhe faziam concorrência. Durante os últimos anos de atividade, exibia filmes pornográficos, numa tentativa de se manter em funcionamento.

Em 15 de julho de 1988, foi preservado pela lei municipal n.º 3358/88.

Foi fechado pelas autoridades municipais duas vezes em 1992, fechando para reforma em fevereiro do mesmo ano. Dois meses depois reabriu, passando filmes pornográficos. Neste mesmo ano, foi aprovado pelo Comphac, proposta de compra ou locação do Cine Paratodos, destinando-o como Casa de Espetáculo sob a administração e uso da Fundação Cultural Cassiano Ricardo.

Esta proposta não vingou. No entanto, em 1995, foi assinado o Decreto nº 8686/95, declarando de utilidade pública para fins de desapropriação o prédio onde antes havia o Cine Paratodos. Desta forma, buscou-se diversas vezes o proprietário (Companhia de Cinemas do Vale do Paraíba), para negociações, no sentido de compra do prédio histórico.

Ao mesmo tempo, este continuou em funcionamento, até 1998, quando fechou definitivamente.

Em 1999, o proprietário encaminhou ao Comphac, proposta de restauração e adequação do prédio à novo uso, no caso, um Shopping. Esta proposta foi aprovada, por não ferir a lei de Preservação do edifício. No entanto, o projeto não foi executado pelo proprietário.

Na segunda metade de 1999, nova proposta de compra foi realizada pela Prefeitura. No entanto, não houve acordo novamente com o vendedor. Em 2000, perdeu valor o Decreto de utilidade pública, válido por cinco anos. O proprietário continua interessado na venda do imóvel.

Em 2002 o imóvel foi vendido.  Diante da necessidade de reforma para adequação de uso, em 2004 iniciam as obras sob a orientação e acompanhamento do DPH.  Tais obras foram realizadas na parte central, onde era o foyer, alterado para abrigar o Financial Citybank.  Nas laterais e na plateia, onde eram realizadas as projeções, foram retiradas as escadas e nivelado o piso, sendo recolocados novos pisos cerâmicos. Nesta área encontra-se um mini-shopping, com acesso pelas laterais.
Fonte: FCCR.

Histórico do Município: As origens de São José dos Campos remontam ao final do século 16, quando se formou a Aldeia do Rio Comprido, uma fazenda jesuítica que usava a atividade pecuarista para evitar incursões de bandeirantes. Porém, em 10 de setembro de 1611, a lei que regulamentava os aldeamentos indígenas por parte dos religiosos fez com que os jesuítas fossem expulsos e os aldeãos espalhados.

Os jesuítas voltaram anos mais tarde, estabelecendo-se em uma planície a 15 quilômetros de distância, onde hoje está a Igreja Matriz de São José, no centro. Este núcleo, que deu origem à cidade, tinha clima agradável e ficavam numa posição estratégica em caso de invasões. Novamente a missão passava aos olhares externos como fazenda de gado. Nesse período, a aldeia apresentou sérias dificuldades econômicas por causa do grande fluxo de mão de obra para o trabalho nas minas.

Em 1759, os jesuítas foram expulsos do Brasil, e todas as posses da ordem confiscadas por Portugal. Na mesma época, Luis Antonio de Souza Botelho Mourão, conhecido como Morgado de Mateus, assumiu o governo de São Paulo, com a incumbência de reerguer a capitania, mera coadjuvante num cenário em que Minas Gerais se destacava pela atividade mineradora. Uma das primeiras providências foi elevar à categoria de vila diversas aldeias, entre elas São José, com o objetivo de aumentar a arrecadação provincial.

Mesmo antes de se tornar freguesia, a aldeia foi transformada em vila em 27 de julho de 1767 com o nome de São José do Paraíba. Foram erguidos o pelourinho e a Câmara Municipal, símbolos que caracterizavam a nova condição. Entretanto, a emancipação política não trouxe grandes benefícios até meados do século 19, quando o município passou a exibir sinais de crescimento econômico, graças à expressiva produção de algodão, exportado para a indústria têxtil inglesa.

Depois de ocupar posição periférica no período áureo do café no Vale do Paraíba, São José dos Campos ganhou destaque nacional na chamada fase sanatorial, quando inúmeros doentes procuravam o clima da cidade em busca de cura para a tuberculose. Gradativamente já estava sendo criada uma estrutura de atendimento, com pensões e repúblicas.

Em 1924 foi inaugurado o Sanatório Vicentina Aranha, o maior do país. Somente em 1935, com os investimentos do governo de Getúlio Vargas e a transformação do município em estância climatérica e hidromineral, o município pôde investir em infraestrutura, principalmente na área de saneamento básico, que no futuro viria a ser um trunfo a mais para a atração de investimentos destinados ao desenvolvimento industrial.

Entre 1935 a 1958, a cidade foi administrada por prefeitos sanitaristas, nomeados pelo governo estadual. A autonomia para eleger o prefeito foi perdida em 1967, durante o regime militar, e reconquistada em 1978.

O processo de industrialização da de São José dos Campos tomou impulso a partir da instalação, em 1950, do então Centro Técnico Aeroespacial (CTA) – hoje Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) – e inauguração da Via Dutra, em 1951. Nas décadas seguintes, com a consolidação da economia industrial, a cidade apresentou crescimento demográfico expressivo, que também acelerou o processo de urbanização.

Nos anos 90 e início do século 21, São José dos Campos passou por um importante incremento no setor terciário. A cidade é um centro regional de compras e serviços, com atendimento a aproximadamente 2 milhões de habitantes do Vale do Paraíba e sul de Minas Gerais.
Fonte: IBGE.

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