São Paulo – Complexo da Companhia Nitro Química


Imagem: Yasmin Darviche

O Complexo da Companhia Nitro Química, em São Paulo-SP, é um registro das transformações geradas pela industrialização e testemunhos de processos produtivos.

CONPRESP  – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo
Nome atribuído: 
Complexo da Companhia Nitro Química
Localização: Av. Dr. José Artur Nova, nº 951 – São Miguel Paulista – São Paulo-SP
Resolução de Tombamento: Resolução 10/12

Descrição: Considerando a importância histórica da presença da Companhia Nitro Química Brasileira no crescimento e urbanização do bairro de São Miguel Paulista, conforme manifestado no pedido de abertura de tombamento solicitado por segmentos da sociedade civil, e como marco relevante no processo de industrialização da cidade de São Paulo;
Considerando a importância dos conjuntos industriais e seus elementos arquitetônicos como patrimônio industrial de especial relevância no panorama econômico, social e cultural de São Paulo;
Considerando o patrimônio industrial como registro das transformações geradas pela industrialização e, portanto, aglutinador de importantes valores históricos, sociais, tecnológicos e arquitetônicos, testemunhos das técnicas construtivas tradicionais e dos processos produtivos dos primórdios da industrialização paulista; e
Considerando a importância de alguns prédios e elementos constitutivos da fábrica da Companhia Nitro Química Brasileira como referenciais importantes na paisagem histórica do bairro de São Miguel Paulista.
Fonte: Processo de Tombamento.

Implantação: 1935
Atuação: 1936 – atual
Proprietário: Companhia Nitro Química Brasileira – CNQB
Gestão original: Sociedade Irmãos Klabin e Votorantim

Gestão atual:
Nitro Química
Bibliografa: ARANTES, 1978; AZEVEDO, 1945; BOMTEMPI, 1970; CALDEIRA, 1984; CONPRESP, 2010, 2011; FONTES, 1997, 2002; MORCELLI, 2013; REIS, 2017; ROCHA, 1992; SPOSITO, 1987; TONAKI, 2013; VIANA, 1982.

Descrição: A fábrica da Companhia Nitro Química Brasileira foi instalada no bairro de São Miguel Paulista em 1935, a partir da compra de equipamentos de uma antiga fábrica norte americana chamada Turbize Chatillion, que falira com a crise de 1929. Sua produção inicial se voltava para a confecção de fbras artifciais, cujo produto fnal era o rayon, usado para fabricação de seda artifcial. Foi implantada sob atuação de uma associação entre José Ermínio de Moraes, Wolf Klabin e Horácio Lafer, a chamada Companhia Nitro Química Brasileira, com incentivos do Governo Federal para fortalecimento de indústria de base no Brasil. A região de São Miguel foi escolhida para a implantação da fábrica por conta da grande disponibilidade de terras a baixo custo, a proximidade com o Rio Tietê e com a ferrovia.
Segundo Tonaki (2013), as relações da fábrica com o Estado foram muito além dos acordos fnanceiros. A lógica de ocupação do bairro e a relação com seus empregados em muito respondeu à política populista que vinha sendo aplicada no governo Vargas. Aproveitando-se de uma região distante do centro, em que a ocupação urbana era bastante discreta e a oferta de serviços à população resumia-se em pequenos comércios, a fábrica lançou-se à política de assistência ao trabalhador, objetivando a partir do suprimento da demanda por moradia, lazer, educação e saúde, estabelecer um censo de coletividade e identidade com a empresa.
A CNQB se manteve, durante a Segunda Guerra Mundial, como a principal indústria química do Brasil. Entretanto, nos anos 1960 entrou em uma crise que demandou reformulação da empresa ao longo das décadas seguintes. Atualmente a fábrica continua atuando no ramo da indústria química, porém com outra forma de produção, com o nome de Nitro Química. Desde meados dos anos 1990 não atua mais em equipamentos assistenciais no bairro, porém continua muito presente na memória dos moradores, tendo contribuído para o “melhor momento do bairro”, segundo entrevistados como João dos Santos. Os remanescentes da constituição inicial da fábrica, representados pelas chaminés, o muro, e a portaria principal – reconhecidos em 2012 como patrimônio pelo órgão municipal, Conpresp -, e também as ruínas da Sede Social do clube, indicam o poder que fábrica teve no bairro, elementos importantes para a constituição da paisagem e história de São Miguel Paulista.
Fonte: Yasmin Darviche.

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Yasmin Darviche


Comentários

  1. j batista |

    estão cogitando a demolição do extinto Club da nitro…não se pensa na historia só valores imobiliários que interessa

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