Sapé – Casa onde viveu o Poeta Augusto dos Anjos


A Casa onde viveu o Poeta Augusto dos Anjos faz parte do Conjunto Usina Santa Helena, em Sapé-PB, tombado por sua importância cultural para o Estado.

IPHAEP – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba
Nome Atribuído: Área onde estão situados a Casa onde viveu o Poeta Augusto dos Anjos, as Ruínas da Casa da Ama de Leite Guilhermina, a Capela de São Francisco, o Tamarineiro e Antiga Lagoa do Engenho Pau d’Arco – Usina Santa Helena – Sapé-PB
Localização: Usina Santa Helena – Sapé-PB
Decreto de Tombamento: Decreto n° 22.080, de 03/08/2001

Descrição: Imagine-se descansando à sobra de uma árvore frutífera, tipo um pé de Tamarindo. Não é uma metáfora e sim uma proposta, um convite a um passeio pela história e vida de um dos maiores poetas brasileiros. Em Sapé existe, desde 2006, o Memorial Augusto dos Anjos que tem por objetivo a preservação e a divulgação da Casa de Guilhermina, Ama de Leite do poeta, e também o acervo nela contido, tornando-o uma referência sobre a vida e obra do poeta.

O Memorial fica distante de João Pessoa um pouco mais de 49 km e vale a pena a curta viagem. Todos os bens culturais que estão disponíveis para visitação pública no antigo casarão. No local estão livros, fotos, documentos sobre e do poeta Augusto dos Anjos. Ao passear pelo amplo terreno, onde um dia pertenceu à família do homenageado, é possível conhecer, ver, tocar e descansar à sobre o pé de Tamarindo e sentir a tranquilidade do lago descrito por Augusto. Além disso, é possível conhecer, através de painéis aspectos da vida e obra do poeta. O Memorial conta ainda com biblioteca voltada ao universo anjosiano, cópias e documentos originais pessoais, entre outras raridades.
Fonte: Governo do Estado.

Augusto dos Anjos: O Poeta Paraibano, AUGUSTO DE CARVALHO RODRIGUES DOS ANJOS, nasceu no dia 20 de abril de 1884, no engenho Pau D’Arco Vila do Espírito Santo, hoje município de Sapé na Paraíba, onde viveu boa parte de sua curta, embora intensa existência. Poeta Brasileiro de caso original na literatura brasileira é autor de um único livro de grande popularidade, intitulado “EU” de 1912. Nascido de uma família de proprietários de engenho, Augusto foi alimentado com leite de escrava, escrava a qual tinha grande amizade, Guilhermina.

O próprio Pai foi seu preceptor. Dele e de seus irmãos, ensinando-lhes desde as primeiras letras e exames preparatórios, e, até Direito. Em 1903, matricula-se na Faculdade de Direito de Recife. Suas primeiras poesias publicadas no “ O Comércio ”, da Paraíba, despertaram a atenção. Histérico, neurastênico, desequilibrado, era o tipo de julgamento a que Augusto teria que se acostumar. Na Paraíba foi chamado de Doutor Tristeza. Formou-se em 1907. Retornou à capital paraibana, onde lecionou Literatura Brasileira. Casou-se em 1910, com Ester Fialho. Com ela teve três filhos, sendo que o primeiro morreu ainda prematuramente. Nesse ano é afastado do cargo de professor do Liceu Paraibano por desentendimento com o governador. Decepcionado com o ambiente, muda-se para o Rio de Janeiro e dedica-se ao magistério dando aula como professor substituto de Geografia, Cosmografia e Corografia do Brasil no Ginásio Nacional e ainda dava aulas particulares em diferentes bairros.

A juventude de Augusto dos Anjos foi passada na época de grandes escritores e poetas, donde se tem conhecimento da expansão do movimento literário em nosso país, onde figuras de renome tais como: Olavo Bilac, Cruz e Souza, Alberto de Oliveira, Graça Aranha (época de lançamento o livro – Os Sertões de Elclydes Cunha), Raimundo Corrêa, Vicente de Carvalho. E entre esses grandes nomes, que em 1912 Augusto dos Anjos lança seu único Livro “ EU ”. Entre admiradores que foram de início, poucos e críticos, Augusto chegou fazendo muito barulho, descobrindo por fim a crítica que nasceu após o lançamento de sua obra, ao inovar com suas ideias modernas, onde a tendência à morbidez, a volúpia estranha e uma tensão quase sádica, se fazia presente a cada poema… Augusto se apóia nos termos e palavras duramente científicas, e, ao contrário dos poetas latino – americanos, não possuía obsessão das palavras suaves e nem das vogais sempre doces. Não foi sem motivo que ficou conhecido como o Poeta da Morte! Augusto era uma figura extremamente sensível introspectivo, triste, era capaz de açambarcar a dor de alguém e fazer dela a sua dor. Sua figura singela, seu jeito excêntrico de pássaro molhado com medo da chuva, enternecia, talvez devido à sua meninice sem encantos.

Amava o Pai, o Pé de Tamarindo do Engenho onde nasceu, os livros… mas não faz alusão tropical em que vivia em nenhuma de suas poesias. Sua introspecção o levava a ficar horas esquecidas debaixo do seu Pé de Tamarindo, a pensar, a divagar. Seria abstração? Com que sonharia Augusto? Era como se sua alma estivesse ausente, lá bem longe a buscar os encantos da mocidade, a buscar os encantos da mocidade, a buscar felicidade que ele não conhecia! Augusto dos Anjos é um poeta único em nossa literatura.

Em 1914, no dia 22 de Junho transferiu-se para Leopoldina – Minas Gerais, para assumir a direção de Grupo Escolar Ribeiro Junqueira onde ocupou o cargo de diretor por influência do seu cunhado Rômulo Pacheco, residente na cidade. Depois de viver cinco meses em seu novo lar, ele faleceu aos 12 de novembro de 1914, após dez dias de sofrimento com pneumonia dupla. Ela tinha apenas 30 anos de idade. Deixou a viúva D. Ester e os filhos Glória e Guilherme. Foi sepultado no cemitério N. S. do Carmo em Leopoldina – Minas Gerais.
Fonte: Governo do Estado.

Histórico do município: O povoado começou com a Estação da Estrada de ferro Great-Western, a qual foi fundada em 1882. Antes dessa urbana edificação havia um sítio, na época, ocupado pela próspera localidade. Depois de fundada a Estação, o povoado foi se estendendo para leste e oeste, formando assim quase dois bairros conhecidos pelos nomes de Sapé de Baixo e Sapé do Meio, este último, assim denominado em razão de um quase bairro que estava situado mais além com o nome de Sapé de Cima. Neste último achava-se a Capela de Jesus, Maria e José ou da Sagrada Família, primeira da localidade. O povoado tal qual se o acaba de descrever, estendeu a sua parte principal para o lado de Sul deste, ultrapassando o local em que se achava situada a capela Nossa Senhora da Conceição. Esta foi edificada no ano de 1901, iniciada pelo então Sr. Manoel Antônio Fernandes e terminada pelo Sr. Simplício Coelho.

A denominação Sapé originou-se da existência de um tipo de capim abundante na região, conhecido pelos indígenas como EÇAPE, o que alumia o caminho, o que dá claridade. Dele se serviam para fazer fachos de iluminar as travessias noturnas. Data a criação do distrito e do município em 7 de março de 1896, com a denominação de Espírito Santo, segundo a Lei Estadual nº 40. A povoação de Cruz do Espírito Santo e a Vila de Pedras de Fogo foram transferidas para o novo município.

Em 1º de dezembro de 1925, por determinação da lei Estadual nº 627 do então Presidente do Estado da Paraíba, Doutor João Suassuna, foi criado o município de Sapé, elevado à categoria de vila. Atualmente compreende ao município, apenas o distrito de Renascença, visto que Sobrado e Riachão do Poço emanciparam-se em 1996.
Fonte: Prefeitura Municipal.

CONJUNTO:
Sapé – Conjunto Usina Santa Helena

MAIS INFORMAÇÕES:
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