Serro – Igreja de Nossa Senhora do Carmo


Imagem: Iphan

A Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Serro-MG, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja de Nossa Senhora do Carmo
Localização: Largo do Carmo – Serro – MG
Número do Processo: 318-T-1942
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 262, de 24/11/1949

Descrição: A construção deste templo se deu por iniciativa da Ordem Terceira do Carmo local que, desmembrada da Irmandade carmelita do arraial do Tijuco, formou-se, autonomamente, na Vila do Príncipe. Em 1768, os Irmãos obtiveram do Senado da Câmara, o terreno onde fizeram edificar a igreja. Em 1780, já se trabalhava na fachada, pois em junho deste ano foi ajustado com o mestre José da Silva Ribeiro, o trabalho de edificação das torres. A 20 de julho do ano seguinte, o templo foi consagrado o que indica que as obras estavam praticamente concluídas. Mas, muito provavelmente, pela precariedade e fragilidade do material empregado – taipa e madeira – cedo a edificação já reclamava cuidados de reconstrução e/ou reformas. Assim, durante praticamente todo o século XIX a igreja sofreu inúmeras intervenções visando sua estabilidade. Entre os anos de 1860/64, por exemplo, o governo da Província consignou à mesa administrativa da Ordem, auxílios financeiros para obras de reparo e, no final do século, precisamente entre 1892/93, novamente tem-se notícias de vários outros trabalhos de reforma que incluíam pintura, consertos de paredes, telhados e torres. Uma restauração executada no final daquele século, desfigurou a fachada original: fechamento de duas entradas, substituição de portas-sacadas das torres por janelas com peitoril de massa e descaracterização da portada, dentre outras alterações. Já sob a responsabilidade do IPHAN, ocorrem novas modificações e restaurações como as de 1954, as realizadas entre 1968 e 1970 – a igreja estava ameaçada de desabamento, com o teto, o altar-mor e assoalho carecendo de consertos, o que inclusive provocou a sua interdição pelo vigário local -, e as de 1975 e 1985, que se constituíram eme pequenas intervenções, visando apenas sua conservação. O templo situa-se no antigo Largo da Cavalhada, atualmente denominado do Carmo, apresentando um adro protegido por arrimos de pedra, ao qual se tem acesso por dois lanços de escadaria. possui estrutura autônoma e cunhais de madeira, paredes de taipa e cobertura em duas águas. A planta obedece ao partido tradicional das edificações religiosas da região: nave, capela-mor (englobando o consistório ao fundo), torres quadrangulares destacadas do corpo da construção, ao qual se agregaram posteriormente dois anexos laterais com função de sacristias. A tarja talhada em madeira policromada, que arrematava o antigo frontispício – antes da intervenção danosa já referida – ligava-se, no dizer de Carlos del Negro, harmoniosamente à porta por enrolamentos que tangenciavam os coruchéus das pilastras, compondo graciosamente o conjunto. Esta mesma tarja está hoje no interior da igreja e se compõe pela cena de Nossa Senhora do Carmo com o Menino nos braços, entregando os escapulários a São Simão Stock, ajoelhado à esquerda e, logo abaixo, em pequeno medalhão cercado de volutas e outros ornatos, as insígnias da Ordem Carmelita. Internamente, a igreja apresenta piso em campas, forros do tipo abóbada em tabuado, arco-cruzeiro de madeira com pintado imitando mármore e coro em balaustrada de madeira torneada. Os trabalhos de decoração formam um conjunto bastante gracioso, embora sem caráter excepcional, tendo, em princípios do século XIX, impressionado favoravelmente o naturalista francês Saint-Hilaire, que considerou sua ornamentação superior à de muitas igrejas da França. Os trabalhos de talha se resumem a três altares, dois púlpitos e ornatos em relevo do arco-cruzeiro, trabalhos estes de autoria desconhecida. Os do arco-cruzeiro parecem mais antigos que os do altar-mor que, na sua estrutura relativamente simples, apresenta elementos característicos do estilo neoclássico. Relativamente aos trabalhos de pintura, destaca-se do conjunto o painel do forro da capela-mor, de autor ignorado, que teria, segundo Carlos del Negro, pretendido aí uma espécie de adaptação simplificada da pintura do teto da capela-mor da Matriz da cidade de Santa Bárbara, executada por Manuel da Costa Athaíde, cerca de 1806.
Texto extraído de: Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados. VITAE/IPHAN.
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.
Fonte: Iphan.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Iphan
Patrimônio de Influência Portuguesa
Wikipedia


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