Sorocaba – Abrigo de Ônibus e Coreto da Praça Pio XII


Imagem: Prefeitura Municipal

O Abrigo de ônibus e Coreto da Praça Pio XII foram tombados pela Prefeitura Municipal por sua importância histórica e cultural.

CMDP – Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico e Paisagístico de Sorocaba
Nome atribuído: Praça Pio XII- Abrigo de ônibus e Coreto
Localização:Praça Pio XII – Sorocaba-SP
Processo de Tombamento: Processo nº 14.399/1997
Resolução de Tombamento: Decreto nº 16.437/2009
Descrição: Idealizada pelos empreendedores George Oetter e Frank Speers entre 1890 e 1895, a praça, junto com a igreja da Congregação Mariana, foi um dos elementos da nova vila operária, criada para atender os funcionários da Fábrica Santa Rosália. Em 1940, passou por uma remodelação completa, realizada pelo botânico iugoslavo Sigismund Soboslay, a pedido do então proprietário da fábrica, o Sr. Pereira da Silva. Foram alterados traçados das alamedas internas, introduzidas novas plantas e instalado o coreto, que abrigaria apresentações de música da Corporação Musical Carlos Alberto da Cianê. Com a expansão do bairro, entre 1950 e 1970, a igreja da Congregação junto à praça foi demolida para construção da atual Paróquia de Santa Rosália (1964). O processo de tombamento da praça foi aberto, em 1997, através do apelo popular de um grupo de moradores do bairro. Em 2007, muitas das construções antigas que fizeram parte do surgimento e evolução do bairro operário, como o Grupo Escolar (1920), o Ginásio, Escola Maternal (déc. 1940) e o Cine-Teatro (1950), foram demolidos para abrigar o Shopping Villagio.
Fonte: IAB – Núcleo Regional Sorocaba.

Descrição: No ano de 1890 fundam-se na cidade duas novas fábricas de tecidos, ambas distantes do centro urbano: A Votorantim e a Santa Rosália . Outras grandes indústrias têxteis implantadas em Sorocaba foram: a Fábrica Santa Maria, fundada em 1882; a Alvejaria, Tinturaria e Estamparia São Paulo, que começa a operar em 1909, dando origem à Companhia Nacional de Estamparia (CNE) e a Fábrica Santo Antônio, sendo concluída sua construção em 1913 em um terreno vizinho ao da Fábrica Nossa Senhora da Ponte.
Apesar de distintas, todas as indústrias têxteis de Sorocaba possuíam algo em comum: eram grandes estruturas fabris com fachadas em alvenaria de tijolos aparentes e aspecto de arquitetura inglesa. Possuíam vilas operárias (sendo a Votorantim e a Santa Rosália “verdadeiras cidades em ponto reduzido”) 8 e benefícios aos operários.
A Fábrica Santa Rosália, como citado no item anterior, foi uma das primeiras fábricas a ser instalada em Sorocaba. A sua construção (1890), a instalação da fábrica e da vila operária (1895) deveu-se graças à sociedade formada por George Oetterer e seu genro Frank Speers. Foi constituída originalmente com capitais do conselheiro Francisco de Paula Mayrinky e de um grupo carioca.
Em 1940 a Fábrica de Tecidos Santa Rosália S. A. e a Companhia Nacional de Estamparia passaram para o controle do Sr. Severino Pereira da Silva, “industrial pernambucano que já se notabilizava no Rio de Janeiro e em Minas Gerais por arrojadas iniciativas”.
Na década de 1950, Pereira da Silva utiliza do capital acumulado de suas indústrias e desenvolve um ambicioso projeto imobiliário para os arredores da Fábrica Santa Rosália e de sua vila operária – o Jardim Santa Rosália, um bairro com mais de 300 casas de três dormitórios, em ruas asfaltadas, destinadas a famílias de classe média. Com isso o bairro começa a ganhar a feição que possuí nos dias de hoje.
Para uma descrição concisa da evolução territorial do Bairro Santa Rosália, dividimos em 5 fases de transformações, sendo todos os edifícios construídos pela própria fábrica.
A primeira fase marca a implantação da Fábrica (1890-1895) e os primeiros anos de funcionamento nas mãos de Oetterer & Speers, juntamente com a construção da vila operária, da praça Pio XII e da Igreja da Congregação Mariana.
A segunda fase é marcada pela compra da Fábrica pelo grupo CNE (Companhia Nacional de Estamparia), trazendo muitas melhorias como o Grupo Escolar, Creche vizinha à fábrica (para possibilitar as mães amamentar os filhos a cada quatro horas), Grupo Musical (banda da Companhia), refeitório, consultório médico, armazéns (loja de armarinhos e açougue), iluminação elétrica e serviço de água encanada.
A Praça Pio XII, onde fica o busto do Senhor Pereira da Silva, e o Coreto estão em ótimo estado de conservação, apesar do traçado original da praça ter sido alterado em 1940 (a remodelação foi efetuada a pedido do Senhor Pereira da Silva, que contratou um botânico iugoslavo chamado Sigismund Soboslay).
Fonte: Prefeitura Municipal.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal
Fotos históricas


1 comments

  1. Walter Furtado de Jesus |

    Gostei da retrospectiva do Jd. Sta. Rosália. Residi no local de 1954 a 1977. Primeiramente como vila operária em casa da Cianê e depois, quando da venda das casas, meu pai adquiriu uma delas, na Av. Pereira da Silva. Só estranhei não mencionarem o chafariz que existia no meio da alameda diagonal, no quadrante do abrigo de ônibus, entre a palmeira imperial que ali existe e o coreto. Também não vi menção de um prédio antigo na rua do Zico esquina com uma rua conhecida como “praça são carlos”. Nesse prédio, na época (1960), tinha aula de corte e costura para as mulheres, e depois foi reformado e abrigou a Escola Primária SESI, patrocinada pela Cianê a partir de 1962. Na outra esquina da rua do Zico tinha um estabelecimento comercial conhecido como “bar da dona Letícia”. Ainda nesse local tinha duas palmeiras imperiais que existem até hoje, iguais as da praça Pio XII. Tinha também nessa região entre a fabrica Santa Rosália e o rio Sorocaba trilhos antigos do primeiro trajeto da Sorocabana, mas eram usados para manobra de vagões de carga. Tudo isso bem antes de se iniciarem as obras da avenida marginal. Se eu for escrever tudo que me vem a mente, quem vai ler vai se cansar. Será que há registro disso na prefeitura?

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *