Tomar do Geru – Igreja de Nossa Senhora do Socorro


Imagem: Google Street View

A Igreja de Nossa Senhora do Socorro, em Tomar do Geru-SE, foi erguida em 1688 e era a mais ornada e mais bela de todas as Igrejas Missionárias fora da Bahia.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja de Nossa Senhora do Socorro
Localização: Tomar do Geru-SE
Número do Processo: 291-T-1941
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 196, de 20/03/1943
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 262-A, de 20/03/1943
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: Antes da ocupação portuguesa, a região onde está hoje a cidade de Tomar do Geru era território dos índios cariri, pertencentes a uma família linguística que ocupava o sertão do Nordeste brasileiro desde o Ceará até à Bahia, afastados da linha da costa, que era domínio dos tupis. No século XVII, os cariris faziam resistência à ocupação dos sertões, gerando embates com os colonos luso-brasileiros, culminando com a Guerra dos Bárbaros, como ficou conhecida a série de conflitos ocorridos entre 1651 e 1704. Neste contexto, os jesuítas chegaram à região e criaram a “Missão do Geru”, mencionada no Catálogo Geral da Companhia de Jesus, em 1692­.
A igreja foi erguida em 1688, data gravada em algarismos romanos sobre a sua porta principal. A ela se referiu o padre Serafim Leite: “A Igreja levantada pelo padre Mamiani Della Rovere era a mais ornada e mais bela de todas as Igrejas Missionárias fora da cidade da Bahia”. Sua fachada é bastante simples. Tem apenas uma torre, de pouca altura, colocada ao lado do Evangelho. O corpo, delimitado por cunhais e cornija, contém uma única porta, três janelas que iluminam o coro e coroamento com frontão de suave ondulação. Segundo Germain Bazin, a fachada do templo foi modificada no século XIX.
Na distribuição espacial, repete‐se a solução de corredores laterais à nave e capela‐mor, totalmente cercada pela sacristia. O conjunto composto pelo arco‐cruzeiro, altares laterais e capela‐mor constitui o elemento de destaque, devido à talha que os ornamenta. Considerou Lúcio Costa ter sido este conjunto executado no final do século XVII, informação contestada por Germain Bazin, que lhe dá a datação aproximada de 172­0, sem apresentar argumentos sustentáveis para tal afirmativa. Germain Bazin, ao tratar sobre a arquitetura produzida pelos jesuítas no Brasil, disse ser esta igreja “decorada com as mais ricas talhas da região”. Ressaltou a peculiar rusticidade do trabalho executado por mão‐de‐obra indígena, participação evidenciada nas feições e proporções dos anjos inseridos num repertório formal, característico das talhas daquele período.
Fonte: Maria Berthilde Moura Filha.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Patrimônio de Influência Portuguesa
Wikipedia


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