Várzea Grande – Igreja Nossa Senhora da Conceição


Imagem: Prefeitura Municipal

A Igreja Nossa Senhora da Conceição, na cidade de Várzea Grande-MT, foi tombada por sua importância cultural.

SEC – Secretaria de Estado da Cultura do Mato Grosso
Nome Atribuído: Igreja Nossa Senhora da Conceição
Localização: Comunidade N. Sra. da Conceição / Passagem da Conceição – Rod. Mário Andreaza – Várzea Grande-MT
Resolução de Tombamento: Portaria n° 054/2006, de 17/10/2006

Descrição: Localizada no distrito da Passagem da Conceição, a praça fica movimentada durante os finais de semanas, graças ao fluxos de visitantes oriundos de Várzea Grande e de Cuiabá, que vão até a passagem para tomar banho de rio, e aproveitar a culinária regional.
Fonte: Governo do Estado.

Descrição: Situada na região norte mato-grossense, no trecho mais encachoeirado do Cuiabá acima, nos extremos dos limites cuiabanos com Várzea Grande, Passagem da Conceição, é o segundo Distrito de Paz do município. Como limites ao Sul e Leste o rio Pari e ao norte e oeste parte das linhas divisórias do município de Nossa Senhora do Livramento e, na íntegra, as de Acorizal, abrangendo esse distrito as áreas lavradias da região da margem do rio Pari, a Fazendinha, o Engenho, o Esmeril e a povoação do Espinheiro.
Inicia-se sua história quando em 1813 o lavrador Manoel Antonio da Conceição, a quem chamavam simplesmente “Conceição”, ali se fixou, lavrando a terra e concedendo travessia para outro lado do rio, a quantos o procuravam. Munido de uma canoa, dela se servia para ajuda ao “ganha-pão” que a lavoura lhe concedia, pois ali um porto natural encurtava as distâncias para a capital. Nessas paragens desertas, apenas a Fazendinha já existia, alguns quilômetros além, onde um senhorio (proprietário) de escravos se estabelecia e com seus negros explorava a terra movendo a lavoura e as catras (pequeno barco tripulado por um homem).
Ficando esta situada mais acima, onde o porto muito se afastava de Cuiabá, atalhavam os moradores, interessados pela Passagem do Conceição. Tanto fizeram, que as alusões se transformaram em costumes; pedir passagem ao Conceição” ou ir pelo porto da passagem do Conceição.
Um dia, outro senhor de escravos resolveu aproveitar aquelas terras, à margem direita do rio Cuiabá. Isso em pleno Império. Então uma leva de negros fora posta na ocupação das áreas lavradias de Passagem. Foi quando iniciou a construção de algumas casas, senzalas e até, um sobrado, frente à cachoeira, presumindo-se que tenha sido ali a residência do referido senhorio. A partir desse dia, Passagem começou sua ascensão e o porto, tornou-se de trânsito obrigatório, uma vez que não havia a ligação pela BR-364 e a gente, em demanda do sertão e vice-versa, passou a circular pela Conceição.
Vestígios de valas, escavações e o sobrado desaparecido com o tempo, assinalaram a passagem dessa escravatura até a libertação de 1888. Já ao alvorecer desse século, foram os veteranos dos nossos dias, encontrarem na posse da antiga sesmaria da Passagem da Conceição, o mulato Adão da Silva, casado com D. Rita, o qual se presume, teriam sido descendentes da união de escravos com brancos.
Por muito tempo a maioria dos habitantes do povoado era de cor negra, conforme uma das certidões comprovadas dos dias de escravidão, tão comum na época nos sertões do Brasil.
Também residiram nessas terras, no lugar denominado Morro, o senhor José Feliciano, chefe de prole numerosa, onde até hoje muitos dos seus descendentes são filhos do povoado.
O último ano do século XIX, a sesmaria da Passagem da Conceição foi vendida por aquele casal de mulatos por 200 mil réis, sendo entregue a servidão pública.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Igreja: Em 1910, graças ao empenho de Gabriel Modesto Curvo, angariando fundos e após obter colaboração do saudoso Arcebispo D. Aquino Corrêa, então presidente de Mato Grosso, erigiu-se a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, cuja imagem foi doada pelo Coronel Joaquim Cursino, um dos cuiabanos amigos de Passagem.
Um dos grandes colaboradores na construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição foi Bernardinho da Costa Arruda que juntamente com Gabriel Curvo e outros promoveram em sua casa as quermesses, leilões e bailes para angariar fundos destinados à construção da futura igreja. Bernardinho da Costa era muito amigo de Gabrielzinho, e foi em sua residência que a imagem de N.S. da Conceição ficou todo tempo necessário até construir a igreja. A população da então Passagem do Conceição ajudou a construir a igreja, que foi construída com adobe, um barro especial, utilizado para a produção de tijolo cru – que era retirado da localidade e levado em lombo de burros ou na cabeça ou nos ombros dos moradores em latas.
Fonte: Prefeitura Municipal.

A balsa: A balsa continuava sua curta e dramática “rota vai-e-vem”, sempre movida a varejão (vara grande) e o comércio local, exíguo, tinha como destaque os negócios oriundos da produção do chinelo, que por muito tempo foi famoso pela qualidade e pela quantidade que era vendida em Cuiabá, Várzea Grande, Poconé, Rosário Oeste, além das cotas remetidas para Corumbá.
A partir de 1916, o mercadinho passou a ter melhor movimento dos tropeiros, a fabricação do chinelo desenvolveu-se, graças à entrada de maior quantidade de solas e courinhos.
Outros moradores foram estabelecer-se ali e o comércio, que de início, contava apenas com os dois comerciantes passou a contar também com: Pedro Lino Marques Fontes, Guilherme Martin Leite, Gabriel Curvo e, logo depois pelos senhores Henrique Deodato da Silva e Antonio Sérgio Figueiredo.
Um dos veteranos da Passagem foi Manoel Venâncio de Figueiredo, que por muito tempo manteve ali a maior fábrica de chinelos, tendo sido político do lugar, até que a avançada idade lhe aconselhou aposentar.
Até 1929, Gabriel, o Gabrielzinho saudoso e popular anfitrião do sobrado velho do Beco do Ge com a Rua Grande, residiu na Passagem, onde prosperou, foi chefe político ao lado de Manoel Venâncio, Pedro Lino Marques Fontes (seu adversário) e outros, sendo sempre procurado quando das disputas eleitorais na Passagem.
Gabriel Curvo estabeleceu-se com comércio na Passagem, em 1906, quando eram poucas as casas, contando a vila com algumas fábricas manuais de chinelos e mais produtos de couro curtido à cinza.
Foi nos anos de 1920 e 1930 que a comunidade de Passagem da Conceição teve seu primeiro telefone, utilizado para comunicações mais urgentes com Cuiabá. Eram aparelhos do tipo grande, alongado, dependente das paredes, seu uso na vila teve curta duração.
Fonte: Prefeitura Municipal.

A lenda: Desde os antigos pescadores, até os dias de hoje fala-se muito na lenda do “Minhocão do Pari”, que sempre foi tido como um ser maldoso que vira canoas pelo prazer de ver os pescadores se afogarem.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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