Viçosa – E. M. Cel. Antônio Bernardes


Imagem: Google Street View

A E. M. Cel. Antônio Bernardes foi tombada pela Prefeitura Municipal de Viçosa-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Viçosa-MG
Nome atribuído: Escola Municipal Cel. Antônio Bernardes
Localização: R. Benjamin Araújo, n° 71 – Centro – Viçosa-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 3819/2004

Descrição: Até o advento da República no Brasil, de um modo geral, o ensino primário era incipiente e estava organizado quase que exclusivamente através das denominadas escolas isoladas, caracterizadas principalmente por reunir em um mesmo local e sobre a responsabilidade de uma única professora, crianças pertencentes a diferentes níveis de aprendizagem. As classes heterogêneas funcionavam de maneira precária, em locais improvisados, comumente na própria residência dos docentes, sem oferecer as mínimas condições de higiene.
O professor da escola isolada era também o dono de sua cadeira e a fiscalização do seu trabalho competia somente ao inspetor escolar, responsável por enviar os relatórios às Secretarias de Educação dos Estados. Nos relatos, os inspetores não poupavam críticas às escolas isoladas, que geralmente eram apontadas como atrasadas e com condições de trabalho e higiene péssimas.
É provável que a situação do ensino em Viçosa não fosse muito diferente, em termos temporais e espaciais, desse cenário apontado acima. Essa assertiva fica evidenciada quando se depara com fragmentos da história da educação no município que, nos seus primórdios, seguiu os mesmos parâmetros apontados por Wagner Ribeiro, em relação aos primeiros tempos da formação de Minas Gerais, onde “o trabalho educativo era muito rudimentar, nele tomando parte os pais, o mestre-escola, o mestre de reza, e, em algumas casas, um tio-padre” (Apud PANIAGO, 1990, p. 138).
[…]

A criação do Grupo Escolar Coronel Antônio da Silva Bernardes fez parte de um movimento muito mais amplo de reforma do ensino primário, na esfera pública. No entanto, a instalação de um único estabelecimento desse modelo, num município com uma população relativamente numerosa e dispersa em grande área territorial, somado ao reconhecimento e prestígio conferido ao trabalho dos docentes das escolas isoladas são algumas das justificativas para a permanência destas últimas, públicas ou particulares, mesmo após a institucionalização da educação primária dos grupos escolares.
[…]
No caso do Grupo Escolar que funcionou na cidade de Viçosa, a injunção política foi um forte vetor para seu ato de criação, em 1916, e de instalação, em 1922, graças ao poder representado pelo até hoje filho mais ilustre da cidade, o ex- presidente do Brasil (1922-1926), Arthur da Silva Bernardes, que entre 1910 e 1914, ocupou o cargo de Secretário de Finanças do Estado de Minas, retornando à Câmara Federal, em 1915, com novo mandato de Deputado Federal, e que, entre 1918 e 1922, foi presidente do Estado de Minas Gerais.
Não por acaso o nome escolhido para o Grupo Escolar, Coronel Antônio da Silva Bernardes, foi uma homenagem ao seu pai. Durante sua vida política, Bernardes procurou dotar a cidade com um sistema educacional de qualidadeiv. Em seu livro, Roberto Capri (1916) atribui a este político todas as benfeitorias realizadas na cidade: “O município de Viçosa tudo lhe deve: todos os melhoramentos nele encontrados, sem exceção de um só, são os frutos de seu trabalho e de sua ação conciliadora e persistente.”
Conforme a análise do livro que contém as Atas de Instalação e Exames, a população da cidade aguardava ansiosamente a inauguração do Grupo Escolar, uma vez que este novo espaço destinado à educação já se encontrava presente nos municípios vizinhos mais relevantes como, por exemplo, Ponte Nova e Visconde do Rio Branco, cujos congêneres foram criados respectivamente, em 1913 e 1915.
Conscientes dos benefícios que a instalação e funcionamento do Grupo Escolar trariam à infância da cidade, uma significativa parte da população e personalidades locais esteve presente à solenidade de inauguração da Escola Primária, ocorrida no dia 30 de setembro de 1922.
Fonte: Azevedo; Martins.

Histórico do município: O que existe de positivo sobre os primórdios da história de Viçosa é encontrado em assentamentos eclesiásticos que remontam a 1800. Anteriormente a esse ano, não se tem conhecimento de tradições ou lendas que nos leve a firmar idéia do que seria, já em 1832, a denominada freguesia de Santa Rita do Turvo.
Sabe-se que em princípio de 1800 existia um pequeno povoado que veio a ser o berço da atual cidade de Viçosa, tanto assim que em 8 de março daquele ano, um dos moradores, padre Francisco José da Silva, obtinha permissão de Frei Cipriano, então Bispo de Mariana, para no local erigir uma ermida sob a invocação de Santa Rita, a santa de sua devoção, o que contribuiu para que recebesse o povoado o nome de Santa Rita.
Trazendo inicialmente o lugarejo o topônimo da Ermida, teve depois o seu nome completado com o do rio que o atravessava – o Turvo – passando assim a chamar-se Santa Rita do Turvo, desde então se distinguindo o arraial de outros seus congêneres da Província de Minas.
Acredita-se que a construção da capela tenha sido o agente ou causa do povoamento inicial da futura sede da freguesia de Santa Rita do Turvo. Da primeira penetração do território municipal, nem por tradição se tem notícia, crendo-se que do desbravamento da região resultou a fixação de exploradores no local em que mais tarde pedia o padre Francisco José autorização para construir a Ermida de Santa Rita. Há razões para se crer tenham sido os primeiros moradores da região elementos humanos deslocados de Mariana, Ouro Preto e Piranga, em busca de terras próprias para a agricultura.
Pelos mesmos assentamentos paroquiais, em 1814 ainda existiam na região vestígios do elemento indígena. O distrito de Santa Rita do Turvo foi criado em 1832. O município foi criado em 1871.
Fonte: IBGE.

MAIS INFORMAÇÕES:
IBGE
Azevedo; Martins


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