Mariana – Igreja de Nossa Senhora do Rosário


Imagem: Google Street View

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Mariana-MG, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja de Nossa Senhora do Rosário
Outros Nomes: Igreja Matriz
Localização: Distrito de Santa Rita Durão – Mariana-MG
Número do Processo: 357-T-
Livro do Tombo Histórico: Inscrito em 11/1945
Livro do Tombo Belas Artes: Inscrito em 11/1945
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: É desconhecida a história da capela de Nossa Senhora do Rosário, localizada em Santa Rita Durão, distrito de Mariana, a 40 km da sede urbana. Tudo indica, a julgar por seu sistema construtivo, que seja da primeira metade do século XVIII. Para Germain Bazin, entretanto, a construção do monumento data possivelmente da segunda metade do século XVIII, conservando as características do estilo sóbrio de 1720.
A capela de Nossa Senhora do Rosário possui estrutura independente de madeira, com vedação em adobe e pau-a-pique, o que a aproxima bastante da igreja de Nossa Senhora da Conceição de Sabará. Cercada por muro baixo e precedida por pequeno adro e um mata-burros – ambos de pedra – constitui uma composição típica de igrejas mineiras. A fachada principal é composta por porta única central, de grandes dimensões, com folhas almofadadas e duas janelas rasgadas, com vergas curvas e guarda-corpo em balaústres. Duas torres sineiras de base retangular e telhado piramidal, encimado por coruchéu, ladeiam a fachada, incorporando-se ao corpo da igreja. Uma cimalha de madeira, protegida por beiral, separa o corpo da igreja do frontão e divide as torres dos campanários. O frontão triangular, encimado por uma cruz, tem, ao centro, óculo envidraçado, em forma de trevo. Nos corpos das torres, encontra-se uma seteira simples, vazada na altura do guarda-corpo das janelas.
A capela possui alguns elementos que não são comuns em sua tipologia, como os dois corredores que ladeiam a nave e se abrem para ela através de arcos. Encimado por galerias superiores, estes corredores laterais conferem ao prédio a aparência de possuir três naves. Outra singularidade consiste na existência de uma varanda, na parte posterior da igreja, formada pela continuação do telhado da capela-mor, que possivelmente era usada como abrigo de animais. Internamente, a capela de Nossa Senhora do Rosário é valorizada pela presença intensa de elementos artísticos e decorativos. Informa Germain Bazin que o altar colateral do lado do Evangelho pode, com certeza, ser atribuído ao Aleijadinho. Já o outro, trata-se de cópia de entalhador anônimo.
Quanto à pintura, esta abrange todo o seu forro, que se estende da nave à capela-mor. Na inscrição existente no painel sob o coro, datada de 1792, figura a assinatura de João Batista de Figueiredo. Segundo a especialista Myriam Ribeiro de Oliveira, como geralmente esta parte do edifício é a última a ser decorada, pode-se situar a data das pinturas da nave e capela-mor entre 1788-90. Além dos painéis do forro, todos a têmpera, as colunas e os arcos são revestidos de tábuas pintadas.
Desde 1940, a capela de Nossa Senhora do Rosário vem exigindo obras sucessivas de reforma para garantir sua integridade física. Em 1957-58, por exemplo, ela foi totalmente restaurada pelo IPHAN, quando uma das torres teve que ser totalmente refeita. A precariedade dos materiais empregados originalmente na construção – estrutura de madeira com vedação em taipa-de-pilão e pau-a-pique – explica, em parte, a necessidade periódica de obras e reformas, considerando-se também, o alto índice de chuvas na região. Soma-se ainda, a falta de uso constante da capela, por não ser sede de paróquia e por estar situada em local de difícil acesso, dificultando os trabalhos rotineiros de conservação. Texto extraído de: Inventário Nacional de Bens Móveis e Integrados. VITAE/IPHAN. Boletim SPHAN/ PRÓ-MEMÓRIA. Memórias de Restauração.
Fonte: Iphan.

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