Fortaleza – Estação Ferroviária Dr. João Felipe


Imagem: Google Street View

A Estação Ferroviária Dr. João Felipe, em Fortaleza-CE, foi construída entre 1872 e 1880, com características neoclássicas bem definidas.

COEPA – Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Estado do Ceará
Nome atribuído: Estação Ferroviária Dr. João Felipe
Localização: R. Dr. João Moreira – Fortaleza-CE
Número do Tombamento: Nº 008
Resolução de Tombamento: Decreto Nº 16.237, de 30/11/1983

Descrição: Edificação de fins do século XIX (1872 – 1880), com características neoclássicas bem definidas. Construída em grande parte com mão-de-obra dos trabalhadores da seca que afetou o Ceará no período de 1877-1879. Foi aberta ao público aos 9 de julho 1880, no governo José Júlio de Albuquerque Rego.

Sua construção fez parte de um conjunto de medidas no sentido de incorporar esta região do nordeste brasileiro ao mercado capitalista mundial, visto que as estradas de ferro em toda América Latina simbolizam a penetração do capitalismo e são utilizadas como meio de escoamento da produção das regiões mais distantes para áreas litorâneas, sendo daí exportadas.
Fonte: Coepa.

Descrição: A histórica estação João Felipe, primeira parada da Linha Oeste (Fortaleza-Caucaia) suspenderá as atividades de embarque e desembarque no próximo dia 13 de janeiro. As obras são para a construção da Linha Leste, que será subterrânea e sairá em direção a regiões como o Centro de Eventos do Ceará e Fórum Clóvis Beviláqua. O percurso será subterrâneo, mas é necessária a escavação para que as tuneladoras, as máquinas responsáveis por escavar a terra, sejam enterradas. A área de onde as tuneladoras partirão passará pelos trilhos que dão acesso à estação João Felipe.

Há mais de 30 anos o bombeiro e eletricista Hamilton de Araújo, 64, sai do Conjunto Ceará, onde mora, e toma o trem da Linha Oeste para as atividades do Centro. Ele acompanhou a evolução dos trens. “Antes não havia tanto conforto. Depois colocaram esses trens novos (VLTs e remodelamento dos antigos Pidneers) e ficou bem melhor”, relata Hamilton. Ele diz que sentirá saudades de descer na estação João Felipe. “Mas se for para melhorar, é bem vinda a mudança”, destaca.

Para substituir a João Felipe, uma outra está sendo construída. O acesso será feito pela rua Padre Mororó, no Centro, ao lado da estação Chico da Silva, da Linha Sul. De lá, o usuário poderá tomar, das 8 horas ao meio-dia, o metrô para qualquer estação da Linha Sul podendo, por exemplo, descer na estação José de Alencar e, tomando o ônibus em seguida. Equipes ligadas à Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor) distribuem panfletos orientando a população sobre a mudança.

Existe um projeto de tornar o equipamento, já tombado, como um espaço de lazer e cultura. A estação fica ao lado de outros locais históricos ou de lazer, como o passeio público de Fortaleza; como o mercado central, o prédio da 10ª Região Militar e o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

PINACOTECA: A Pinacoteca do Ceará, projeto que já tinha assegurados R$ 5,5 milhões em investimento pelo Governo do Estado, contará com mais R$ 17 milhões em recursos do Tesouro Estadual para ser instalada, nos Galpões da antiga RFFSA, ao lado da Estação João Felipe, no Centro de Fortaleza, até dezembro deste ano. Em reunião realizada nesta semana com a direção da Secretaria da Cultura do Estado, o governador Cid Gomes confirmou o novo montante, para a inauguração da Pinacoteca em 2014.

Com esse novo aporte de recursos, o investimento do Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura, na reforma dos equipamentos culturais mantidos pela administração estadual, incluindo a criação da Pinacoteca, chega a R$ 74 milhões, com todas as obras – em equipamentos como o Cine São Luiz, o Theatro José de Alencar, o Museu do Ceará, o Arquivo Público, a Biblioteca Pública Menezes Pimentel, o Centro Dragão do Mar, o Centro Cultural Bom Jardim, a Casa de Cego Aderaldo (em Quixadá), a Casa de Antônio Conselheiro (em Quixeramobim), entre outros – devendo ser concluídas em 2014.

A Pinacoteca do Ceará será instalada nos sete galpões da antiga Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), na Praça da Estação, no Centro de Fortaleza. A desocupação do último galpão está sendo concluída, e as obras incluem adaptações para refazer as fachadas originais do prédio (erguidas em 1926), resgatando formato e cores. Também serão construídas uma oficina multifuncional e seis ateliês livres. Serão 6.300 metros quadrados apenas para a circulação dos visitantes e área total de mais de 7 mil metros quadrados.

A oficina multifuncional será equipada para oferecer o suporte necessário em marcenaria, serralheria, pintura, elétrica e hidráulica aos curadores e expositores. Com a estrutura disponível, os artistas e responsáveis por exposições poderão desenvolver trabalhos na própria oficina multifuncional.

A Pinacoteca também contará com seis ateliês livres, para receber residências artísticas, e um espaço para a reserva técnica dotado das condições ideais para segurança e acondicionamento das obras pertencentes ao acervo que não estiverem expostas.

“A Pinacoteca é um projeto de enorme importância para a cultura, a arte, o turismo, a cidade, o Estado. Além de ser um espaço para reunir o acervo de obras de grandes autores cearenses, hoje de posse do Governo do Estado, será um equipamento capaz de ampliar a inserção do Ceará na rota de exposições internacionais, favorecendo o diálogo entre artistas e público, entre local e internacional”, destaca o secretário de Cultura, Paulo Mamede, ressaltando que o espaço terá três eixos, batizados em homenagem a Raimundo Cela, Aldemir Martins e Antonio Bandeira, e incluirá um museu interativo, com equipamentos de imagem e som, além da Casa da Gravura, dedicada à xilo.

“A reserva técnica da Pinacoteca será uma das mais modernas, muito bem estruturada e em condições perfeitas de temperatura e umidade”, detalha Carlos Macedo, responsável pelo projeto da Pinacoteca desde a sua concepção, no início da segunda gestão do governador Cid Gomes.

HISTÓRIA: Tombada pelo decreto 16.237 de 1983, a estação João Felipe começou a ser construída em fins do século XIX, na época do imperador Dom Pedro II. Uma placa alusiva à data de finalização, 1880, encontra-se na estação. Na época, chamava-se estação Central. Dela partiam trens para a Caucaia, para a antiga estação da Parangaba, para Baturité, dentre outras destinos.

O engenheiro Hamilton Pereira, autor de três livros sobre ferrovias, explica que primeira estação era menor que a atual. Devido a uma forte seca entre os anos de 1877 a 1879, Fortaleza recebeu muitas pessoas fugidas da forte estiagem. Esta mão de obra foi a que ajudou a erguer o prédio conhecido hoje. O nome ficou sendo estação central até 1956, quando passou a se chamar Professor João Felipe, que foi também engenheiro ferroviário e político.

Em comemoração ao centenário da estação, um mosaico do artista plástico Descartes Gadelha foi instalado na década de setenta. Também durante este período a estação passou por reformas. “Eu trabalhava aqui na época em que foi feita a elevação das plataformas para receber os (trens modelo) pidner, que eram mais altos”, relembra Hamilton Nogueira. Na época, além da elevação, uma segunda plataforma de trens foi construída.
Fonte: Metrô de Fortaleza.

Histórico do município: Capitania dependente, o Ceará teve a sua formação econômica iniciada no século XVII com a pecuária, para fornecer carne e tração à economia açucareira estabelecida na Zona da Mata. E Fortaleza, fundada em 13 de abril de 1726, ficou à margem.

Nessa fase, a cidade primaz era Aracati. Icó, Sobral e Crato também ocupavam o primeiro nível na hierarquia urbana no final do século XVIII. Ao contrário de Aracati, de Icó e de outras vilas setecentistas fundadas nas picadas das boiadas, Fortaleza achava-se longe dos principais sistemas hidrográficos cearenses – as bacias dos rios Jaguaribe e Acaraú – e, portanto, à margem da atividade criatória, ausente dos caminhos por onde a economia fluía no território.

Por todos os setecentos, a vila não despertou grandes interesses do Reino, não tendo desenvolvido qualquer atividade terciária. Mas, em 1799, coincidindo com o declínio da pecuária (a Seca Grande de 1790-1793 liquidou com a atividade), a Capitania tornou-se autônoma, passando a fazer comércio direto com Lisboa, através, preferencialmente, de Fortaleza, que se torna a capital.

De 1808 em diante, com a abertura dos portos, o intercâmbio estendeu-se às nações amigas e, em especial, à Inglaterra, para onde o Ceará fez, em 1809, a primeira exportação direta de algodão.

Como capitania autônoma, o Ceará ingressava então na economia agroexportadora. O viajante inglês Henry Koster, que, exatamente nessa época (1810), visitou Fortaleza, não a enxergava com otimismo: “Não obstante a má impressão geral, pela pobreza do solo em que esta Vila está situada, confesso ter ela boa aparência, embora escassamente possa este ser o estado real dessa terra. A dificuldade de transportes (…), e falta de um porto, as terríveis secas, [todos esses fatores] afastam algumas ousadas esperanças no desenvolvimento da sua prosperidade”.

Em 1822, com o Brasil independente, o Ceará passou a província; no ano seguinte, a vila de Fortaleza foi elevada a cidade, o que robusteceu o seu papel primaz, dentro já da política de centralização do Império. As propriedades agropecuárias da província, a principal riqueza de então, pertenciam a pouco mais de 1% da população livre. Dado que a Lei de Terras, de 1850, só fez contribuir para a concentração fundiária, estavam fincadas então as bases das desigualdades de renda e riqueza que, embora em menor proporção, observam-se até os dias atuais no Ceará e em Fortaleza.
Fonte: Prefeitura Municipal.

CONJUNTO:
Fortaleza – Estação Ferroviária Dr. João Felipe
Fortaleza – Galpões da RFFSA

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