São Sebastião da Bela Vista – Pão Cheio da Dona Chica


Imagem: Prefeitura Municipal

O Pão Cheio da Dona Chica, em São Sebastião da Bela Vista-MG, foi registrado por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de São Sebastião da Bela Vista-MG
Nome Atribuído: Pão Cheio da Dona Chica
Localização: São Sebastião da Bela Vista-MG
Decreto de Registro: Decreto n° 2406, de 25 de outubro de 2019
Livro de Registro dos Saberes

Descrição: O pão cheio é um quitute típico do sul da Itália, que talvez tenha sofrido algumas alterações no Brasil, onde é conhecido, especialmente em cidades do sul do estado de Minas Gerais, desde a imigração italiana no Brasil. Nas expedições as famílias trouxeram teus costumes, modos de fazer e inúmeras receitas, incluindo o modo de fazer do Pão Cheio, cujas características se parecem com uma torta. Em vários municípios do Sul de Minas podem ser encontradas receitas e modos de fazer deste pão, contudo na Cidade de São Sebastião da Bela Vista-MG há o Pão Cheio da Dona Chica com um modo de fazer que possui as mesmas origens italianas, porém possui um caracteristicas peculiares da Dona Chica (hoje com quase 90 anos) presente na Tradicional Festa de São Sebastião há mais de 30 anos. Este quitute também foi atração do III Festival de Inverno: Arte e Gastronomia de São Sebastião da Bela Vista. O Pão Cheio da Dona Chica foi Registrado no Livro de Registros das Celebrações, Saberes, Formas de Expressão e Lugares pelo seu notório valor histórico e cultural para com o município e para com o povo de São Sebastião da Bela Vista, contudo o Prefeito Augusto Hart Decretou, em conformidade com a Lei Municipal no 983 de 18 de setembro de 2007, o Decreto no 2182 de 06 de novembro de 2017, tornando o Pão Cheio da Dona Chica como Patrimônio Cultural Imaterial de São Sebastião da Bela Vista-MG.
Fonte: Secretaria Municipal de Cultura.

Histórico do município: Aponta-se, em registros de expedições de bandeirantes paulistas, que o início da atividade mineradora na Bacia do Rio Piracicaba remonta à passagem de Fernão Dias pela região de Itabira e Nova Era (municípios limítrofes da futura Bela Vista de Minas), ainda na segunda metade do século XVII. Mas a ocupação populacional da Bacia do Rio Piracicaba iniciou-se efetivamente nas primeiras décadas do século XVIII com a descoberta do ouro de aluvião. Com isso surgiram, então, as primeiras vilas e povoados: Mariana, Ouro Preto, Itabira, Rio Piracicaba, São Domingos do Prata, Nova Era, entre outros. Portanto, o início da ocupação populacional dessa região no século XVIII deu-se em função da exploração mineradora aurífera nos tempos do Brasil colônia de Portugal.

As áreas aproximadas desses povoados, formados a partir do desenvolvimento da mineração, paulatinamente foram sendo exploradas e ocupadas por grandes fazendeiros. Entre essas, estava à região do Onça, que entre os séculos XVIII e XIX era dominada pela família Ávila, com destaque para os Srs. José Modesto de Ávila, Modesto Antônio de Ávila e Antônio Modesto de Ávila. Além dos membros dessa família, habitavam também na região os familiares de sobrenome Bueno.
[…]

Como fato comum ao nascimento de povoados, não tardou a construção de uma pequena capelinha onde os moradores se reuniam a fim de praticar as suas religiosidades cristãs. Assim, foi erguido o templo que recebeu o nome em homenagem a São Sebastião.
Sabe-se que o funcionamento das atividades eclesiásticas na comunidade católica do “Onça” com a presença de um padre era ocasional. A capelinha de São Sebastião não era curada e dependia do atendimento eventual de padres de Nova Era e outras localidades da região, pertencentes à Diocese de Mariana.
Entre outras contribuições da extinta Capelinha de São Sebastião para a história e memória do povo e da cidade de Bela Vista de Minas, pode-se ressaltar: a adoção popular de um outro nome para o povoado do “Onça”, pois a partir da inserção cultural da Capelinha de São Sebastião naquela comunidade o lugarejo passou também a ser conhecido como “São Sebastião do Onça” .
Embora não existam documentos que registram a data especifica de construção do templo, através de algumas documentações se faz possível a contextualização do período de sua inauguração. Segundo as documentações de registro, o patrimônio da Capela de São Sebastião do Onça foi instituído em um terreno doado por dois proprietários diferentes. Em uma das escrituras, datada de 24/04/1894, Modesto Antônio Alves e Cândida Emiliana doaram um alqueire de terra, situado no limite das localidades Gorduras e Lages. A outra escritura trata da venda de um terreno correspondente a meio alqueire e meia quarta em semeadura de milho, assinada por Victal Frutuoso da Silva, em 23/04/1894.
[…]
Além desses documentos referentes à doação do terreno, existe ainda o registro de uma correspondência enviada ao bispo D. Silvério, em 1895, onde o Pe. Augusto de Oliveira pede permissão para doar a imagem de São Sebastião, retirada do altar colateral das ruínas da capela de Santo Antônio do Porto Real (Poço Grande), à capela que estava sendo edificada no Onça, dedicada a São Sebastião. Verifica-se através destas documentações que nos anos entre 1894 a 1895 estava sendo inicializado o trabalho de instituição da primeira Capela do povoado do Onça. A construção foi realizada no local por onde hoje passa o viaduto da rodovia 381.
[…]

O empreendedor Sr. Jean Antoine Felix Dissandes de Monlevade foi um dos pioneiros da fundação do município de João Monlevade-MG, e, sobretudo, um dos pioneiros das atividades metalúrgicas no Estado de Minas Gerais. Inicialmente, ainda no ano de 1827, Monlevade deu início à exploração de minério de ferro produzindo utensílios e ferramentas forjados em ferro e aço, na Bacia do Rio Piracicaba. Também foi instalada uma usina de beneficiamento deste minério no município de Rio Piracicaba em 1845, e em 1889 foi implantado o primeiro alto forno em Itabira.
A partir de 1920 a indústria metalúrgica ganhou impulso, passando a constituir um setor de relevância crescente na economia mineira. Em 1921 foi criada a Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, através da associação de um grupo empresarial de origem belgo-luxemburguês e empresas locais. Nesse novo contexto, a Cia Siderúrgica Belgo Mineira (CSBM) fundou, em 1921, sua primeira Unidade em Sabará-MG. Mais tarde, com a concretização da ligação ferroviária entre a capital Belo Horizonte e o município de João Monlevade, foi instalada a segunda unidade da Belgo Mineira no ano de 1937, que ampliou sua produção.
[…]

Na década de 1950, o povoado de Bela Vista, pertencente à Nova Era e a outros municípios da região, devido ao incremento das atividades da Zona Metalúrgica recebeu significativos investimentos em empreendimentos da Cia Siderúrgica Belgo Mineira (CSBM), que buscava suprir a demanda da Usina Siderúrgica de Monlevade por matéria-prima. Dessa forma, grandes áreas em Bela Vista de Minas e em municípios vizinhos foram adquiridas pela CSBM para servirem à formação de “Hortos” de reflorestamento de eucalipto, que beneficiados pelo processo de carvoejamento alimentariam os alto-fornos da usina.
[…]

A instalação do teleférico, já em funcionamento no ano de 1955, teve como consequência outra alteração no cenário e nas práticas dos moradores do povoado, que foi a necessidade de desativar a primeira capelinha edificada no local. O teleférico passava muito próximo a Capela de São Sebastião, o que apresentava um perigo para os usuários e para a própria construção. Por esse motivo, as celebrações foram suspensas no local.
[…]

Com o crescimento de Bela Vista, no início da década de 1960, os moradores sentiram a necessidade de elevá-lo a Distrito. Como o povoado pertencia ao município de Nova Era, o prefeito dessa época vetou a Lei. O povoado de Bela Vista, portanto, não chegou a se constituir como distrito de Nova Era. Nessa época, o Sr. Bento Augusto, enquanto vereador na Câmara Municipal de Nova Era, empenhou-se no esforço para emancipação de Bela Vista. Conseguiram, com os esforços de políticos e moradores de Bela Vista, elevar o povoado a município, que foi criado pela Lei No 2764, de 30 de dezembro de 1962, vindo a emancipar-se de Nova Era em 29 de abril de 1964, tendo seu nome alterado para a denominação: “Bela Vista de Minas”.
Fonte: Prefeitura Municipal.

BENS RELACIONADOS:
Santa Rita do Sapucaí – Linguiça Curada de Varal Artesanal
São Sebastião da Bela Vista – Pão Cheio da Dona Chica

VÍDEO:

MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal – Histórico


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *