Bombinhas – Pesca Artesanal da Tainha com Canoa de Um Pau Só


Imagem: Governo do Estado

A Pesca Artesanal da Tainha com Canoa de Um Pau Só, prática realizada em várias praias de Bombinhas-SC, foi registrada por sua importância para o Estado.

FCC – Fundação Catarinense de Cultura
Nome Atribuído: Pesca Artesanal da Tainha com Canoa de Um Pau Só
Localização: Várias praias do município: Bombas, Bombinhas, Sepultura, Retiro dos Padres, Quatro ilhas, Mariscal, Canto Grande, Conceição, Tainha, Morrinhos – Bombinhas-SC
Resolução de Tombamento: Decreto de 2019
Livro de Registro dos Saberes

Prefeitura Municipal de Bombinhas-SC
Nome Atribuído: Pesca Artesanal da Tainha com Canoa de Um Pau Só
Localização: Várias praias do município: Bombas, Bombinhas, Sepultura, Retiro dos Padres, Quatro ilhas, Mariscal, Canto Grande, Conceição, Tainha, Morrinhos – Bombinhas-SC
Resolução de Tombamento: Lei Municipal n° 1320/2013

Descrição: Não foram ainda localizadas fontes documentais que situem o início dessa prática em Bombinhas, mas a tradição oral indica sua presença em muitas gerações de moradores locais; suas origens recuariam a práticas de grupos indígenas que inicialmente habitaram a região, muito antes da ocupação portuguesa do território.
Os vários procedimentos envolvendo a pesca vêm sendo mantidos em suas linhas gerais, embora possam também ser adaptados e modernizados – como acontece, por exemplo, com o sinal dado pelo vigia a seus companheiros, antes um aceno com auxílio de um pano ou chapéu, posteriormente um aviso por meio de rádio transmissor e, mais recentemente, por telefone celular.
A pesca da tainha é realizada entre maio e julho, no período em que os cardumes se deslocam de águas mais frias (da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul) para as águas mais quentes de Santa Catarina, rumo ao Rio de Janeiro.
A pesca artesanal da tainha em Bombinhas, assim como a que ocorre no Campeche (em Florianópolis) e em outros locais do litoral de Santa Catarina, é um trabalho coletivo que envolve vários trabalhadores com funções específicas. Em Bombinhas, podem ser mencionados: o vigia (aquele que observa o mar para perceber a presença das tainhas e avisar os companheiros); o patrão (aquele que decide quando lançar a canoa ao mar, qual o ritmo das remadas, em que local e em qual momento jogar a rede para capturar as tainhas); os remeiros (de dois a quatro, que seguem as orientações do patrão na condução da embarcação); o chumbereiro (aquele que lança a rede); os camaradas de praia (que ficam em terra e tanto ajudam a colocar a canoa no mar como depois a puxam); o cozinheiro (quem prepara a alimentação dos camaradas, no rancho de pesca).
Um componente fundamental dessa pesca é a tradição de fabricação da embarcação – a canoa “de um pau só”, ou de um só tronco de árvore -, para a qual costuma ser usada a madeira do garapuvu (espécie arbórea bastante comum na região). Essa prática e suas técnicas também são apontadas como herança indígena.
A pesca artesanal da tainha com canoa de um pau só, em Bombinhas, foi reconhecida em 2019, pela Fundação Catarinense de Cultura, por meio de registro, como patrimônio cultural imaterial de Santa Catarina (registro no Livro de Saberes).
Em Bombinhas, especificamente, a atividade é protegida pela Lei Municipal n.1320/2013, que “proíbe a prática de esportes náuticos e limita a navegação de embarcações de lazer e industrial de pesca de tainha, como forma de incentivo à pesca artesanal local e autoriza contratação de servidores para fiscalização”.
A pesca artesanal da tainha em Bombinhas vem sendo preservada mas enfrenta tensões e desafios relacionados à disputa do uso da área de pesca com praticantes de esportes náuticos e à concorrência com a indústria pesqueira.
No caso específico da canoa de um pau só, o número de mestres que sabem confeccioná-las tem sido reduzido, havendo também dificuldades de conseguir autorização do poder público para derrubada de garapuvus.
Fonte: UDESC.

Descrição: A pesca artesanal da tainha praticada no município de Bombinhas, cuja comunidade pesqueira reconhece essa manifestação cultural como “Pesca Artesanal da Tainha com Canoas de um Pau Só”, teve seu processo de registro iniciado em 2017 quando a Fundação Municipal de Cultura do Município entregou à FCC um ofício, endossado pelo Conselho Municipal de Cultura, dando ciência à Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural do órgão sobre a intenção da comunidade em ter reconhecida sua tradição como patrimônio catarinense.

Assim, foi elaborado um dossiê – com a anuência e acompanhamento dos pescadores artesanais – até a conclusão no trâmite de registros de patrimônios culturais. A “Pesca Artesanal da Tainha com Canoas de um Pau Só” ocupará o registro de número quatro, no livro I, Dos Saberes, sendo a terceira comunidade pesqueira em Santa Catarina a ter sua tradição formalmente registrada pela FCC.
Fonte: Governo do Estado.

MAIS INFORMAÇÕES:
UDESC


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