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O Cruzeiro foi tombado pela Prefeitura Municipal de Botelhos-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Botelhos-MG
Nome atribuído: Bem Cultural localizado no canteiro central da Avenida João Rocha – Centro
Outros Nomes: Cruzeiro
Localização: Canteiro central da Av. João Rocha – Centro – Botelhos-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 15/2003

Descrição: A história de Botelhos, até onde se sabe, teve início em meados de 1845, quando um fazendeiro chamado Antonio Carvalho erigiu uma capelinha no local onde viria a ser a cidade. Em torno dela começaram a surgir as primeiras casas e pequenas vendas, que se tornaram embrião da comunidade. O povoado foi visitado em janeiro de 1865 pelo Bispo da Diocese de São Paulo, sob cuja jurisdição foi incorporado, já sob o nome de São José dos Botelhos – devido ao fato de a povoação ter sido instalada em terras doadas por Joaquim Botelho de Souza, segundo umas fontes, ou por Joaquim Botelho de Carvalho, segundo outras.
Na visita, o bispo exortou os fieis a construir um templo compatível com o crescente número de habitantes. Em setembro de 1886 foi instituída uma comissão, formada pelos senhores José Joaquim Martins, Eugênio de Souza Gonçalves e João Ribeiro do Prado, sob a regência do Padre Thomaz Gaspar, que se encarregou de angariar fundos e coordenar a construção do novo templo.
A construção, em estilo colonial, de harmoniosas linhas e dotada de uma fachada muito bem composta e proporcional, foi rápida, uma vez que em 13 de maio de 1888 – data da Abolição da Escravatura, mas sem nenhuma ligação com este evento – foi inaugurado um cruzeiro de óleo já diante do novo templo.
Em 22 de novembro de 1916, às 16:00h, era inaugurado um novo cruzeiro, erguido no mesmo local onde antes havia o cruzeiro de madeira, sendo o novo feito de ferro trabalhado em volutas e dotado de vinte e uma lâmpadas coloridas, e foi recebido com grande júbilo pela população predominantemente católica.
Já no início dos anos 1920 o templo colonial foi demolido sem que se saiba exatamente por que motivos, para dar lugar a uma nova edificação, de estilo neoclássico, segundo projeto do arquiteto Frederico Luisi.
O novo cruzeiro permaneceu no mesmo local desde 1916 até meados de 1940, ornando a Praça Benedito Valadares, atual Praça Gabriel Botelho, quando então foi removido para o local onde se encontra atualmente, à época perto da Caixa Dágua da cidade, hoje Avenida João Rocha. A mudança teria sido feita sob a administração do então prefeito, Dr.Cezar Lutterbach.
Desde sua inauguração, o monumento tem sido local de orações, aos pés do qual se faziam novenas e procissões, principalmente nos dias 3 de Maio, dia da Santa Cruz.
Com o passar dos anos, entretanto, o monumento foi perdendo importância junto à comunidade religiosa, tendo havido até mesmo certo descaso com sua conservação, até que em março de 2003, com a reurbanização do local onde se encontra, houve uma iniciativa de recuperação, restaurando suas instalações elétricas e instalando-o sobre um pedestal de concreto.
Saliente-se que diante da sucessiva destruição de edificações históricas em Botelhos, tal como a demolição do antigo templo colonial e, anos depois, daquele que o sucedeu, além de outras tantas edificações urbanas e rurais, o Cruzeiro destaca-se como um bem cultural de valor inestimável, já que é praticamente a única relíquia preservada, ainda que precariamente, desde sua origem.
Justamente por isto, amplifica-se o significado das comemorações de seu centenário, momento em que a comunidade, independentemente dos diversos credos harmonicamente praticados, presta seu tributo a um bem que é de todos e, espera-se, para sempre.
Escrito por Marcos José Gianelli

O Conselho do Patrimônio Cultural, juntamente com o Setor de Patrimônio Cultural da Prefeitura Municipal, realizaram atividades sobre Educação Patrimonial tendo como bem cultural tombado escolhido o Cruzeiro. Os alunos das Escolas de São Gonçalo, Conceição, Goiabeiras e Pinhalzinho visitaram o Cruzeiro e conheceram um pouco mais sobre esse bem de grande importância para a comunidade.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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