Cambuí – Casarão João Lopes


Imagem: Dossiê de Tombamento

O Casarão João Lopes, à R. João Moreira Salles, nº 37, foi tombado pela Prefeitura Municipal de Cambuí-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Cambuquira-MG
Nome atribuído: Imóvel à rua João Moreira Salles nº 37
Localização: R. João Moreira Salles, nº 37 – Cambuí-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 015/2001
Dossiê de Tombamento

Descrição: O imóvel em questão, localizado à Rua João Moreira Salles nº. 37, esquina com a Rua Amélia Lopes, está inserido na área correspondente à formação do nucleo original da cidade, especificamente em 1812, que se desenvolveu no entorno imediato e ao longo da Avenida Tiradentes e das paralelas à ela. Pela sua localização, próxima à Praça Coronel Justiniano, é de suma importência dentro da história da cidade e tem sua implantação em local privilegiado, próximo a outros bens de relevância histórico‐arquitetônica. É o caso dos bens, também tombados, como o Mercado Municipal de Cambuí e o Paço Municipal. Além de pertencer aos logradouros mais antigos da cidade, a área é um marco arquitetônico que retrata as construções de pau a pique da época.
O tombamento é a primeira ação a ser tomada para a preservação dos bens culturais na medida em que impede legalmente a sua destruição. O ato legal de tombamento do imóvel em questão Cidade é uma decisão de grande importância para a preservação da identidade da cidade, pois preservar  esta instituição exemplar é preservar a memória, a história e a cultura, permitindo a sobrevivência da edificação, além de afirmar sua importância social e cultural.
Enquanto bem cultural, além da importância histórico‐arquitetônica para o município, o imóvel da Rua João Moreira Salles nº. 37 guarda a responsabilidade de manter viva a memória social e cultural da época em sua dimensão material e simbólica.
Por estar localizada em área de relevância histórico‐arquitetônica, por si só já se torna objeto de preservação, entretanto, pelo valor estilístico de sua arquitetura colonial mineira, seu partido original e sua volumetria de destaque na paisagem da região, justifico e dou meu parecer a favor do presente tombamento.
Fonte: Dossiê de Tombamento.

Histórico do Município: Localizado no extremo sul de Minas Gerais, o território atual do município de Cambuí, constituiu-se como passagem, parada e arranchamento dos bandeirantes, mineradores e tropeiros vindos de Itapira e outras regiões de São Paulo, rumo às jazidas de ouro das Minas Gerais, que vinham e iam de uma ou outra capitania, à margem da picada em direção a Estiva e Pouso Alegre. Ao longo do leito dos rios Sapucaí e Verde e outros caminhos, os viajantes fixavam-se fundando outras vilas e cidades tratando da lavoura e da criação de gado.
Em 12 de novembro de 1812, D. João VI aprova a ereção de uma capela que seria consagrada e dedicada a N. S. do Monte do Carmo e em 1813 o capitão Francisco Soares Figueiredo e Joaquim José de Moraes (o primeiro veio de Campanha), iniciaram um movimento do qual resultou a construção dessa capela e do arraial a sua volta.
Em 1818, um visitante de nome Antônio Marques Rodrigues, constata a inadequação do terreno em que foi edificada a capela, e deixa uma recomendação por escrito sobre o péssimo estado de conservação da mesma, uma vez que ela era construída de adobe, argamassa de terra, sapé e capim que lhe davam vida efêmera, além do fato de estar inserida em uma área que não possibilitava a expansão futura do arraial que surgia em volta da capela. Esse fato serviu de estopim para a formação de um movimento de grande envergadura que começou a lutar não só para a construção de uma nova capela como pela mudança do local a ser implantada em conjunto com o arraial.
Constatada a inadequação do terreno, foi construída uma nova capela a três quilômetros da antiga em local plano e mais espaçoso. Assim, formou-se o novo arraial, que é hoje sede do município de Cambuí.
Por meio de provisão de 15 de outubro de 1834, a Cúria Metropolitana do Bispado de São Paulo, representada pelo Vistador Diocesano Padre Senador José Bento Ferreira de Melo, concorda com a mudança do arraial e da Capela de Nossa Senhora do Monte do Carmo de Cambuí, sendo esta elevada a categoria de Curato e se tornando independente da Freguesia de Jaguary. O novo local, denominado Campo Largo (hoje praça Justiniano), foi concebido com planejamento, o que é notado pelo traçado regular e ortogonal das ruas na área central.
A transferência do arraial se deu com uma grande festa, com cânticos de hinos e preces.
A procissão foi acompanhada de carros de boi para o transporte das relíquias eclesiásticas (imagens dos santos e alfaias) da antiga capela (no Camboy Velho) para a nova.
A localidade ficou marcada também por uma sublevação em sete de setembro de 1833. Aproveitando as comemorações do aniversário da Independência, os habitantes de Jaguary, atualmente Camanducaia, e suas respectivas freguesias, entre elas Cambuí, declararam independência frente a Vila de Pouso Alegre. Este movimento tinha por objetivo elevar a antiga Jaguary a categoria de vila e com a denominação de Vila Carolina. Esse movimento, que foi prontamente reprimido, contou com a participação de Juizes de Pazes de distritos pertencentes a Pouso Alegre, como Antônio de Oliveira e Manuel Antonio da Silva, que trabalhavam respectivamente em Cambuí e Capivari. Todos os dois foram parentes do fundador do município de Cambuí, o Capitão Francisco Soares de Figueiredo. Posteriormente, o distrito de Jaguary foi transformado em Vila em 1840.Segundo o texto que está no site da prefeitura municipal de Cambuí, o fato acima relatado ocorreu no local conhecido como Cambuí -Velho, onde fora
edificada a primeira Capela.
Pela Lei Pronvincial nº571, de 01 de julho de 1850, Art. 1º§7º, sancionada pelo Dr. Alexandre Joaquim de Sequeira, Presidente da Província de Minas Gerais, o Curato de Cambuí, pertencente ao município de Jaguary, foi elevado à categoria de Paróquia. O primeiro pároco foi o Pe. Feliciano José Teixeira, no período de 1850 a 1854. A partir dessa lei a paróquia desmembrou-se de Jaguary, sendo subordinada diretamente a Cúria Diocesana de São Paulo.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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