Capela Nova – Fonte da Pedra


Imagem: Prefeitura Municipal

A Fonte da Pedra foi tombada pela Prefeitura Municipal de Capela Nova-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Capelinha-MG
Nome atribuído: Fonte da Pedra
Localização: R. Fonte da Pedra, s/n – Capela Nova-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 009/2003

Do povoamento à construção: De 1.700 a 1.750 povoou-se rapidamente a região das nascentes do Rio Piranga, Serra da Mantiqueira acima. Não longe do que constituem hoje os limites do atual Município de Capela Nova surgiram algumas capelas e ermidas.
De meados do século XVIII devem datar as fazendas da Cachoeira e do Piranga, ambas ao lado esquerdo e direito respectivamente do Rio Piranga, à altura das rodovias que ligam Capela Nova a Caranaíba e Carandaí.
As três fazendas mais antigas, por sinal as que exerceram papel preponderante na fundação e consolidação do arraial nascente, foram: Fazenda dos COELHOS; Fazenda MAIA, Fazenda JABUTICABEIRAS.
Quando se deu início à construção da futura Capela Nova, 1.790, toda a região se achava povoada por mais de 70 famílias das mais diversas procedências.

A construção de Capela Nova: Ao declinar do século XVIII o povoado LAGOA DO RANCHO ou RANCHINHO DA LAGOA experimentara notável progresso. Vários fazendeiros e sitiantes já possuíam, embora rústicas e singelas, algumas moradias ao redor da Lagoa, encruzilhada e passagem obrigatória de tropas e viajantes. Numa suave elevação de terreno onde hoje se ergue a capela-mor da Matriz, elevava-se uma cruz, marco de fé católico os fidelíssimos Reis Lusitanos ao Cristianismo de nossos antepassados.
Com a edificação da Ermida e. posteriormente. da Matriz e suas várias reformas durante o paroquiato de Pe. Manuel Francisco do Carmo (1.875), a cruz primitiva tomou-se “santo cruzeiro” ornado com os emblemas da Paixão de Cristo chantado na frente da igreja, protegido por escadaria semicircular, a uns quinze metros da porta de entrada. Ai permaneceu até 1.939 quando, por escusos imperativos de estética, foi simplesmente demolido.
O resultado da visita que o governador das Minas Gerais fez no dia 27 de outubro de 1.790 foi despachada a provisão de Dom Domingos da Encarnação Pontível, da Ordem de São Domingos, com licença para contribuir uma capela dedicada a Nossa Senhora das Dores “atrás da Serra da Pedra Menina na Aplicação do Morro do Chapéu, da Freguesia de Queluz”.
O pedido foi encabeçado por Manuel de Souza Maia através do vigário Pe. Fortunato Gomes Carneiro. Não consta quem doou o terreno para o patrimônio da Capela, o certo e que Souza Maia, Bernardo Coelho e João Antônio Henriques sobressaem como grandes promotores da construção da nova capela.
Coube ao Pe. Jacó Henriques Pereira, determinar e marcar o local exato que seria levantada a igrejinha que teria um patrimônio de 2 alqueires de terras. Esta situava-se entre as estradas provenientes de Barbacena, Queluz e Conselheiro Lafaiete media aproximadamente 20 metros de comprimento por 12 de largura e 5 ou 6 de altura, do frontispício até o arco-cruzeiro. As paredes da frente e de trás de adobes descansando sobre grossos e sólidos baseamentos de pedra; as laterais de pau-a-pique com ripão de coqueiro, e bancadas. Estilo colonial sem torres, 2 janelas na frontaria e nas tribunas laterais, estes poucos abaixo nível do caio. Eram alcançados através de escadas de madeira (Hoje cimento) na Sacristia localizada à direita do altar-mor; à esquerda da capelinha do S.S. Sacramento.
Logo em 1.791 deu-se inicio às obras da capela, não se sabe, porém quando foi inaugurada nem qual sacerdote nela rezou a primeira missa.
Padre Jacó Henriques Pereira, foi o primeiro capelão, sendo sucedido por Padre Antônio Pereira Lopes e Padre Antônio Campos Maciel.
A imagenzinha em poder da família Lopes de Assis Santos Monteiro serviu, possivelmente, de modelo para a “imagem de vulto” em tamanho natural. Mesmo assentada em seu trono mede 1,30 m. de altura e 75 cm de largura máxima.
A estátua original, sem os desbastamentos seguidos no Rio de Janeiro, apresentava ventre mais saliente em estado de gravidez, rosto cheio, pés inchados sobre sandálias sem amarrilhos. E a Virgem Mãe da Expectação do Parto cuja festa da padroeira se celebra em 15 de setembro, Nossa Senhora das Dores, sim, mas gloriosas e vitoriosas como as de seu Divino Filho.

As primeiras famílias: Segundo pesquisas do Padre José Duarte de Souza (Pe. Juca, que foi o grande pesquisador da História da região) por volta de 1790, época que foi construída a Ermida de Nossa Senhora das Dores, já habitavam na região as seguintes famílias:
Abranches, Álvares Ribeiro, Antunes Vieira, Araújo, Azevedo, Barros, Basílio Furtado, Braga, Bruno, Campelo, Campos, Coelho, Coelho de Araújo, Cordeiro da Rosa, Costa, Coutinho, Cunha, Dias, Dornelas da Costa, Dutra, Ferreira, Ferreira Barbosa, Ferreira de Viveiros, Furtado de Campos, Furtado de Mendonça, Gomes da Silva, Gomes Ferreira, Gomes Pereira, Gonçalves Chagas, Gonçalves da Rocha, Gonçalves de Figueiredo, Gonçalves de Oliveira, Gonçalves Pereira, Goulart, Guedes de Mendonça, Henriques, Lemos, Lopes de Faria, Marfins, Martins da Costa, Nunes de Morais, Oliveira, Paiva, Pereira da Silva, Pereira de Souza, Pinto de Queirós Pompéu, Raimundo Ribeiro, Ramos, Rangeu Abreu, Raposo, Ribeiro, Ribeiro de Castro, Rodrigues Braga, Rodrigues de Meio, Rodrigues de Oliveira, Romaldes, Santana, Santiago, Santos, Silva, Silva Vale, Soudré, Soudré Esteves, Souza, Souza Almada, Souza Alves, Souza Maia, Teixeira, Tomé de Souza, Vergueiras, Viveiros.

Capela Nova se torna cidade: Os três lustros que intercedem da posse de Pe. José Duarte até a criação do Município de Capela Nova em dezembro de 1.953; representam, dúvidas à parte, o período mais repassado de acontecimentos religiosos e fatores políticos a determinar o surto de progresso material e espiritual daquela modesta Ermida da Senhora das Dores junto à legendária Lagoa do Rancho, atrás da Sena da Pedra Menina. Quase um século da criação da Paróquia em 1856, e meio século de lutas persistentes, à conta de vários e variados tropeços, porque se alcançasse o ideal pacientemente perseguido, o alvo colimado-a independência política de Capela Nova.

A emancipação política: No dia 16 do mesmo mês e ano, e na residência do Sr. Romildo Gomes, reuniu-se a Comissão Representativa para regulamentar as normas da assembléia de 3 de março. Ela assume a responsabilidade de custeio de todas as despesas de memorial, fotografia, viagens e outros documentos que forem exigidos pelo Governo para o fim aludido, assim como oferecer prédio para a Prefeitura. Quartel, Cadeia e também para os melhoramentos urbanos e tudo o que for necessário.
A instalação do Município estava marcada para 1.º de janeiro de 1.954, sexta-feira. Não se sabia ao certo quem seria o Intendente, encarregado de organizar a novel comuna, preparando-a para as futuras eleições a prefeito e a Câmara dos Vereadores. Mas a dúvida da população foi ressarcida pelo Pe. José Duarte, nas rezas de ação de graças, à noite, que comunicou a chegada do Sr. Armando Albuquerque e sua esposa Dona Irene do Nascimento Belo, provenientes de Barbacena, com cartas comendaticias e nomeações para Intendente do Município de Capela Nova.
Fonte: Prefeitura Municipal

MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal.


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