Conselheiro Pena – Antigo Hotel Renascença
O Antigo Hotel Renacença foi a primeira edificação de porte erguida na antiga Vila Lajão. Construída pelo Cel. José Francisco dos Anjos.
Prefeitura Municipal de Conselheiro Pena-MG
Nome atribuído: Antigo Hotel Renacença
Localização: Praça Antônio Amaro, nº 849 – Bairro Estação Velhas – Conselheiro Pena-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 2036/2015
Propriedade / Situação de propriedade: Gilmara Medeiros e outros / Particular
Histórico: Foi a primeira edificação de porte erguida na antiga Vila Lajão. Construída pelo Cel. José Francisco dos Anjos, comerciante e proprietário de terras na região e um dos pioneiros na formação do povoado. “A primeira casa comercial foi a do Coronel José Francisco dos Anjos”. Segundo sua filha caçula, Laurentina Pekin Rosa –“foi a primeira casa decente do Lajão (…). “Eu nasci naquele chalé”. 1. Posteriormente a edificação foi vendida e o novo proprietário transformou-a em um hotel, aproveitando sua proximidade com a estação ferroviária. É uma importante referência histórica para a memória do município pois foi em torno desta edificação e da antiga estação que o povoado se consolidou para, posteriormente, tornar-se vila com o nome de Lajão.
Este imóvel, enquanto hotel, pertenceu ao Sr. Hortêncio Alves Pinto, avô do cartunista Ziraldo, que veio com toda a família para morar no Lajão. Em entrevista ao Sr. Afrânio Vargas de Vasconcelos, o mesmo disse que o imóvel pertenceu também ao pai dele, Antônio Amaro Filho, já no período de Conselheiro Pena. Depois foi vendido para a Sra. Maria José da Conceição, constante no Registro de Imóveis e depois transmitido no ano de 1976 para a Sra. Joana Rosa Medeiros, que residiu no imóvel até seu falecimento. A Sra. Joana chegou a utilizar parte do imóvel , no térreo, para o funcionamento de um bar. Após a morte da Sra. Joana, o imóvel ficou para seus herdeiros e atualmente encontra-se em ruínas.
1. OLIVEIRA, Sônia Torres de; OLIVEIRA, Willian Torres de. Conselheiro Pena e sua História. Conselheiro Pena, Gráfica Lajinhense, 1998. Pág. 51
Fonte: Inventário.
Descrição: Edificação com características estilísticas que remetem a um colonial tardio, de transição. O partido adotado foi retangular, com planta regular fazendo a distribuição interna dos cômodos de maneira simétrica. A estrutura autônoma de madeira utilizada na construção suporta dois pavimentos, fechados em alvenaria de tijolos maciços. Sua implantação alinhada ao passeio, na esquina e de frente para o vazio da praça, confere à volumetria uma posição de destaque dentro da malha urbana local. Internamente possui piso em tabuado corrido no pavimento superior e cimento natado no inferior. O telhado feito em estrutura de madeira, teve suas telhas retiradas para demolição do imóvel, sendo depois paralisada a atividade. Possui duas águas no pavimento superior e tem a cumeeira disposta de maneira perpendicular à rua. O pavimento inferior tem as suas laterais cobertas com o mesmo tipo de telhado coladas ao corpo central da edificação em meia água. A escadaria de madeira antes existente para dar acesso ao pavimento superior encontra-se deteriorado. As fachadas, já bastante descaracterizadas, possuem vãos com enquadramento de madeira que são fechados por folhas cegas, também de madeira. A fachada frontal trás inferiormente, duas portas com enquadramento de madeira e fechamento em folhas cegas, dispostas nas laterais da edificação. No pavimento superior duas janelas rasgadas por inteiro dão acesso à sacada corrida, guarnecida por parapeito em ferro trabalhado. Possuem enquadramento de madeira e vergas triangulares. O frontão apresenta um óculo circular e é decorado por frisos em relevo.
Com a falta do telhado e da manutenção do imóvel, suas paredes estão caindo gradativamente.
Fonte: Inventário.
Análise do estado de conservação: A edificação apresenta problemas estruturais e físicos que ameaçam a sua integridade. Ao longo dos anos sofreu processos de descaracterizações constantes e teve vários elementos de sua composição arquitetônica alterados ou perdidos. Pode ser recuperada uma vez que sua volumetria ainda se encontra preservada, mas depende de análises e diagnósticos específicos, a serem realizados por técnico capacitado, para que se tome qualquer medida.
Fonte: Inventário.
Fatores de Degradação: Ao longo dos anos sofreu processos de descaracterizações constantes e teve vários elementos de sua composição arquitetônica alterados ou perdidos. O abandono no qual se encontra contribui para o agravamento deste quadro. A retirada do telhado foi um fator agravante de degradação.
Fonte: Inventário.
Medidas de Conservação: Realização de um plano de intervenção restauradora, elaborado por técnico da área, propondo as medidas a serem tomadas para a recuperação do bem.
Intervenções: Ao longo dos anos sofreu processos de descaracterizações constantes e teve vários elementos de sua composição arquitetônica alterados ou perdidos. Seria necessário um estudo mais aprofundado do bem para que se pudesse listar todas as intervenções sofridas pela edificação ao longo de sua existência. A grosso modo podemos citar intervenção na cobertura original, fechamento de vãos no andar térreo, troca de esquadrias, colocação de cobertura na fachada frontal.
Fonte: Inventário.
Análise de entorno – situação e ambiência: A edificação se situa no antigo bairro da Estação Velha, primeira ocupação urbana da cidade. É um trecho de conformação topográfica plana, com edificações de, no máximo dois pavimentos, colocadas no alinhamento da praça. A área já se encontra muito descaracterizada e são raros os exemplos de edificações que representam o inicio do processo de crescimento da cidade. As construções mais próximas são térreas e respeitam a escala do trecho. Implantada na esquina, possui boa visada do seu lado direito. A vista frontal é atrapalhada pela copa da árvore plantada na calçada. No lado esquerdo encontra-se uma edificação térrea comercial, colada ao prédio. A praça em frente resume-se a um espaço vazio de boas proporções, porém sem qualquer tratamento urbanístico ou paisagístico
Em 2018 verifica-se que a Praça Antônio Amaro, em frente ao imóvel, passou uma revitalização, tornando-se um local de lazer para a comunidade.
Fonte: Inventário.
Referências documentais/bibliográficas:
Diretrizes para a proteção do Patrimônio Cultural de Minas Gerais. Belo Horizonte: Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG
LEMOS, Carlos A. C. Arquitetura Brasileira. Edições Melhoramentos, 1985. R.J.
OLIVEIRA, Sônia Torres de, OLIVEIRA, Wiliam Torres de. Conselheiro Pena e sua História. Conselheiro Pena. Gráfica Lajinhense, 1998.
FOTOS:
- Imagem: Inventário
- Imagem: Inventário
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