Estiva – Igreja de Santa Terezinha


Imagem: Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais

A Igreja de Santa Terezinha foi construída no ano de 1945 em cumprimento a uma promessa feita pela Sra. Maria do Rosário Pereira.

Prefeitura Municipal de Estrela Dalva-MG
Nome atribuído: Igreja de Santa Terezinha
Localização: Praça Sebastião Garcia, s/n – Centro – Estiva-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 2641/2006

Descrição: A história sobre a Igreja Santa Terezinha exprime uma condição de fé e devoção de uma importante família de Estiva, responsável por sua construção. Foi construída no ano de 1945 em cumprimento a uma promessa feita pela Sra. Maria do Rosário Pereira a Santa, para a cura de sua filha pequena, acometida por uma grave enfermidade. Logo finalizada a construção, a igreja tornou-se um marco, um ponto de referência para a população local, cuja religiosidade e fé conduzem seu modo de vida e suas relações sociais.
Fonte: Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais.

Histórico do município: Estiva teve sua origem na passagem dos bandeirantes que buscavam metais preciosos e índios (séc. XVII e XVIII), que necessitavam ir a capitania de São Paulo, a única passagem existente era próxima à foz de um Ribeirão (afluente do Rio Três Irmãos). Onde aos poucos foi sendo habitado. Esse caminho era muito ruim, porque ali era uma região de pântano, o que gerava um grande prejuízo. Em meados de 1720, autoridades e parlamentares resolveram construir ali uma estiva1 de madeira roliça de 210 m de extensão (desde o local onde hoje se ergue o Obelisco comemorativo da criação do município, até o fim da atual Rua Prefeito Pedro Moreira Borges, antiga Rua Pouso Alegre). O local ficou conhecido como Brejo da Estiva, e mais tarde Estiva. O nome dado ao trecho aplicou-se ao ribeirão e ao povoado que depois se formou.

O primeiro habitante de Estiva, foi Domingos Soares, em meados de 1757, ele fixou-se nas proximidades, do Brejo da Estiva (atual Rua Cornélio Vernizzi, antiga Rua Boa Vista), iniciando a criação de gado e lavouras.
As terras boas para o plantio e o clima trouxeram novos moradores, mas o povoado se formou muitos anos depois. No ano de 1810, não havia povoado, mas só alguns moradores, neste ano vieram residir em Estiva, a viúva Rosa Maria Lopes, senhora rica de bens, escravos e de grande religiosidade. Segundo a tradição a Senhora Rosa Maria Lopes era muito caridosa, e sempre dava comida e hospedagem gratuitamente aos viajantes. Não se sabe ao certo se foi em 1835 ou 1836, por ocasião de uma romaria à Capela de Nossa Senhora Aparecida ou a pedido da viúva, como pagamento da hospedagem, deram a ela uma imagem de Nossa Sra. Aparecida.

Mandou a devota Senhora fazer um oratório e nele colocou a imagem e, todas as noites, acesas as candêas de azeite, a família e a escravatura, diante da imagem recitavam o terço e mais devoções. A imagem, belíssima obra de arte, dentro em pouco, tornou-se conhecida porque grandes foram os milagres operados por Ela. Aumentando dia a dia a concorrência de fiéis, vindos muitos de longe, resolveu erguer ao lado da casa de morada uma ermida mais ampla e nela, num mês de Maria, (calcula-se que seja no ano de 1839), colocou a milagrosa imagem.

Como a devoção à Nossa Sra. Aparecida se espalhou, Manoel Pereira Balbão Domingos, Eufrosino de Andrade, Francisco Leite da Silva, Teodoro Rodrigues e Capitão Vicente Pereira dos Reis, resolveram construir uma capela maior e que melhor servisse para o culto público. Foi redigida e encaminhada a petição ao Bispo de São Paulo (D. Manoel Joaquim G. Andrade) pedindo autorização para construção da mesma.
[…]

Concluídas as obras, e com a data marcada para a inauguração da capela (outubro de 1848), surgiu um grave problema. Dona Rosa Maria Lopes se recusou a ceder a imagem para que a mesma fosse colocada no altar da nova capela. Então, a comissão construtora da capela resolveu na calada da noite retirar a Imagem de Nossa Senhora, da pequena capela da viúva. Na festa de inauguração da nova capela transcorreu tudo bem, o Vigário da Vara de Pouso Alegre com o auxílio dos Revdmos de Cambuí e Camanducaia deram a benção desejada.
[…]

A imagem de Dona Rosa ficou no altar até o ano de 1882, quando o Revmo. Padre Rafael Constantino foi nomeado Vigário da Paróquia. Este era um homem muito rico e possuía muitos escravos.
Por achar a imagem de Nossa Senhora muito pequena, o Padre Rafael mandou seus escravos esculpir uma outra imagem, que segundo ele, a fé e os sentimentos religiosos do povo deveriam estar em proporção ao tamanho da imagem. Os fieis não gostaram da nova imagem, pois acharam-na imperfeita, mesmo assim ela permaneceu no trono de 1882 a 1903.

Em 1853, os herdeiros da Fazenda da Estiva (João Pereira dos Reis, Luiz Pereira dos Reis, Antônio Pereira dos Reis, Joaquim Etelvino Pereira, Jose Ribeiro Pereira e João Galdino Pereira) doaram 53 hectares5 de terras para formação do patrimônio de Nossa Senhora Aparecida da Estiva, esta ação foi decisiva para a consolidação do povoado.

Naquele tempo, Estiva estava nascendo, apenas algumas casas e uma igrejinha tosca. Havia grandes florestas por todo o território e a população era pequena. Cultivava apenas o milho, o feijão e a mandioca, assim como a cana de assucar. A criação do gado bovino estava pouco desenvolvida, pois tornava-se difícil a formação de pastagens e o leite não encontrava mercado. Havia também vários engenhos de assucar e aguardente, porém, era difícil o transporte e a produção era limitada. A maior parte das rendas era, então, constituída pela criação e engorda de suínos, os quais eram trocados por terras e longínquos mercados, tais como os do Estado do Rio de Janeiro e Pindamonhangaba, em estafantes caminhadas de dois ou mais meses. Lá eram vendidos, e de volta, traziam sal, assucar, fazendas e demais gêneros de primeira necessidade. Todavia, pouco a pouco, como é natural veio chegando o desenvolvimento. Com a construção da Estrada de Ferro Rêde Sul Mineira (antiga Sapucaí) as distancias foram diminuídas e Estiva começou a progredir ajudada pela exuberância e fertilidade de suas terras e pela dedicação e trabalho incansável de seus filhos…

O povoado foi elevado a Distrito de Paz a Capela de Nossa Senhora Aparecida (pertencente ao Município de Pouso Alegre), pela Lei Provincial nº 877, de 8 de junho de 1858. A Lei nº 1.654 de 14 de setembro de 1870, elevou o curato a Paróquia, denominando-a Nossa Senhora Aparecida, este título foi mudado para o de Nossa Senhora da Conceição da Estiva por outra Lei Provincial nº 1.845 de 12 de agosto de 1871. Em 1919, a primitiva Capela foi substituída por outra de dimensões maiores.

A população foi crescendo principalmente na sede de Nossa Senhora da Conceição da Estiva. Em 1923, sua denominação foi reduzida para Estiva. A sede do município de Estiva é formada por 244 casas residenciais e eleva-se a 19 o número de novas construções. Tem 9 ruas, 2 praças, e uma avenida, além de outras ruas já traçadas esperando construções. O distrito foi desenvolvendo, e o desejo de emancipação era cultivado pelos moradores. Em 1947, organizou-se a comissão pró-emancipação do Distrito, composta pelos Senhores Sebastião Garcia Pereira, José Joaquim Pereira, Gabriel José da Rosa Filho, Pedro Moreira Borges e outros, apoiados pelo então Dep. Milton Salles conseguiram a emancipação do distrito, de conformidade com a Lei Estadual nº 336 de 27 de dezembro de 1948. O município foi solenemente instalado em 1º de janeiro de 1949, com a maior festa cívica jamais vista em estiva […].
Fonte: Prefeitura Municipal.

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