Guaraciaba – Boi Laranja
O Boi Laranja foi tombado pela Prefeitura Municipal de Guaraciaba-MG por sua importância cultural para a cidade.
Prefeitura Municipal de Guaraciaba-MG
Nome atribuído: Boi Laranja de Guaraciaba (Formas de Expressão)
Localização: Guaraciaba-MG
Decreto de Tombamento: I. 001/2011
Livro de Registro das Formas de Expressão
Descrição: Uma das apresentações culturais mais expressivas de Guaraciaba é conhecida como folguedo do “Boi Laranja”. O folguedo é realizado, ha mais de 135 anos, anualmente no domingo de páscoa e conta com a participação e promoção de pessoas da comunidade que disponibilizam seu tempo para “pedir” nos comércios balas, amendoins e foguetes que são utilizados na hora em que o “Boi Laranja” sai às ruas para ser festejado.
Todo processo de montagem do “Boi” começa nas roças ou fazendas de Guaraciaba quando ocorre o abate de um bovino; é nesse momento que é retirada a cabeça do animal para que possa ser higienizada, retirado o couro e levado à cidade para enfeitar e pintar. Nesse processo pede-se para conservar a cabeça em seu estado original, ou seja, com os chifres, o focinho e o restante da carcaça para que se tenha firmeza na hora de engessar.
Depois de enfeitada, a cabeça é afixada a um balaio feito de taquara que dá formato ao corpo do “Boi” e que é coberto por chitão bem colorido para chamar a atenção e dar mais alegria à manifestação. Segundo a professora Carminha Lourenço, “Sempre foi a mesma figura: o seu corpo é feito com balaio de taquara em forma retangular. A esse balaio prende-se um babado de chitão, sempre estampado com flores amarelas ou laranjas.”
Mas o “Boi” não sai às ruas, sozinho, com ele saem também as “catirinas” que são pessoas vestidas com roupas, que também, são confeccionadas com chitão bem colorido para chamar a atenção. As “catirinas” são homens vestidos de mulher que saem à frente do boi animando as pessoas jogando balas e amendoins para que no momento em que os espectadores se distraem com a oferenda o “Boi” faz suas investidas inesperadas chifrando e derrubando as pessoas.
Vem acompanhado também com uma banda composta de sanfona, triângulo, violão e pandeiro no qual seus integrantes tocam e cantam a seguinte canção interagindo com os participantes:
“Meu Boi é Laranjo! (os espectadores respondem) Êi boi!
Meu Boi é dourado! Êi boi!
Meu Boi é bonito! Êi boi!
Meu Boi é Laranjo! Êi boi”
A música acima possui uma versão mais recente:
“Meu Boi é Laranjo! (os espectadores respondem) Êi boi TURURÚ TUTÚ!
Esse boi não me pega! Êi boi TURURÚ TUTÚ…”
Em seu livro, “Guaraciaba: Fragmentos Históricos e Sociais”, Carmen Guimarães Lourenço relembra que “em tempos antigos o ‘Boi Laranjo’ vinha do turvo; saía da casa do Sr. Vicente, pai de Turico. Todos os seus componentes traziam uma vela acesa na mão. Quando apareciam no alto do “Morro do Galho”, o povo que esperava na praça, se alegrava com o espetáculo de luzes, apagando a escuridão”.
Fonte: Prefeitura Municipal
Descrição: O folguedo parte do CRAS (Centro de Referencia de Assistência Social), caminha pela Praça Cônego Dimas, atravessa a ponte sobre o rio Piranga, passa atrás do Jardim da praça Tiradentes, caminha pela Rua Marecham Floriano até chegar à praça de Santana.
Fonte: Processo de Tombamento.
Histórico do município: A origem do desbravamento e do povoamento da região deve-se ás expedições lideradas pelo coronel Salvador Fernandes Furtado de Mendonça, ao sul do ribeirão do Carmo, que descobriu ouro nas proximidades onde o Rio Bacalhau se encontra com o Rio Piranga, em 1704.
A pequena povoação que se formou foi chamada primeiramente, em alusão geográfica do local, de ?Barra do Bacalhau?. Da capela primitiva de Santa Ana, também chamada Santana dos Ferros, sabe-se que provisão episcopal de 1749 autorizou sua construção e que foi abençoada em 1752, quando pertencia á freguesia de Guarapiranga. Atualmente, vê-se no mesmo local a Matriz de Santana.
Dos tempos da mineração colonial, ressalta a tradição local, a tentativa do Administrador Geral das Minas Gerais, Capitão-Mor de Mariana, de desviar o curso do rio Piranga no local denominado ?Brecha?, visando descobrir um rico filão de ouro em seu leito. Os trabalhos teriam durado de dois a quatro anos e mobilizado centenas de escravos, sendo interrompidos pela morte repentina do administrador.
O nome ?Guaraciaba? aparece, pela primeira vez em lei de 30 de outubro de 1884, quando a freguesia de Barra do Bacalhau, criada em 1832 e pertencente à Diocese de Mariana, tem seu nome alterado para Santana de Guaraciaba. O fato vai se repetir com o distrito que assume o mesmo nome, em 1911.
Etimologicamente, nota-se a união dos vocábulos de origem tupi ?Guaracyaba?, que literalmente significariam ?cabelos cor do sol?, podendo-se interpretar como ?cabelos louros?. O fato da adoção do termo pode ser explicado a partir da lenda que, ainda na época dos primeiros exploradores, via-se uma índia loura remando em sua canoa nos rios locais.
Desde sua origem até quase a metade do Século XX, a localidade esteve submetida ora ao município de Mariana, ora ao de Piranga, ora ao de Santa Rita do Turvo (atual Viçosa), ora ao de Ponte Nova, voltando não raras vezes a pertencer administrativamente a um ou a outro deles. Em 27 de dezembro de 1948, com a Lei nº 336, foi elevada à categoria de município, desmembrando-se de Piranga, quando tem reduzido o nome para Guaraciaba. A instalação solene deu-se a 1º de janeiro de 1949. Não possui distritos.
Fonte: IBGE.
FOTOS:
- Imagem: Prefeitura Municipal
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IBGE
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