Jaboticatubas – Conjunto Arquitetônico da Fazenda do Cipó
O Conjunto Arquitetônico da Fazenda do Cipó foi tombado pela Prefeitura Municipal de Jaboticatubas-MG por sua importância cultural para a cidade.
Prefeitura Municipal de Jacuí-MG
Nome atribuído: Conjunto Arquitetônico da Fazenda do Cipó, compreendendo fazenda, senzala e capela (0,35 ha)
Localização: Rod. MG – 10, próximo ao KM 95 – Jaboticatubas-MG
Decreto de Tombamento: Lei Orgânica Mun. de 10/08/1990
Descrição: Desenvolve-se num mesmo alinhamento o conjunto arquitetônico de estilo colonial, constituído por casa grande senzala, capela e uma residência anexa, todas térreas, que apresentam como técnicas construtivas o adobe caiado nas paredes externas e pau-a-pique nas internas, desenvolvidas em embasamento de pedra e estrutura autônoma de madeira. Extensa varanda, com forro em esteira de palha e bambu, delimitada por guarda-corpo de madeira, separa a sede de um pátio central. A senzala tem acesso feito por quatro degraus de pedra. Possui como cobertura, telhado em telhas cerâmicas curvas, com várias águas, beiral de caibro corrido e comeeira paralela, tanto na sede quanto na senzala e na edificação próxima a esta. Todos os vãos são em madeira, sendo na sede janelas em folha de abrir com guilhotina externa de vedação em vidro, na senzala janelas de pequena dimensão com folhas de abrir e nas janelas da edificação anexa, folhas de abrir e venezianas fixas externamente. As portas das três edificações são em sua maioria em madeira, com folha de abrir, com almofadas ou não, e em alguns casos com bandeira fixa em vidro. Todas as esquadrias têm vergas retas e estão pintadas em tom verde escuro. Inserida na construção da sede, encontra-se capela de uso familiar, acessada por uma porta de madeira almofadada e verga do tipo “canga de boi” e janela, no lado direito, que se abre para o interior da residência. De pequena dimensão, constitui-se praticamente de um retábulo em madeira talhada e policromada, posicionado em sua parede de fundo. Preenchendo-a completamente é constituído por nicho central, com frontão em arco pleno, decorado com frisos e dois painéis nas laterais, com peanhas decoradas, arrematados por cimalha, tendo como cores predominantes o azul e o dourado no fundo branco. A pintura apresenta ainda, motivos florais. A capela possui forro em tábuas de madeira pintada e assolho em tábua corrida. A Fazenda Cipó, situa-se quase ao sopé da Serra do Espinhaço, a beira do Rio Cipó. A fazenda foi fundada em fins do século XVIII, pelos irmãos Felício de Morais e João de Morais, que a utilizaram para o cultivo de mamona. No início do século XIX, o Guarda-Mor José dos Santos Ferreira comprou a fazenda, edificando no local da antiga moradia dos irmãos Morais, uma grande sede. O novo proprietário dinamizou a fazenda, cultivando em grande escala milho, feijão e arroz, criando porcos e gado vacum e cavalar. Em 1829, o proprietário erigiu na fazenda, uma pequena Ermida, inaugurada em 26 de abril daquele ano. Após a morte do Guarda-Mor, a fazenda passou a seus filhos. Sob nova direção, a Fazenda Cipó tornou-se o maior centro de produção de região, produzindo cana-de-açucar, Algodão e trigo. O empreendimento nesta época chegou a contar com cem escravos de eito e numerosas escravas, animais e máquinas agrárias em abundância, embora rudimentares, como eram todas daqueles tempos. Em meados do Século XIX, a fazenda pertencia a José Augusto dos Santos Viana, rico fazendeiro que se notabilizou por sua bondade. A primeira reforma na Capela da fazenda, ocorreu em 1891. Uma nova reforma ocorreu em 1940. Importante estabelecimento rural do município de Jaboticatubas, a Fazenda do Cipó ainda hoje pertence a família Santos Ferreira.
Fonte: Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais.
Descrição: O Espaço Cultural Nhá Rita, na senzala da Fazenda do Cipó, foi criado em 2005, no intuito de salvaguardar a memória local e a história relacionada à origem das comunidades da Serra do Cipó, contendo objetos e fragmentos documentais de diversas épocas da história mineira. Em 2012, realizou-se um primeiro levantamento do acervo, contendo aproximadamente 2.019 bens culturais, além de documentação fotográfica oriundos do século XVIII quando o local ainda era um antigo rancho dos bandeirantes. Em 2016, lança para as comunidades e visitantes o CENTRO DA MEMÓRIA VIVA, com a pesquisa e exposição “História, Memória e Entrelaçamentos na Fazenda do Cipó” e disponibiliza um Banco de Dados com mais de 1000 bens materiais e imateriais inventariados, entre eles, fotos, tradições e documentos históricos. O Espaço Cultural Nhá Rita tem como missão salvaguardar e revitalizar a Fazenda Cipó, contribuindo para o registro da cultura e história da Serra do Cipó – MG, localizada na Estrada Real, defendendo o patrimônio imaterial e material brasileiro. Busca a participação de diferentes representações locais, relacionadas com a museologia e suas interfaces com a História, Arqueologia, Arte, Educação e o Turismo. Seu acervo é composto de fotos, documentos e objetos do século 18, 19 e 20, todos em exposição na antiga senzala da Fazenda Cipó. A Serra do Cipó, nos primórdios conhecida como Serra da Lapa, foi caminho para bandeirantes na procura de ouro. Já no ano de 1716, descoberto o metal precioso, começaram a ser concedidas sesmarias pela coroa portuguesa, ocasião em que a região foi paulatinamente povoada na estrada para Serro Frio. Mas só em 1746 o português José dos Santos Ferreira recebeu a sesmaria que deu origem a Fazenda Cipó. Existia no local em que foi erigida a residência um rancho, construído pelos bandeirantes. Alguns anos mais tarde, outros dois portugueses de nomes João e Felicíssimo de Morais adquirem a fazenda e as terras as margens do rio Cipó, fundando a fazenda Santa Cruz do Cipó, cuja principal atividade seria a produção de azeite de mamona para a iluminação das vilas de Ouro Preto, Sabará e outros menores. Em 1823, com novo proprietário, a fazenda tem a casa ampliada e adquire a feição com que se conhece atualmente, além de se sobressair na região como grande fornecedora de alimentos.
Fonte: Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais.
FOTOS:
- Imagem: Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais
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MAIS INFORMAÇÕES:
IBGE
Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais
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