Juiz de Fora – Museu Mariano Procópio e suas coleções


Imagem: Iphan

O Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora-MG, abriga inúmeros objetos de arte, mobiliário e pinturas que Alfredo Ferreira Laje adquiriu no Brasil e na Europa.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Museu Mariano Procópio
Localização: Juiz de Fora-MG
Número do Processo: 1691-T-2014
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Inscrição homologada
Livro do Tombo Histórico: Inscrição homologada
Livro do Tombo Belas Artes: Inscrição homologada

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Coleções do Museu Mariano Procópio
Localiação: Juiz de Fora-MG
Número do Processo: 190-T-1938
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 118, de 16/02/1939
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 236, de 16/02/1939
Observações: As coleções estão localizadas no Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Patrimônio Cultural Ferroviário

Nome atribuído: Estação de Mariano Procópio; Armazém; Seletivo
Localização: Juiz de Fora-MG
Decreto de Tombamento: Lei nº 11.483/07 e Portaria IPHAN nº 407/2010

Descrição: A coleção que hoje se encontra no Museu é fruto de anos de dedicação do filho de Mariano Procópio, Alfredo Ferreira Laje, que, em memória ao pai, reuniu durante toda sua vida inúmeros objetos de arte, mobiliário e pinturas que adquiriu no Brasil e na Europa. A coleção, de natureza variada, é organizada em duas seções, classificadas como Seção de História e Seção de Belas Artes. Na primeira, um rico acervo do período imperial, especialmente vestuário e mobiliário da família imperial. Na seção de Belas Artes, acham-se expostas telas dos séculos XIX e XX, de pintura européia e brasileira.
Fonte: Iphan.

IEPHA – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico
Nome atribuído: Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e o Acervo do Museu Mariano Procópio (Museu Mariano Procópio)
Localização: Juiz de Fora-MG
Resolução de Tombamento: 28/03/2005
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico
Livro do Tombo de Belas Artes
Livro do Tombo Histórico, das Obras de Arte Históricas e dos Documentos Paleográficos ou Bibliográficos
Livro do Tombo das Artes Aplicadas

Descrição: Mariano Procópio Ferreira Lage foi um empreendedor visionário que construiu a Estrada de Rodagem União e Indústria responsável pelo desenvolvimento agroindustrial da antiga Vila de Santo Antônio do Paraibuna, atual Juiz de Fora. Sua Companhia de mesmo nome: “União e Indústria”- fundada em 1856 – empreendeu o projeto contando com o apoio do Imperador D. Pedro II e de investimento de acionistas. Entorno da Estrada de Rodagem inaugurada no ano de 1861 se desenvolveu Juiz de Fora.
Projetada pelo arquiteto alemão Carlos Augusto Gambs, a “Villa” – casa de campo da família Ferreira Lage foi concluída em 1863, próxima às fábricas da Companhia e da Estação de Diligências. A edificação possui arquitetura de caráter sóbrio e elegante, com referências do renascimento italiano. O Parque ao redor apresenta o conceito de multiplicidade utilizado no século XIX, inspirado no espírito revivalista do eclético, os jardins do parque são de autoria do paisagista francês Auguste François Marie Glaziou, de inspiração inglesa. Alfredo Ferreira Lage herdou a Villa transformando-a em museu particular em 1915, sendo inaugurado oficialmente em 13 de maio de 1922. Em 1936, Alfredo Ferreira Lage doou todo o conjunto incluindo o museu ao município de Juiz de Fora.
Fonte: Iepha.

Prefeitura Municipal de Juiz de Fora-MG
COMPPAC – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural
FUNALFA – Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage

Nome atribuído: Conj. Arq. e Paisag. do Parque e Museu Mariano Procópio
Localização: Bairro Mariano Procópio – Juiz de Fora-MG
Resolução de Tombamento: Decreto n° 2861/1983

Descrição: Símbolo da memória do Brasil, o Museu Mariano Procópio é resultado da obstinação do colecionador Alfredo Ferreira Lage (1865-1944), que dedicou sua vida à formação de um dos mais significativos acervos artísticos, históricos e de ciências naturais. Aberto à visitação em 1915 como museu particular, o Museu Mariano Procópio só foi oficialmente inaugurado no dia 23 de junho de 1921. A data foi especialmente escolhida por seu fundador para celebrar o centenário de nascimento de seu pai, o comendador Mariano Procópio Ferreira Lage (1821- 1872), idealizador e empreendedor da primeira estrada de rodagem macadamizada do Brasil, a “União e Indústria”, ligando Petrópolis a Juiz de Fora, que foi inaugurada no ano de 1861, também no dia 23 de junho, com a presença do imperador Pedro II e sua família, de importantes políticos e convidados da corte.
Inicialmente o Museu ocupou a sede da chácara, hoje denominada Villa Ferreira Lage, erguida por Mariano Procópio no alto de uma colina, revelando-se uma obra de arte em estilo neorrenascentista, cujo projeto é de autoria do arquiteto alemão Carlos Augusto Gambs. Quanto ao parque, que valoriza a flora exótica e brasileira, é atribuído ao francês Auguste François Marie Glaziou, conhecido por outros importantes projetos de jardins brasileiros, entre os quais o Parque de Santana, o Passeio Público e a Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. O naturalista suíço Jean Louis Rodolphe Agassiz (1807-1873) surpreendeu-se em sua visita e disse que a chácara de Mariano Procópio se tornaria o “Paraíso dos Trópicos”, como relatou em seu livro Viagem ao Brasil – 1865 – 1866.
A ampliação do acervo de Alfredo Ferreira Lage levou à construção de um prédio anexo, a galeria de Belas-Artes, inaugurada em 13 de maio de 1922. Trata-se da primeira edificação brasileira construída com finalidade de ser museu. O planejamento de arte, onde se destacam o lanternim e a claraboia, é de Rodolpho Bernardelli.
Como havia anunciado em 1921, Alfredo Ferreira Lage formalizou a doação do Museu, acervo e parque ao Município, sem nada exigir para si, nem para seus herdeiros, em 29 de fevereiro de 1936. Para o fiel cumprimento da doação, criou o Conselho de Amigos do Museu Mariano Procópio, que vem atuando como guardião da instituição e que é responsável pela indicação do diretor, através de lista tríplice enviada para escolha do prefeito.
O acervo, constituído de cerca de 53 mil objetos de valor histórico, artístico e científico, faz do Museu Mariano Procópio um dos mais importantes núcleos de saber do país. Trata-se de uma coleção nacional e de relevância internacional, entre pinturas, esculturas, gravuras, desenhos, livros raros, documentos, fotografias, mobiliário, prataria, armaria, numismática, cartofilia, indumentária, porcelanas, cristais e peças de História Natural.
Obras de expoentes da pintura europeia, como os franceses Charles François Daubigny (1817-1878) e Jean Honoré Fragonard (1732-1806) e o holandês Willem Roelofs (1822-1897), são destaques no acervo, ao lado de trabalhos de brasileiros como Pedro Américo de Figueiredo e Melo (1843-1905), Rodolfo Amoedo (1857-1941) e Belmiro de Almeida (1858-1935). Esculturas e moldes de gesso, principalmente do século XIX, também projetam o acervo, reunindo obras de artistas como Clodion, Marius Jean Mercié, Rodolfo Bernardelli, Modestino Kanto e José Otávio Correia Lima.
O Império brasileiro é um dos destaques do acervo. Os trajes da coroação, da maioridade e do casamento de D. Pedro II e o traje de corte da Princesa Isabel estão entre as mais significativas peças da indumentária da instituição. O acervo de mobiliário é considerado um dos mais importantes do país, destacando-se pela coleção de peças a partir do século XVI até o século XIX, estas, em grande parte, provenientes do Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
As significativas doações da Viscondessa de Cavalcanti (1853-1946) se destacam no acervo nas mais diversas categorias, entre as quais a numismática, reunindo desde moedas greco-romanas a raras medalhas europeias. O Museu Mariano Procópio guarda, ainda, parte da história da armaria, com destaque para um punhal do século XVI, com bainha em marfim, veludo e aço, que pertenceu ao Rei Francisco I (1515-1547), da França, e um Polvorinho de marfim, do rei Augusto Sigismundo II (1548-1572), da Polônia.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: O conjunto do Museu e Parque Mariano Procópio era composto anteriormente por estes somados a área onde hoje encontram-se as instalações do Quartel General da 4ª Região Militar e este conjunto chegou intacto aos nossos dias graças à ação de um grande homem – Alfredo Ferreira Lage.
A “chácara de Mariano Procópio” não é só resultado da construção da estrada e instalação da Companhia União e Indústria nesta localidade, que, por sua vez, veio a influir de forma decisiva na evolução urbana de Juiz de Fora.
Com uma orientação de política econômica voltada para a produção e exportação de produtos primários, com destaque para o café – que somado às condições fornecidas pelo contexto internacional, fizeram que fossem impressas alterações significativas no regime escravocrata, nos sistemas de transporte e das comunicações. O projeto e a construção do Castelo são apontados como sendo de autoria do arquiteto alemão Carlos Augusto Gambs, chefe dos engenheiros e arquitetos da Companhia União e Indústria. Nesse período a família de Mariano Procópio residia numa casa localizada no terreno onde hoje está localizada a sede da 4ª Região Militar e decidiu construir o Castelo para abrigar a família Imperial que viria à cidade para inauguração da Estrada União e Indústria. Mas o imóvel não ficou pronto a tempo, obrigando Mariano a abrigar a Família Imperial em sua própria residência.
Para a construção do dito castelo, Mariano escolheu terrenos localizados no coração da nova localidade que fizera surgir, defronte ao Hotel que abrigava os visitantes da estrada e próximo ao Colégio Santa Catarina, dedicado à instrução dos filhos dos operários.
Há uma grande polêmica em relação à autoria do parque e jardim. Alguns autores atribuem seu traçado a Auguste Marie Franscisque Glaziou, enquanto outros consideram-no muito mais semelhante aos jardins de Franscisco Fialho.
Concebido segundo o estilo jardinesco, a escolha do sítio já trouxe consigo os elementos básicos que foi simultaneamente causa e efeito de uma solução expressa pela jardinaria vitoriana, caracterizada por querer um pouco de tudo (…) perspectiva e separação, geometria e natureza, avenidas e cinturões.
A topografia dominada por uma colina que delimita o encontro do ribeirão São Pedro com o rio Paraibuna, aí se tem a presença do elemento água, tratado de diversas formas, ora representado num lago criando uma micro paisagem com umas ilhotas, ora como canal definido pelo próprio leito do ribeirão e pelo rio Paraibuna. O jardim executado na parte plana, cujos remanescentes encontram-se livres mas, estruturados por eixos em função da primitiva residência de Mariano Procópio, sendo o principal ladeado de palmeiras. Em contraposição, a solução de parque absorve toda a colina – a avenida no plano e os cinturões para galgar a encosta.
Fonte: Prefeitura Municipal.

O Museu: O viajante Agassis que aqui esteve por volta de 1865 dá-nos a seguinte descrição do local:
Na manhã seguinte, o Sr. Lage nos fez dar um passeio pelos seus jardins e laranjais, etc. Ele não só distribuiu suas propriedades com muito gosto, mas fez empenho em nelas reunir todas as árvores e arbustos mais caraterísticos do país de maneiras que uma volta dada com ele no seu parque, vale por uma lição das melhores para um botânico que pode assim aprender a história e o nome de cada árvore ou cada flor que for encontrando. Um guia como esse é dos mais preciosos, porque em geral os brasileiros parecem querer resistir numa doce ignorância de toda nomenclatura sistemática. Uma das coisas mais admiráveis que podem ser observadas nos jardins do Sr. Lage é uma coleção de vegetais parasitas das florestas brasileiras. Fica-se pasmo (…) quando se sabe que esta propriedade data apenas de cinco ou seis anos, ainda mais alguns sob a mesma direção e se tornará o paraíso dos trópicos.
Da herança deixada por Mariano Procópio a seus filhos estava o castelo por ele construído . A parte pertencente a Frederico que se dedicava ao hipismo foi transformada no hipódromo Ferreira Lage, mais tarde vendido ao Governo Federal que no local instalou a sede do Quartel General da 4ª Região Militar. Na parte superior, onde localizava-se o Castelo Alfredo Ferreira Lage revelou suas intenções de ali abrigar um acervo que vinha colecionando desde sua juventude.
Aos poucos ele foi se tornando possuidor de um acervo de preciosidades artísticas e objetos históricos com o intuito de formar ali um museu. Quando, em 1921, o Conde D’Eu e a Princesa Isabel puderam retornar ao Brasil em virtude do fim do decreto do banimento, estiveram na cidade e visitaram o local que já podia ser considerado um museu. Foi nessa ocasião que Alfredo Lage revelou sua intenção de doar todo seu acervo para a Municipalidade. No ano seguinte, foi inaugurada uma galeria com os bustos de Conde D’Eu e da Princesa Isabel e o parque foi franqueado ao público, mas, a doação efetiva só realizou-se em 1936.
Fonte: Prefeitura Municipal.

O Acervo do Museu: O primeiro grande levantamento do acervo do museu foi feito em 1944. Em 1981 novo levantamento foi feito, ocasião na qual também foi aumentado o espaço físico do local e reforma de parte do acervo. Segundo o diretor do Museu na época, José Tostes, muitos documentos estavam irrecuperáveis, destruídos pela ação de cupins e traças. Isso deu-se em virtude da má conservação, levando a perda de muitas peças – principalmente da biblioteca.
Preocupou-se ainda em melhorar a programação visual do Museu visando a diminuição da intensidade da luz externa e com a criação de uma reserva técnica, um segundo museu onde parte do acervo possa ficar guardada, valorizando o objeto exposto.
Hoje, a construção em estilo renascentista que tornou-se em 1915 o primeiro museu de Minas Gerais reúne um acervo de cerca de 45 mil obras conservando ainda uma sala de música toda revestida em madeira. A maioria da coleção data do período imperial em sua maior parte originária do acervo do Palácio São Cristóvão – antiga residência de D.Pedro II no Rio de Janeiro.
Os móveis de D. João VI, D. Pedro II exibem porcelanas da Companhia das Indias; ao lado de curiosidades como a cadeira do beija mão de D. João ou o fardão utilizado por D. Pedro II em sua coroação juntamente com a cauda do vestido de sua mulher Teresa Cristina. Um dos quadros mais famosos da galeria de arte – O Tiradentes esquartejado de Pedro Américo de Figueiredo e Melo encontra-se na sala Tiradentes. Há ainda 476 obras de arte entre pinturas e esculturas de artistas nacionais e do exterior, como as de Rodolfo Bernadelli. A Viscondessa de Cavalcanti, prima do fundador do Museu também ganhou uma sala por ter sido uma das maiores doadoras do Museu. No setor de documentação encontram-se cartas de Pedro I dedicadas à Marquesa de Santos.
O setor de História Natural abriga cerca de três mil minerais e um acervo de animais empalhados.
A “Villa” (Castelo) implantada em platô alteado foi edificada em tijolos maciços aparentes estando unida por uma passarela ao prédio anexo construído anos depois por Alfredo Ferreira Lage para abrigar seu acervo. A ornamentação foi feita tirando partido de tijolos com caneluras, tijolos com arestas arredondadas, tijolos em cores diferenciados e em camadas alternadas e entre outros elementos. O interior da “Villa” conserva as características originais com paredes revestidas de papel e pinturas, lambris de madeira de lei e forro em estuque decorados. Esta, guarda ainda importante acervo mobiliário.
Fonte: Prefeitura Municipal.

CONJUNTO:
Patrimônio cultural ferroviário IPHAN

CONJUNTO:
Juiz de Fora – Museu Mariano Procópio e suas coleções
Juiz de Fora – Armazém
Juiz de Fora – Seletivo

FOTOS:

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