Luz – Casa Grande


Imagem: Deise A. Eleutério

A Casa Grande é uma réplica do Palácio do Catete, do Rio de Janeiro, construída em meados de 1905, pelo Cel. Alexandre Saracupio de Oliveira Dú.

Prefeitura Municipal de Machado-MG
Nome atribuído: Casa Grande
Localização: R. Nelson G. Macedo Filho, nº 74 – Centro – Luz-MG
Decreto de Tombamento: Despacho 170/2010 – I. 001/2010

Descrição: Esta última edificação, conhecida popularmente como Casa Grande, é uma réplica do Palácio do Catete do Rio de Janeiro. Foi construída, em meados de 1905, pelo Coronel Alexandre Saracupio de Oliveira Dú, que foi o primeiro prefeito da cidade, e nela residiu com sua esposa Marieta Macedo. A partir de 1923, ano da emancipação político-administrativa do município, a edificação tornou-se sede da Câmara Municipal, que naquela época acumulava também as funções executivas e, mais tarde, da Prefeitura Municipal. Em 1927, quando foi instaurado o Termo Judiciário de Luz, até 1935, a casa também abrigou o Fórum e, posteriormente, a ALA – Associação Atletica de Luz. Com a morte de seu primeiro proprietário, em 1943, a viúva vendeu a casa ao seu irmão, o médico Dr. Josaphat Macedo. O novo morador fez funcionar naquele imóvel, durante as décadas de 1940 e 1950, o “Clube Recreativo Luzense” e a sede da “Rádio Clube de Luz”. De 1965 a 1975, com o uso do imóvel atribuído a José Maria Macedo, foi construído um anexo nos fundos, onde funcionou o Armazém Casa Grande. Após a morte de Dr. Josaphat Macedo, em 1980, o casarão, já em situação precária, não teve mais uso.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: O: A Casa Grande localiza-se na Avenida Dr. Josaphat Macedo, no número 74, à frente da Praça Tácito Guimarães, no centro do Distrito Sede de Luz. Nesta área se encontra as mais importantes edificações de representatividade política, cultural, social e religiosa para o município, como a Matriz de Nossa Senhora de Fátima, além de edificações residenciais e comerciais que se localizam nos arredores da praça. Estas estão dispostas em sequência, uma após a outra, em quadras subsequentes. Essa área faz parte do centro histórico e ainda existem exemplares importantes da casa urbana luzense, onde a fachada principal é alinhada à testada do lote, ganhando acesso e varandas laterais e comumente geminadas com sua vizinha. A Praça Tácito Guimarães é freqüentada por toda a comunidade de Luz, sendo também palco de festividades de grande importância para o município como a Festa de Nossa Senhora do Rosário onde acontecem apresentações de variadas guardas de congo. A praça possui encaminhamentos pavimentados com blocos de concreto, intercalados com canteiros. Alguns canteiros possuem coberturas vegetais de gramíneas porem há também árvores de médio e grande porte. Possui bancos em toda sua extensão, além de lixeiras e postes de iluminação. Há também implantada na praça a Matriz de Nossa Senhora de Fátima, a primeira edificação do Aterrado que marca a divisão de terras dos primeiros donos dos dois lotes que compunham a área do município no início do século XVIII. Esta região caracteriza-se ainda por possuir forte adensamento populacional, pois foi local de instalação dos primeiros moradores e imigrantes. Apesar de ainda possuir imóveis datados do final do século XIX e início do século XX, a maioria deles perdeu suas características originais ou foram substituídos por outras edificações. A edificação possui estilo eclético, onde a mistura de estilos arquitetônicos do passado são responsáveis por criar uma nova linguagem arquitetônica. O edifício é formado pela combinação de elementos artísticos provenientes de várias vertentes arquitetônicas. Podem ser observados os arcos ogivais característicos da arquitetura neogótica, juntamente com pilares e pilaretes com os capitéis decorados assemelhando se à arquitetura grega. Elementos decorativos de rosáceas do período neoclássico e elementos decorativos lineares que se remetem ao art-decó. O terreno onde se encontra o bem a ser tombado é plano, no entanto a rua onde ele está localizado possui um pequeno aclive, o que permitiu o surgimento de um porão alteado sob o pavimento principal. A fachada frontal da edificação é voltada para a Avenida Josaphat Macedo, onde se tem seu acesso principal. As fachadas laterais direita e esquerda e de fundos estão voltadas para os lotes vizinhos. O terreno onde se localiza o bem é arborizado com árvores de grande e médio porte, além de gramíneas. O acesso ao edifício é feito por um portão baixo do lado esquerdo, metálico que dá acesso a uma pequena escada revestida com piso em ladrilho hidráulico, este original da época da construção. Possui três degraus aonde se chega a um pátio aberto que dá acesso ao alpendre que se encontra em um nível acima do pátio. O pátio possui piso em terra batida e vegetação invasora.
Há também ao lado do portão baixo um portão maior de entrada de veículos que também é metálico e decorado, que se intercala com um muro baixo e uma balaustrada que faz o fechamento do terreno. A Casa Grande possui um partido arquitetônico com planta em “T” implantada com regularidade na testada da avenida. As laterais possuem grande recuo onde se encontra uma vegetação crescente com árvores de médio e pequeno porte. Sua volumetria é simples marcada por elementos artísticos aplicados nas fachadas. Possui proporções que dão ajuste geométrico das partes que compõem o edifício, sendo proporcionais entre si e em relação ao todo e seu entorno. As fachadas são bem diferentes entre si. A tradição trata a arquitetura eclética como uma composição de partes que envolvem a simetria, composição volumétrica e ornamentação. A simetria funciona como uma regra básica para remeter o caráter organizacional na composição da fachada. A fachada principal é composta por simetria onde são rebatidas três aberturas em cada lado da sacada em arco ogival molduradas com massa na cor branca e um frontispício decorado com frisos em alto relevo. Possui uma sacada central acessada por porta que segundo informações coletadas em campo,e Ra de madeira e hoje não se encontra mais no imóvel, possuindo ornamentação na parte superior e moldura acima da verga em formato de arco ogival. A ornamentação nos edifícios ecléticos busca revestir a arquitetura e prover conforto e decoro condizentes com a urbanidade e a civilização local. No caso do edifício da Casa grande a platibanda é decorada por frisos, relevos e rosáceas e quatro pináculos ao longo de toda a platibanda. Há também uma águia no centro da fachada. No nível do porão encontram-se respiradouros em formato ogival. Há um acesso direto ao porão, abaixo da sacada. A fachada lateral esquerda por onde é feito o acesso ao edifício, se encontra um alpendre em um nível superior que é acessado através de uma pequena escada de seis degraus e guarda corpo em balaustrada. A estrutura do alpendre é composta por sete colunas decoradas com arcos e frisos, no capitel em alto relevo, que se intercalam com o guarda corpo em balaustres. A fachada lateral direita é marcada por três aberturas e continuação do coroamento da platibanda decorada. A cobertura é composta por engradamento em madeira e manto em telhas francesas. Compondo o fechamento de todo o edifício, o telhado possui seis águas, sendo uma parte da edificação com quatro águas e a outra com duas águas. A edificação não possui forro, onde o engradamento e as telhas ficam expostas. Os vãos são iguais para a parte da edificação que encontra na parte da frente do terreno, que corresponde a parte de superior do “T” na planta. São aberturas grandes, com vergas em arco ogival onde seu centro é marcado por um pilarete cilíndrico decorado, que divide o vão em duas janelas menores também com verga em arco ogival. Todas as janelas possuem moldura em relevo e frisos e uma espécie de cornija na parte inferior ao peitoril. As janelas provavelmente tinham sistema de abrir em madeira, atualmente as aberturas não possuem vedações no volume paralelo à Rua Nelson. As portas possuem vergas retas e bandeiras fixas superiores, com fechamento em vidro. A porta principal possui moldura decorativa com a parte superior em arco e uma rosácea em relevo no centro. As condições de conservação do edifício não podem ser consideradas boas. Suas esquadrias não existem mais, porém os marcos e quadros das portas internas ainda existem e permitem uma provável descrição. A estrutura do edifício é composta por tijolos de barro maciços, com a base em pedra. São revestidos por reboco e pintados com tinta acrílica aparentemente pintadas na cor amarela. Na área externa o piso não existe mais e foi tomado por uma vegetação invasora. A escada que dá acesso a edificação possuem piso em ladrilho hidráulico. No acesso de veículos há uma pequena área que demarca a sua passagem em cimento grosso. Na parte posterior do imóvel há um enorme quintal onde se encontra muita vegetação invasora, onde o piso se encontra em terra batida. A edificação possui uma composição em planta que busca a hierarquia dos espaços e eixos para gerar conforto e monumentalidade, mantendo uma proporção com o entorno. A Casa Grande é composta por 11 cômodos no volume com a testada para a rua e nove cômodos no volume perpendicular. No primeiro volume, o alpendre é seguido de uma sala. Após a sala há um corredor, á direita faz o acesso à parte íntima onde ficam um pequeno hall, dois quartos e um banheiro direcionados para a avenida. Já à esquerda encontra-se um quarto.
Seguindo o corredor se dá acesso à parte de serviços e a um grande salão que pode ser identificados na fachada pela sacada. No volume perpendicular à rua, há um corredor central que dá acesso também a uma área intima nas laterais, com um cômodo ao fundo. Todos os cômodos possuem piso em tacos de madeira, com exceção das áreas molhadas onde ainda existem vestígios do piso original em ladrilho hidráulico. Não possuindo rodapés, essas áreas se encontram cobertas por sujidade e vegetação. As paredes tiveram seu reboco refeito e não possuem revestimentos. As instalações elétrica e hidráulicas são expostas e improvisadas pelos moradores que invadiram o imóvel. O estado de conservação do bem é péssimo. Ele se encontra em ruínas e está completamente descomposto. Foi ocupado por um casal de catadores de lixo no volume frontal e no outro, uma senhora que comercializa muda de plantas. A praça em frente ao imóvel possui arborização em canteiros variados que se mesclam com caminhamentos que levam até a Matriz de Nossa Senhora de Fátima.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico da edificação: A edificação da Casa Grande, foi construída, em meados de 1905 a mando do Coronel José Thomáz d’Oliveira, deixando a para o único filho, que foi o primeiro prefeito da cidade, o Alexandre Saracupio de Oliveira Dú, deixada como herança pelo pai e nela residiu com sua esposa Marieta Macedo. Eles não tiveram filhos e se mudaram para ceder a edificação para o municipio. No dia 16 de março de 1.924, em sessão solene, ocorreu instalação e posse da primeira  Câmara Municipal que assim ficou constituída: Presidente – Capitão Alexandre S. d`Oliveira Dú, (filho do Coronel José Tomás); Vice Presidente: Dr. Pedro Cardoso da Silva; Secretário Washigton Gomes de Macedo, José Garcia Ogando e Francisco Caetano Quito. Capitão Alexandre S. d`Oliveira Dú, o mais votado, era o vereador especial, foi empossado como Presidente da Câmara e Agente Executivo do Município de Luz, funções que exerceu simultaneamente, até 12 de maio de 1927,  quando eleito o seu sucessor, Dr. Pedro Cardoso da Silva. Além de competir à Câmara, os Poderes Executivo e Legislativo, ao presidente cabia empossar o Juiz do Termo Judiciário. Os outros edis eram chamados Vereadores Gerais. Trata-se de uma edificação de estilo eclético, inspirada no Palácio do catete, sede do Governo federal no Rio de Janeiro de 1897 a 1960, atual Museu da República. Com projeto do arquiteto alemão Carl Friedrich Gustav Waehneldt, datado de 1858, os trabalhos tiveram início com a demolição da antiga casa de número 150 da rua do Catete. A construção terminou oficialmente em 1866, porém as obras de acabamento prosseguiram ainda por mais de uma década. A partir de 1923, ano da emancipação político-administrativa do município, a edificação tornou-se sede da Câmara Municipal, que naquela época acumulava também as funções executivas e, mais tarde, da Prefeitura Municipal. A edificação foi cedida pelo Alexandre Oliveira, para o municipio com o intuito de fazer a vontade do pai que demosntrava o interesse de sempre participar dos processos de formação política e histórica da cidade. Em 1927, quando foi instaurado o Termo Judiciário de Luz, até 1935, a casa também abrigou o Fórum, onde as principais cusas jucidiais eram conduzidas. Assim como na Roma antiga, o Fórum se localizava na Praça principal da cidade, o centro político, religioso, econômico e social da mesma. Posteriormente, veio a funcionar no edifício a ALA – Associação Atlética de Luz, que tinha como uso a integração da sociedade luzense em um espaço de entretenimento e lazer. Na associação eram feitos bailes e festas para datas comemorativas. Com a morte de seu primeiro proprietário, em 1943, a viúva vendeu a casa ao seu irmão, o médico Dr. Josaphat Macedo, criador da FAEMG – Fundação de Agricultura de Minas Gerais. A FAEMG – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais é a entidade que representa os produtores rurais mineiros. Defensora dos interesses conjuntos da categoria, sua força vem do envolvimento e da participação de quase 400 Sindicatos filiados, que congregam mais de 400 mil pequenos, médios e grandes produtores. A FAEMG é uma instituição privada, criada em 1951 e mantida pelo produtor rural. Integra o Sistema Sindical Patronal Rural, liderado pela CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, entidade máxima de representação dos produtores brasileiros. Além de representar e defender o produtor rural em todos os fóruns de decisões – municipais, estaduais, nacionais e internacionais -, a FAEMG coloca à disposição de seus filiados e, por extensão, do produtor diversos serviços nas áreas jurídica, econômica, sindical, contábil, meio ambiente etc. O trabalho da FAEMG é subsidiado por Comissões Técnicas, formadas por produtores representativos de cada setor. As Comissões acompanham os fatos políticos, econômicos e tecnológicos relacionados com os segmentos produtivos. Também fazem parte das ações da FAEMG a formação profissional da mão-de-obra rural e a promoção social do cidadão que mora no campo. Este trabalho é realizado através do SENAR MINAS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, entidade vinculada à FAEMG. O novo morador fez funcionar naquele imóvel, durante as décadas de 40 e 50, o “Clube Recreativo Luzense” que era um espaço responsável por oferecer a seus associados eventos culturais e esportivos inclusive juntoe a sede da “Rádio Clube de Luz”. De 1965 a 1975, com o uso do imóvel atribuído a José Maria Macedo, foi construído um anexo nos fundos, onde funcionou o Armazém Casa Grande. O armazém Casa Grande funcionava como o mercado de comercialização de produtos para a população do município na época. A comercialização variava em produtos alimentícios até os produtos de higiene pessoal. Após a morte de Josaphat Macedo,o fundador da FAEMG, em 1980, o casarão, já em situação precária, não fora mais usado pelos seus herdeiros, ficando a mercê de invasores e moradores de rua que faziam suas moradias no terreno do imóvel. No ano de 1986, a Casa Grande foi desapropriada pelo município.
Em 1998 a contratação do Projeto de Restauração da Casa Grande e a contratação de consultoria para desenvolvimento da política municipal de proteção ao patrimônio histórico-cultural são ações que através da iniciativa da Lei Municipal nº 1.517/06, estabelece normas de proteção do Patrimônio Cultural do Município de Luz. O projeto foi feito pela arquiteta Maura Braga e consiste em reforçar a  estrutura, recompor os acabamentos, revestimentos e elementos decorativos. Teve a obra iniciada com o reforço da estrutura física que se encontrava comprometida implantando vigas de concreto prareforçar a estrutura do prédio e laje de concreto do porão e providenciando a troca de todo o telhado. O imóvel dispõe de uma área de 3.609 m², sendo uma testada de 42 metros, e possui aproximadamente, 250 metros em construção. A implantação da casa na testada da rua e centralizada em relação à mesma, faz com que o quintal e as laterais possuam grandes áreas livres, com potencial para implantação de jardins e áreas de convivência. Apesar de terem sido iniciadas, as obras estão paralisadas desde 2008 e o imóvel se encontra em estado de abandono. O processo de desapropriação do imóvel só teve a solução definitiva em janeiro de 2009 ao custo de aproximados R$1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) como indenização de seus antigos proprietários e honorários advocatícios. Atualmente o imóvel se encontra em situação regular, isento de qualquer  ônus reais, bem como ações reais e pessoais reipersecutórias. Considerando tudo acima exposto, especialmente o valor imensurável de patrimônio histórico –cultural, significativo para o povo de luz, enquanto elemento constitutivo de sua identidade, conseqüentemente inestimável do ponto de vista monetário. Considerando o dado histórico da desapropriação que teve como finalidade o interesse de  preservar o patrimônio histórico e abrigar repartições administrativas ou até mesmo um centro cultural.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: A história inicia-se por volta de 1780 e tem origem no conflito existente entre dois grandes fazendeiros, descendentes de bandeirantes paulistas, em relação à linha divisória de suas terras.
Para que a questão fosse resolvida a contento, a esposa de um deles fez uma promessa à Nossa Senhora da Luz.
Certa manhã, conforme combinaram, os fazendeiros (Coronel Cocais e Coronel Camargos) partem, cada um de sua residência e cavalgam, um em direção ao outro, até se encontrarem próximo ao ribeirão Jorge Pequeno.
No local do encontro, fixam o marco divisório e, mandam erigir uma capela em devoção à padroeira Nossa Senhora da Luz.
Nas proximidades do local, havia um olho d’água, represado por um aterro que abastecia o pequeno povoado formado em volta da capela, o que explica a origem do nome Nossa Senhora da Luz do Aterrado que lhe foi dado.
O ciclo de progresso tem início com a implantação do bispado do Aterrado.
O município se instala em 1923, adotando a denominação de Luz.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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