Maceió – Conjunto Ferroviário RFFSA


Imagem: Google Street View

O Conjunto Ferroviário RFFSA de Maceió-AL foi tombado por sua importância histórica como patrimônio cultural ferroviário nacional.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Patrimônio Cultural Ferroviário

Nome Atribuído: Estação Ferroviária de Jaraguá; Área central coberta; Galpão de armazenamento I; Galpão de armazenamento II; Anexo dos Galpões; Galpão geminado; Terreno
Localização: Maceió-AL
Decreto de Tombamento: Lei nº 11.483/07 e Portaria IPHAN nº 407/2010

Descrição: O ano de 1864 é tido como o ponto de partida para história da ferrovia em Alagoas, quando foram autorizados os estudos necessários à construção de uma via férrea que fizesse a conexão entre o Porto de Jaraguá e o centro de Maceió.
Em 1868, foi inaugurado um ramal com cerca de seis quilômetros, que ia da ponte de desembarque, passando pela ponte do Fonseca, até o Trapiche da Barra, sob a responsabilidade da Companhia Baiana de Navegação.
Um ranal dessa linha, com cinco quilômetros, foi inaugurado em 1872, fazendo o percurso da atual Rua Senador Mendonça até o bairro de Bebedouro.
As locomotivas eram puxadas por animais e conduzidas com extremo cuidado para que não expusessem os transeuntes a riscos. Eram os bondes de outrora!
A inauguração do edifício da Estação Central da Alagoas Railway, companhia presidida pelo inglês Hugh Wilson, em julho de 1891, trouxe bastante satisfação para os habitantes da vila, pois oferecia excelentes condições de atendimento em suas linhas modernas e atraentes.
A província logo sofreu as influências que o trem levou para os lugares onde apareceu, pois facilitou a divulgação dos fatos do mundo, a discussão dos assuntos políticos, sociais, científicos e culturais.
As idéias progressistas se espalharam com a mesma velocidade dos trens, levadas pelas revistas ilustradas que neles circularam. Os homens de negócios passaram a viajar mais constantemente às cidades ligadas pelos trens e as regiões servidas pelos trilhos tiveram suas propriedades bastante valorizadas. Os grandes produtores rurais viram seus produtos chegar com mais rapidez e menos investimento aos portos de Maceió e do Recife. Era o progresso!

O edifício da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) – Estação de passageiros:
A construção data do século passado. Ao longo dos anos sofreu algumas modificações, impostas pelo seu próprio desenvolvimento, sendo que as características originais foram mantidas.
A linha férrea, que aqui teve origem, foi a primeira a ser instalada em Alagoas e, inicialmente, ligava a Boca de Maceió ao Bairro de Jaraguá. Sua inauguração foi em 25 de março de 1868. Em 1884, partindo daqui, inaugurava-se a estrada de ferro Maceió- União dos Palmares, pertencente à Cia Inglesa Alagoas Railway. Somente 10 anos depois, a 13 de maio de 1894, o ramal férreo Glicério passa a interligar a estrada de ferro de Alagoas ao sul de Pernambuco.
Fonte: CBTU.

Histórico das ferrovias no Brasil: A história das ferrovias no Brasil inicia-se em 30 de abril de 1854, com a inauguração, por D. Pedro II, do primeiro trecho de linha, a Estrada de Ferro Petrópolis, ligando Porto Mauá à Fragoso, no Rio de Janeiro, com 14 km de extensão. Mas a chegada da via à Petrópolis, transpondo a Serra do Mar, ocorreu somente em 1886.
Em São João del Rei (MG), o Museu Ferroviário preserva a história da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, criada em 1872. Seu percurso ligava a cidade de Sítio (atual Antônio Carlos) à Estrada de Ferro D. Pedro II (posteriormente, Central do Brasil), partindo daí para São João del Rei. Com novas concessões, a ferrovia Oeste de Minas se estendeu a outras cidades e ramais, alcançando, em 1894, um percurso total de 684 km, e foi considerada a primeira ferrovia brasileira de pequeno porte.
As dificuldades e desafios para implantar estradas de ferro no Brasil eram muitos. Procurando atrair investidores, o governo implantou um sistema de concessões, que se tornou característico da política de infra-estrutura do período imperial. Entre o final do século XIX e início do século XX os recursos, sobretudo dos britânicos, alavancaram a construção de linhas férreas.
A expansão ferroviária, além de propiciar a entrada de capital estrangeiro no país, tinha, também, o objetivo de incentivar a economia exportadora. Desta forma, as primeiras linhas interligaram os centros de produção agrícola e de mineração aos portos diretamente, ou vencendo obstáculos à navegação fluvial. Vários planos de viação foram elaborados na tentativa de integrar a malha ferroviária e ordenar a implantação dos novos trechos. Entretanto, nenhum deles logrou êxito em função da política de concessões estabelecida pelo governo brasileiro.
Fonte: Iphan.

Patrimônio Ferroviário: A Lei 11.483, de 31 de maio de 2007, atribuiu ao Iphan a responsabilidade de receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA), bem como zelar pela sua guarda e manutenção. Desde então o Instituto avalia, dentre todo o espólio oriundo da extinta RFFSA, quais são os bens detentores de valor histórico, artístico e cultural.
O patrimônio ferroviário oriundo da RFFSA engloba bens imóveis e móveis, incluindo desde edificações como estações, armazéns, rotundas, terrenos e trechos de linha, até material rodante, como locomotivas, vagões, carros de passageiros, maquinário, além de bens móveis como mobiliários, relógios, sinos, telégrafos e acervos documentais. Segundo inventário da ferrovia, são mais de 52 mil bens imóveis e 15 mil bens móveis, classificados como de valor histórico pelo Programa de Preservação do Patrimônio Histórico Ferroviário (Preserfe), desenvolvido pelo Ministério dos Transportes, instituição até então responsável pela gestão da RFFSA.
A gestão desse acervo constitui uma nova atribuição do Iphan e, para responder à demanda, foi instituída a Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário, por meio da Portaria Iphan nº 407/2010, com 639 bens inscritos até 15 de dezembro de 2015. Para inscrição na Lista, os bens são avaliados pela equipe técnica da Superintendência do Estado onde estão localizados e, posteriormente, passam por apreciação da Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural Ferroviário (CAPCF), cuja decisão é homologada pela Presidência do Iphan.
Os bens não operacionais são transferidos ao Instituto, enquanto bens operacionais continuam sob responsabilidade do DNIT, que atua em parceria com o Iphan visando à preservação desses bens. Esse procedimento aplica-se, exclusivamente, aos bens oriundos do espólio da extinta RFFSA. Os bens que não pertenciam à Rede, quando de sua extinção, não são enquadrados nessa legislação, podendo, entretanto, ser objeto de Tombamento (Decreto Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, aplicado a bens móveis e imóveis), ou ao Registro (Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, aplicado ao Patrimônio Cultural Imaterial).
Fonte: Iphan.

CONJUNTO:
Patrimônio cultural ferroviário IPHAN

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Iphan
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Manual Técnico do Patrimônio Ferroviário
Estações ferrovárias
CBTU
Sandro Gama de Araújo


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