Mariana – Igreja de Nossa Senhora da Glória


Imagem: Iphan

A Igreja de Nossa Senhora da Glória, no Distrito de Passagem, em Mariana-MG, veio substituir a primitiva capelinha de pau-a-pique que ruiu em 1755.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja de Nossa Senhora da Glória
Localização: Distrito de Passagem – Mariana-MG
Número do Processo: 502-T-
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 415, de 21/05/1954
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: Denomina-se atualmente Passagem de Mariana, um dos distritos pertencentes ao município de Mariana. Localizado no caminho entre o referido município e o de Ouro Preto, tem sua origem ligada à presença de bandeirantes no local em inícios do século XVIII, quando as primeiras notícias de descobertas de ouro, atraíram para a região levas de aventureiros. A partir de 1729 muitas datas foram concedidas e, em 1819 as terras foram levadas à praça e arrematadas pelo Barão de Eschwege que organizou no local a Sociedade Mineralógica de Passagem, responsável por muitos anos pela exploração das referidas minas. Com o desenvolvimento do arraial, surgiu o primeiro templo denominado Capela de Santo Antônio do Morro, localizado na fazenda de Maximiliano de Oliveira Leite, tendo mais tarde se transformado em capela particular.
A edificação de uma nova capela em Passagem, dedicada a Nossa Senhora da Glória e filiada à Sé de Mariana, data provavelmente da década de 20 do século XVIII, sabendo-se que sua construção dependeu de recursos provenientes de esmolas e outras campanhas patrocinadas pela comunidade local. A atual igreja de Nossa Senhora da Glória veio substituir a primitiva capelinha de pau-a-pique que ruiu em 1755, cabendo à comunidade de fiéis a iniciativa de reconstrução do seu prédio. A primeira referência ao reinicio das obras da nova capela em pedra e cal data de 25 de abril de 1772, quando é concedida ordem para sua reedificação. Diante da inexistência de documentação, desconhece-se a data de conclusão das obras. Parece, entretanto, que a nova matriz já estava concluída em princípios do século XIX, pois, nas observações feitas por viajantes que passaram pelo local por essa época, não existe qualquer menção a serviços na capela.
A Matriz de Nossa Senhora da Glória foi contemplada com recursos provenientes da Presidência da Província para realização de obras nos anos de 1861 e 1887. Durante este século, não foram encontradas notícias substanciais de reformas ou alterações na igreja.
A fachada apresenta divisão em três corpos, separados por pilastras de cantaria. A portada de pedra tem verga esquerda e pequena cimalha, com porta almofadada. As duas janelas sobrepostas são de guilhotina, com marcos de pedra. O beiral é moldurado, interrompido no corpo central. Possui frontão triangular coberto com telhas de topo, tendo no vértice uma pequena sineira e uma cruz e relógio no lugar do óculo. Mais abaixo do telhado interrompido há um pequeno coruchéu de pedra de cada lado. A capela é desprovida de torres.
Internamente, os altares e retábulos apresentam rica ornamentação em talha dourada. Os laterais junto ao arco-cruzeiro são em arquivoltas, com pilastras, colunas torsas e nicho intercalado coberto com pequeno dossel, com todos os elementos profusamente esculpidos. O retábulo da capela-mor é do mesmo estilo e de maiores proporções, mas com colunas torsas geminadas e nichos intercalados. O forro da nave, em abóbada de berço, apresenta pintura decorativa em painéis. O arco-cruzeiro é todo em pedra, encontrando-se sobre o mesmo uma grande tarja barroca. O coro tem guarda-corpo de balaústres torneados, e possui cartela pintada na parede. Destacam-se ainda os dois púlpitos bombeados e esculpidos.
Texto extraído de: IEPHA/MG. Superintendência de Documentação Histórica. Arquivo. SOUZA, Wladimir Alves de: Guia dos Bens Tombados. Minas Gerais. 1984.
Fonte: Iphan.

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MAIS INFORMAÇÕES:
Patrimônio de Influência Portuguesa


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