Mariana – Igreja de São Francisco de Assis


Imagem: Iphan

O início da construção da Igreja de São Francisco de Assis, em Mariana-MG, ocorreu em 1761. A capela foi iniciada em 1762, de autoria do Padre Ferreira da Rocha.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja de São Francisco de Assis
Outros Nomes: Igrejas irmãs, Igrejas gêmeas
Localização: Mariana-MG
Número do Processo: 72-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscrito em 07/1938

Descrição: Coube à Ordem Terceira de São Francisco a iniciativa da construção de sua própria igreja, através de licença concedida por D. Frei Manuel da Cruz, em 1761. A capela foi iniciada em 1762 e obedeceria ao risco de autoria do Padre Ferreira da Rocha, executado naquele ano. Entretanto, esse não foi o risco realmente adotado, tendo sido substituído ainda no mesmo ano, pelo do arquiteto José Pereira dos Santos.
As obras de alvenaria ficaram sob a responsabilidade de José Pereira Arouca. Em fins de 1763 foi colocada a pedra fundamental. Em 1777 estavam concluídas a capela-mor, a sacristia e a casa do noviciado, quando se deu a benção da nova capela e realizou-se a primeira missa no dia 6 de dezembro. Em 1783 deliberou-se fazer novo frontispício e torres, bem como modificação no arco do coro. Em 1790 as torres já deviam estar concluídas, uma vez que naquele ano o Bispo de Mariana sagrou o sino grande, dando-lhe o nome de “Francisco da Conceição”.
As obras se arrastaram ainda por alguns anos, visto que em 1793, o Irmão Miguel Teixeira Guimarães faz a entrega da capela-mor, sacristia, noviciado, corredores e, em 1794, foi feito pagamento a José Pereira Arouca da parte mais importante da construção. Depois dessa data, ocorreram trabalhos de pintura. Sabe-se que além do conhecido empreiteiro José Pereira Arouca, trabalharam na capela de São Francisco alguns notáveis artistas, como Manuel da Costa Athaíde e Francisco Vieira Servas. Entre os trabalhos realizados por Athaíde entre 1794/1795, consta o douramento do retábulo do altar-mor e do altar de Santa Izabel, bem como encarnação da imagem.
Conforme indica a documentação, os demais altares foram concluídos entre fins do século XVIII e princí[pios do XIX, quando se entregam os trabalhos de douramento, cabendo a autoria do douramento dos altares de São Roque e São Luiz Rei de França a Francisco Xavier Carneiro. Em 1793 foram concluídos os púlpitos, ajustados com José Pereira Arouca. Entre 1794 e 1802 foram feitos acréscimos no camarim, no feitio da peanha dos nichos e tronos, constando na documentação pagamento a Francisco Vieira Servas em 1801/1802 pela fatura do trono.
Quanto à pintura, sabe-se que Francisco Xavier Carneiro recebeu entre 1802/1807 por trabalhos de pintura realizados, alguns não especificados. Com base neste dado e na análise de estilo, vários especialistas atribuem a pintura do forro da nave ao artista. Já os painéis do forro da sacristia são atribuídos a Manuel da Costa Athaíde por vários pesquisadores de renome. Sabe-se que o pintor, conforme já referido, executou diversos trabalhos na igreja entre os anos de 1794 e 1795.
Localizada na mesma praça onde se ergue a Igreja do Carmo, a construção é toda de pedra, com duas torres também de pedra ladeando o frontão pouco curvilíneo, encimado por cruz patriarcal. Possui grande portada esculpida, com guarnições de pedra, encimada por verga curva que termina numa grande cartela ladeada de anjos, contendo inscrição dedicada a São Francisco de Assis, com data de 1763. Acima dessa cartela há uma pequena cimalha que serve de apoio para outra cartela, menor, brasonada, encimada por um anjo e, finalmente o crucifixo. Acima deste, o óculo grande, de forma diferenciada e envidraçado, interrompendo a cimalha. Ladeando a porta de entrada, à altura da cartela, quatro janelas envidraçadas com guarda-corpo em balaústre. Os cunhais são em cantaria, assim como a base do corpo da igreja.
Internamente, a igreja é bem proporcionada, sendo o altar-mor sem dossel, mais despojado de ornatos, em estilo simplificado. O retábulo é constituído por duas colunas centrais, com o fuste em caneluras e parte inferior torsas. Exteriormente a estas encontram-se dois consolos ornamentados. Limitando o retábulo, duas pilastras de cada lado onde se apoiam os arcos do teto da capela-mor. O trono é alto, abrigando na parte superior a imagem de Cristo Crucificado e nos degraus, São Francisco de Assis. Os altares laterais apresentam dossel do tipo estilizado, alguns simples, outros mais ornamentados, trazendo consolos em volutas, no lugar das colunas. Os púlpitos possuem talha delicada e contêm, inferiormente, suportes em forma de pirâmide invertida com profusa ornamentação. O teto da nave é pintado, sendo limitado, inferiormente, por uma moldura arqueada tanto sobre o arco-cruzeiro como sobre o coro. Uma artística balaustrada que serve de guarda-corpo do coro, se apoia sobre três arcos. Estes são limitados lateralmente pelas paredes e, no centro, por duas colunas.
Fonte: Iphan.

CONJUNTO:
Mariana – Igreja de Nossa Senhora do Carmo
Mariana – Igreja de São Francisco de Assis

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Patrimônio de Influência Portuguesa
Wikipedia


2 comments

  1. Benjamim Saviane |

    Prezados,

    As fotos do interior do edifício, bem como uma foto de fachada, são da Igreja do Carmo, e não da Igreja de São Francisco.

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.