Matias Barbosa – Ponte da Liberdade
A Ponte da Liberdade foi tombada pela Prefeitura Municipal de Matias Barbosa-MG por sua importância cultural para a cidade.
Prefeitura Municipal de Matias Barbosa-MG
COMPAC – Conselho Municipal do Patrimônio Cultural
Nome atribuído: Ponte da Liberdade
Outros Nomes: Ponte do Arco
Localização: R. Ponte do Arco, s/n – Bairro Ponte do Arco – Matias Barbosa-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 1420/2008
Descrição: A Ponte da Liberdade, ou Ponte do Arco, foi construída em 1875, conforme os recursos disponíveis na época, destinada ao uso da então Estrada de Ferro Central do Brasil. A ponte é sustentada por um arco de estrutura de pedras aparentes emparelhadas. Os blocos de pedra de arremate e dos cunhais são em bossagem, importados da Inglaterra, e possuem dimensão externa de 38x50cm. O arco de sustentação da ponte totaliza um vão livre total de cerca de 10m. A ponte possui largura total de 4,70m por 10m de altura, da estrada até o arco, e mais 2m até o leito da ferrovia, que possui uma mureta de proteção de concreto com 50cm de altura. Reforçando a estrutura, um muro de pedras, em formato trapezoidal, estende-se da ponte até cerca de 14m nas quatro extremidades. O leito da ferrovia conta com cerca de 4m de largura e é revestido de pedras soltas.
Fonte: Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais.
Histórico do município: O município de Matias Barbosa originou-se de “uma sesmaria de uma légua de testada por três de sertão, às margens do rio Paraibuna, entre as roças de Simão Pereira e Antônio de Araújo, concedida a Mathias Barboza da Silva em 1709”, considerada uma das mais antigas da Zona da Mata Mineira, coincidindo com o mesmo ano da abertura oficial do Caminho Novo. Tal caminho era considerado mais curto, porém menos freqüentado por ser muito escabroso e deserto, mas aos poucos o fluxo das tropas foi aumentando. O Registro de Matias Barbosa foi o centro de convergência de toda a atividade do Caminho Novo, barreira onde se pagavam direitos sobre o ouro e os diamantes vindos da região mineradora, enormes quantidades desses preciosos minerais passavam por esse lugar.
Com a morte de Mathias Barboza da Silva, sua sesmaria foi vendida ao Coronel Manuel do Valle Amado, em meados do século XVIII, na Fazenda de Nossa Senhora da Conceição do Registro do Caminho Novo foi erigido o Registro de Matias Barbosa, sendo o mais complexo e exigente, isto é, uma verdadeira alfândega, que controlava a passagem dos tropeiros, forasteiros e outras pessoas, além da circulação de mercadorias e o pagamento dos diversos impostos à Coroa Portuguesa. O Coronel Manuel do Valle Amado foi também comandante da Patrulha do Caminho Novo da Estrada Real e chefe do Alferes Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes.
A Capela de Nossa Senhora do Registro do Caminho Novo (Patrimônio Nacional), atualmente Capela do Rosário, tornou-se referência para os viajantes, no interior da capela existe um alçapão que dá acesso ao túnel misterioso, o qual não se sabe ao certo sua origem. Um pouco fora da rota dos marcos, mas na mesma região, Vale do rio Paraibuna, é possível encontrar a trilha, que vinha da Fazenda do Marmelo, em Juiz de Fora, essa trilha contornava o Morro do Marmelo e o Morro dos Arrependidos (mais um mistério envolvido no Caminho Novo), sendo estes morros duas referências naturais.
Com a independência do Brasil, em 1822, o Registro passou a funcionar como Alfândega e, em seu entorno, desenvolveu-se um pequeno arraial. Porém a ocupação da antiga sesmaria de Mathias Barboza ocorreu a partir de meados do século XIX em diante, com o advento da lavoura cafeeira. Nesta época, chegaram os imigrantes, em grande parte italianos que se somaram aos negros, formando assim um povo singular de grande manifestação cultural.
O povoado viu de perto a construção da primeira estrada macadanizada da América do Sul, a União & Indústria, tendo em Matias Barbosa uma Estação onde se trocava os animais das diligências e carroças. As diligências conhecidas como MAZEPA, conduziam quatorze passageiros, acrescidos do cocheiro e do condutor, eram puxadas por quatro mulas. De Matias Barbosa, a caminho de Juiz de Fora, atravessava-se uma pequena ponte de madeira sobre o rio Paraibuna, chamada de Zamba.
O povoado cresceu e já era vila quando no ano de 1875 os primeiros trilhos da Estrada de Ferro D. Pedro II chegaram por aqui. O núcleo urbano se alterou, passando a se fixar próximo à estação. Pouco depois da Estação, no sentido Juiz de Fora, encontra-se a “Ponte do Arco”, representante de uma engenharia arrojada de outros tempos, com a forma de um arco, sua edificação em pedra nos permite contemplar a beleza de tal construção em prol do progresso, na parte inferior passa uma estrada e um riacho enquanto lá em cima os trilhos cortam a paisagem.
Fonte: Prefeitura Municipal.
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Prefeitura Municipal
Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais