Montes Claros – Sobrado da Família Versiani-Maurício


Imagem: Prefeitura Municipal

O Sobrado da Família Versiani-Maurício, em Montes Claros-MG, foi construído em 1812 e apresenta importantes elementos de referência do período colonial.

Prefeitura Municipal de Montes Claros-MG
Nome atribuído: Sobrado da Família Versiani-Maurício
Localização: R. Coronel Celestino, n° 99 – Centro – Montes Claros-MG

Descrição: Sobrado com 200 anos de construção, é considerado um dos mais importantes pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA. O casarão, dentro do sistema construtivo tradicional é constituído de estrutura autônoma de madeira e vedação em adobe e taípa. Tombado pelo município, foi completamente restaurado e, desde 2011 é sede da Secretaria Municipal de Cultura.
Foi construído em 1812 e apresenta importantes elementos de referência do período colonial. Nele morou a família Versiani-Maurício, que participou ativamente da construção de Montes Claros, principalmente através de contribuições culturais.
Entre as curiosidades de sua história, merece destaque o fato de ter abrigado o naturalista francês Augusto Saint-Hilare (1779/1853), que em 1817, percorreu o interior de Minas Gerais pesquisando as riquezas da fauna e flora da região.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Expedição Espinosa – Navarro, composta por 12 homens determinados, talvez espanhóis e portugueses, foi a primeira a pisar as vastas terras da Região do Norte de Minas, habitada pelos índios Anais e Tapuias. Mas era muito cedo ainda para fundar as cidades do sertão, longe do litoral. Bandeirantes partiram de São Paulo, procurando pedras preciosas, e embrenharam-se pelo sertão do Norte da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Fernão Dias Pais, Governador das Esmeraldas, organizou a mais célebre Bandeira, para conquistar “Esmeraldas”, da “Serra Resplandecente”.
Antônio Gonçalves Figueira, que pertencia à Bandeira de Fernão Dias, acompanhou-a até às margens do Rio Paraopeba, onde com Matias Cardoso, abandonou o chefe, regressando para São Paulo, chegando lá dois anos depois.
Seduzidos pela fertilidade do Sertão Mineiro e talvez, na esperança de conquistarem riquezas, Antônio Gonçalves Figueira e Matias Cardoso retornaram, tornando-se colonizadores caçando índios, construindo fazendas, cujas sedes se transformaram em cidades.
Formou três grandes fazendas: Jaiba, Olhos d’Água e Montes Claros, esta, situada nas cabeceiras do Rio Verde, pela margem esquerda, próxima a montes formados por Xistos Calcários, com pouca vegetação. Pelo alvará de abril de 1707, Antônio Gonçalves Figueira obteve a sesmaria de uma légua de largura por três comprimentos, que constituiu a Fazenda de Montes Claros. Formigas foi o segundo povoado da Fazenda Montes Claros. Gonçalves Figueira para alcançar mercado para o gado, construiu estradas para Tranqueiras na Bahia, e para o Rio São Francisco. Era grande o seu interesse de expansão do comércio de gados, e com isto, procurou ligar-se ao Rio das Velhas e também à Pitangui e Serro. A região foi se povoando e a Fazenda de Montes Claros transformou-se no maior Centro Comercial de Gado, no Norte de Minas Gerais.
O próspero Arraial de Formigas, depois Arraial de Nossa Senhora da Conceição e São José de Formigas, Vila de Montes Claros de Formigas e por fim cidade de Montes Claros. Iniciou-se assim, em local diferente da sede de Antônio Gonçalves Figueira, em torno da Capela erguida por José Lopes de Carvalho.

Cento e vinte quatro anos após obtenção da Sesmaria, por Antônio Gonçalves Figueira, dono e construtor da Fazenda de Montes Claros, já estava o Arraial de Nossa Senhora de Conceição e São José de Formigas, suficientemente desenvolvido para tornar-se independente, desmembrando-se de Serro-Frio. Pelo esforço dos líderes políticos o Arraial foi elevado a Vila pela Lei de 13 de outubro de 1831, recebendo o nome de “Vila de Montes Claros de Formigas”.
Os vereadores, primeiros líderes construtores do progresso de Montes Claros, naquele tempo longínquo: José Pinheiro Neves (Presidente), Laurenço Vieira de Azevedo Coutinho, Luiz de Araújo Abreu, Antônio Xavier de Mendonça, Francisco Vaz Mourão e Joaquim José Marques, que substituiu José Fernandes Pereira Correia. A 22 de julho de 1834, toma posse o primeiro Juíz Municipal Dr. Jerônimo Máximo de Oliveira e Castro. Apareceram na Vila, os primeiros médicos e facultativos: Manoel Hipólito de Palma, com licença para exercer a profissão de Cirurgião.
Outros facultativos apareceram em 1835, e, em 1847, chega à Vila o primeiro médico formado: Dr. Carlos Versiani.
A Vila de Montes Claros de Formigas desenvolvia-se pelo esforço dos líderes, os costumes eram primitivos, em casa faziam-se comida, as quitandas, o sabão, as rendas de almofada, tecidos no tear, etc. Em 1817 já havia três sobrados: O do Cel. João Alves Maurício, o do Simeão e o Mirante. Outros foram construídos, tinham piso de assoalho, maior número de janelas e melhor acabamento.

Em 1857, a Vila Montes Claros de Formigas teria pouco mais de 2.000 habitantes, mas os políticos já pleiteavam a elevação à cidade, pois os melhoramentos existentes eram os mesmos de quase todos os municípios da Província.
Assim, pela Lei 802 de 03 julho de 1857, a Vila passou a cidade – Cidade de Montes Claros, sem formigas, que desagradava a todos os formiguenses. A partir dali seriam “montesclarenses”.
A 12/07/1858 tomaram posse os novos vereadores. Por muito tempo, o aspecto da cidade permaneceu quase o mesmo. O desenvolvimento da cidade continuava lento, pois os meios de transporte permaneciam: Cavalos e liteira para as pessoas, carros de bois e tropas de burros que conduziam mercadorias, num comércio mútuo, suadas andanças pelas estradas estreitas e poeirentas, muitas delas abertas pelos bandeirantes.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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Fonte: Prefeitura Municipal.

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1 comments

  1. ana maria prates |

    Bela reportagem. Me levou aos meus tempos de Montes Claros nos idos anos de 1954. Como cresceu e desenvolveu mas tem ainda as lembranças da MOC carnavais no Clube Montes Claros onde podíamos descer de madrugada até nossa casa parando na padaria para tomar café. Tempos bons. Farmácia de vô Mário onde ficava com ele. Dr. Joaquim Costa na Vargem Grande com toda a família. Tempos bons que não volta mais mas deixam lembranças.

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