Nova Era – Conjunto da Praça da Estação Ferroviária
O Conjunto da Praça da Estação Ferroviária foi tombado pela Prefeitura Municipal de Nova Era-MG por sua importância cultural para a cidade.
Prefeitura Municipal de Nova Lima-MG
Nome atribuído: Conjunto da praça da Estação Ferroviária (1,54 ha)
Localização: Proximidades da R. Paraopeba, Distrito Sede – Nova Era-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 1312/2003
Livro de Tombo: Inscrição n° 01, Fls. 01, Data 17/03/2003
Descrição: O contexto histórico do Conjunto da Estação Ferroviária de Nova Era se delineou em conseqüência da 1a Guerra período onde se necessitava de subsídios e materiais para a fabricação de armamentos. Assim, no decorrer da década de 40, o arraial São José da Lagoa, hoje Nova Era, teve sua dinâmica revolucionada com a inauguração da Estação Ferroviária, em 13 de novembro de 1932. Em 1936, a estrada de ferro Central do Brasil prolongou as linhas do ramal de Santa Bárbara, entroncando-se com a Vitória-Minas nesta estação.
A linha foi criada para estabelecer conexão do ramal que vinha de Vitória e era interrompido na estação Desembargador Drumond. O objetivo da Estrada de Ferro Central do Brasil era ligar Belo Horizonte à Estação de Desembargador Drumond com a Estação Ferroviária de Nova Era, e conseqüentemente à Vitória. Um dos grandes materiais usualmente transportados na época era a madeira. Porém, outras categorias de carga também eram ocorrentes, tais como animais, mudanças, pessoas, minérios, alimentos, etc.
Na Estação de Desembargador Drumond, hoje Drumond Velho, fez parte de toda essa nova movimentação. Esta era um verdadeiro aglomerado, um bairro — Bairro dos Ferroviários — que possuía uma estrutura própria de auto sustentação com armazéns, médicos próprios, farmácias, restaurantes, etc. As grandes oficinas e locais de manutenção de máquinas encontravam-se lá, assim como os entrepostos de circulação da ferrovia. No período de alta exploração do minério, a estação ganha uma forte importância, chegando a disputar com o centro da cidade o status de ponto mais importante, por oferecer uma série de serviços requintados.
O Conjunto da Estação Ferroviária de Nova Era também passou a participar do cenário social da cidade da mesma maneira como ocorreu na Estação Desembargador Drumond. Tornou-se o novo foco de interesse e convergéncia humana e econômica, antes concentrado apenas no centro da cidade. Naturalmente, trouxe um aglomerado de pensões e hotéis, restaurantes, lojas e depósitos. Assim como em Drumond Velho, também configurou e desenhou uma nova área urbana, o atual Bairro da Estação (que inicialmente, chamava-se Curro – proveniente de Curral — e localizava-se numa área onde aconteciam as festas da Cavalhada, onde o curral era montado). Numa área onde originalmente existia apenas pastagem, primeiro foram surgindo barracas e casas ao redor do assentamento dos trilhos de trem e assim, em conseqüência dos serviços da Estação, o bairro foi se constituindo. Rapidamente esse movimento contribuiu para o desenvolvimento urbano do arraial, que só passou a se constituir como cidade em 1938. A inauguração da Estação ocorreu com a chegada da Maria Fumaça, fato que causou espanto na pacata São José da Lagoa e visão fantástica na sua paisagem. A chegada da estrada de ferro rompeu com a letargia do arraial.
Com a estrada de ferro e com a Estação, a demanda por serviços aumentou, impulsionando a economia e desenvolvimento da cidade. Essa situação contribuiu para a emancipação política do distrito. Fica evidente que, se não fosse tal empreendimento, a emancipação provavelmente seria adiada por um mais algum tempo. A euforia da população pode ser expressa por depoimentos, como o do professor José Coelho de Lima, no livro “Adeus, São José da Lagoa”: “Teremos o progresso porque a estrada de ferro está chegando, afirmava convicto. “Passaremos por grandes transformações”, profetizava. ‘Será a evolução para um futuro tranqüilo e melhor.”
Assim, São José da Lagoa incorpora e se mistura a novos valores e comportamentos, que foram trazidos pelos seus novos moradores (ferroviários e funcionários de todos os escalões) os quais foram constituindo família e estabelecendo moradia o que em pouco tempo, fez com que a população da cidade crescesse vertiginosamente.
No dia 13 de outubro de 1999, a cidade amanheceu tomada por uma surpresa, cessaram de vez o ranger dos trilhos e o buzinaço das locomotivas da Estrada de Ferro Vitória-Minas, que trafegavam no trecho central de Nova Era.
De 1999 a 2001, a antiga estação ferroviária foi utilizada para várias finalidades. Em 2002, fez necessário criar um espaço municipal para atender os alunos da Educação Infantil das comunidades: Vila São Sebastião, Baixada do Pimenta. Capelinha, Desembargador Drumond, Esperança, uma vez que a Escola Estadual Dr. Leão de Araújo, situada próxima a estes Bairros, não dispunha de espaço físico para atender a estas crianças. Com o passar dos anos a escola ampliou o atendimento a alunos do ensino fundamental.
Assim, foi inaugurada, na antiga estação ferroviária, uma escola municipal, pela Lei Municipal n° 1567/2002 de 20 de dezembro. A Escola recebeu outras denominações, mas foi em 2006, após várias sugestões que ficou decidido utilizar o nome que tivesse relação com a parte física da escola. Chegou-se a um consenso e a escola passou a denominar-se Escola Municipal Estação Crescer.
O prédio onde funciona a escola foi tombado pelo Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Artístico de Nova Era pelo decreto n° 1312/2003 de 17 de março de 2003.
Fonte: Prefeitura Municipal.
História do município: O primeiro topônimo foi São José da Lagoa, em homenagem ao Santo do dia (São José, 19 de março) em que os primeiros desbravadores chegaram à margem de uma grande lagoa. Admite-se tenha esse fato ocorrido entre os anos de 1703 e 1705, quando da passagem de Antônio Dias de Oliveira e dos Irmãos Camargos pelas margens auríferas do rio Piracicaba.
A existência, ainda hoje, de montões de cascalhos e de canais de captação de água em vários pontos do município são provas evidentes de que a mineração foi o fator preponderante na fixação dos primeiros moradores.
Posteriormente, seja por exaustão das minas e dos garimpos ou por excessivo rigor fiscal na tributação do trabalho dos faiscadores e garimpeiros, a primitiva ocupação cedeu lugar à lavoura, surgindo várias fazendas. As principais foram as de Rio do Peixe, Figueiras, Perdões, Barra do Ribeirão das Cobras (“Barra do Prata”), Corrientes, Vargem e Mato Dentro.
A essa altura, no local onde se acha a sede do município de Nova Era, já existia o Arraial de São José da Lagoa, com algumas centenas de habitantes fixos cuidando de comércio, garimpo, ofícios e outros afazeres, abastecida a população pelas fazendas citadas. Em 1750, era capela curada, da freguesia de Rio Piracicaba, depois de ter estado, eclesiasticamente subordinado a Caeté e, posteriormente, a Santa Bárbara. Em 1832, ainda como capela curada, passou a subordinar-se à freguesia de Antônio Dias; finalmente, em outubro de 1848, pela Lei provincial nº 384, foi criada a paróquia de S. José da Lagoa, sendo seu primeiro Vigário o padre João Álvares Martins da Costa.
Em 1848 foi elevado à categoria de distrito, e em 1938 emancipou-se com o nome de Presidente Vargas, topônimo posteriormente trocado em 1942 por Nova Era, sendo óbvia a influência do poder público na escolha dessas denominações.
Típica cidade mineira, com 308 anos, o município de Nova Era está inteiramente localizado na Bacia do Rio Piracicaba, que tem relevante importância econômica para Minas Gerais.
Fonte: Circuito Cultural Vieira Servas.
FOTOS:
- Imagem: Prefeitura Municipal
MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal
Prefeitura Municipal
Circuito Cultural Vieira Servas