Paranaguá – Palácio Visconde de Nácar


Imagem: CPC

O Palácio Visconde de Nácar, em Paranaguá-PR, é um referencial histórico pela opulência e luxo original.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Prédio da Prefeitura Municipal – Antigo Palácio Visconde de Nácar
Outros Nomes: Prefeitura Municipal
Localização: R. Visconde de Nácar, nº 33 – Paranaguá-PR
Número do Processo: 016/66
Livro do Tombo: Inscr. Nº 16-II

Descrição: Mais que pela opulência e luxo original, o palacete é um referencial da história do Paraná e do Visconde de Nacar como um de seus expoentes. Na primeira metade do século XIX formou-se uma burguesia comercial e industrial paranaense calcada principalmente na produção e exportação da erva mate. Manoel Antônio Guimarães, o Visconde de Nacar, nascido em 1813, foi até seu falecimento em 1893 o senhor do comércio de Paranaguá, a ponto de somente seus negócios serem suficientes para justificar a instalação de uma casa de cobrança de impostos no município. Vários eram os imóveis que possuía em Paranaguá, além de olaria em Barreiros, empresa de transportes marítimos, armazéns no porto e comércio de escravos. Também era colaborador constante da Santa Casa de Misericórdia.
Durante Império, sua influência junto ao Conselheiro Sinimbú foi decisiva para que o Porto do Gato fosse a ligação ferroviária/marítima do Paraná, beneficiando seus negócios e confirmando a hegemonia de Paranaguá frente a outras cidades litorâneas que definharam em suas economias, população poder político liberal. Devido a sua riqueza como também pela grande influência política que possuía na Corte e no Paraná, onde foi líder do partido conservador, levanta-se a hipótese de que seria natural que o Visconde pretendesse o cargo de primeiro presidente da recém emancipada Província do Paraná que até 1853 era ligada a São Paulo. Outro fato e coincidência a se considerar é que apesar de que já era proprietário de vários imóveis de alto padrão para morar, o palacete foi construído exatamente nos anos em que o processo de emancipação ocorria. Nesta época Paranaguá era muito mais populosa e importante política e economicamente que Curitiba. Também existe a questão de que quase todos os estados brasileiros que possuem litoral, tem suas capitais na beira do mar.
Então, não é infundada a hipótese de que o Visconde pretendia ser o primeiro Presidente da Província e de que seu palacete foi sido construído com o objetivo de abrigar o governo provincial. Na contínua disputa entre liberais industrialistas e republicanos com os conservadores monarquistas e escravagistas o Visconde ganhou as principais pelejas, exceto pela vitória dos liberais em colocarem Zacharias de Góes e Vasconcelos, um liberal baiano, como primeiro presidente da Província que impôs Curitiba como sua capital.
Apesar de Visconde ter morado no palacete e nele recebido eminentes figuras da Corte que lhe retribuíram com títulos nobiliárquicos, durante a maior parte de sua existência ele abrigou o poder público municipal, primeiramente na condição de alugado e depois adquirido pelo município. Eis quão bem o projeto servia ao propósito de sede governamental.
Fonte: CPC.

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Rodrigo Sartori Jabur


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