Patos de Minas – Cadeia Pública
A Cadeia Pública de Patos de Minas-MG tem a estrutura formal, sendo concebida para abrigar a estrutura funcional e administrativa do Município.
Prefeitura Municipal de Patos de Minas-MG
Nome atribuído: Cadeia Pública
Localização: Praça Juquinha Caixeta, s/n – Patos de Minas-MG
Ficha
Histórico da edificação: A história do imóvel está diretamente relacionada à história de nascimento e de Patos de Minas. No princípio, no caminho das bandeiras que passavam pela região do alto Paranaíba e posteriormente dos tropeiros que faziam o caminho Goiás-Paracatu, havia um ponto de parada denominado de “Os Patos’: uma lagoa com patos selvagens que, devido ao fluxo de tropas acabou por se constituir em um povoado. Posteriormente, em 1756, embora os moradores de “Os Patos” tenham feito um abaixo assinado pleiteando a elevação do povoado à vila, irão decorrer mais de cinqüenta anos para que, oficialmente, tenha início a história administrativa de Patos de Minas.
Apenas em janeiro de 1832, depois de providenciada a contratação de um padre e a construção da capela de Santo Antônio, foi criado o Distrito de Santo Antônio da Beira do Paranaíba, nome dado à povoação “Os Patos”. A partir de 1839 a denominação Santo Antônio da Beira do Paranaíba desapareceu oficialmente para dar lugar a “Santo Antônio dos Patos”. E, em 1850 pela Lei Provincial n.472 criou-se a “Paróquia de Santo Antônio dos Patos”, alçada a arraial e pertencente à Comarca de Patrocínio. O pedido de elevação do Distrito de Santo Antônio dos Patos à categoria de Vila foi formalizado em 25 de dezembro de 1856 e aprovado somente mais tarde, em 29 de fevereiro de 1868, quando veio a ordem do executivo da Província para a instalação da Vila. Conforme a lei de criação, para estabelecer a região como Vila era preciso que fosse construída a Cadeia e a Casa da Câmara. Mesmo com dificuldades, conseguiu-se cumprir o compromisso no prazo estipulado. Assim, o edifício da Cadeia Pública de Patos de Minas tem a estrutura formal das antigas Casas de Câmara e Cadeia, sendo concebida para abrigar a estrutura funcional e administrativa do Município. Contudo, o prédio, objeto deste histórico, não é a primeira sede da Câmara e da Cadeia de Patos de Minas. A iniciativa de sua construção partiu da Câmara Municipal e do Governo Estadual em 1909. Trata-se do mais antigo edifício público de Patos de Minas e foi inaugurado em 1912 para abrigar a Cadeia, a Câmara e o Fórum. O edifício foi tombado pelo Decreto Municipal no 2049, de 14/04/1998.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Descrição: O edifício foi construído em 1912, em estilo eclético, em 02 (dois) pavimentos apresenta partido regular, a planta em retângulo fechado, para abrigar no pavimento superior a Câmara e o Fórum, e no inferior a Cadeia. Implantada em sítio privilegiado, hoje tem pequeno largo de frente, escada lateral em 4 lances de fácil acesso, guarda-corpo de balaustres, hall de entrada coberto por laje plana. A cobertura em telhas francesas tem quatro águas com platibanda frontal e beirais com calhas nas outras águas. O sistema construtivo apresenta baldrames em pedra, estrutura monolítica em alvenaria assente com argamassa de barro, ensoleiramento destacado em alvenaria, piso superior em taco, o inferior em cimento desempenado, e o forro em laje (superior). A fachada principal apresenta-se enquadrada por cunhais em alvenaria tipo pilastras, um desvão central recuado e duas laterais simétricas. Na altura do nível do piso superior, apresenta friso em ressalto acimalhados. No desvão central superior 3 janelas e nos laterais, uma janelas em cada. As janelas apresentam-se enquadradas por batentes de madeira, duas folhas de abrir, seis divisões com vidros por fora e postigo de madeira por dentro, vergas em arco pleno com batente superior reto, fechamento superior em vidro. O edifício possui afastamento posterior junto ao alinhamento da Avenida Padre Almir, local que servia como pátio aberto para banho de sol dos presos. A platibanda apresenta os mesmos ressaltos acimalhados em seu contorno, com as pilastras tendo no ápice acabamento tipo pináculo. Na parte central pequeno frontispício triangular com o pináculo superior e no centro a ornamentação com o símbolo da justiça: balança entrelaçada com chicote e espada.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Histórico do município: O processo de colonização da região ocupada hoje pelo município de Patos de Minas e distritos vizinhos teve início, provavelmente, na metade do século XVIII, período que antecede à descoberta do ouro nas regiões das minas, com o movimento das entradas e bandeiras rumo às terras de Paracatu.
A cidade de Patos de Minas surgiu na segunda década do século XIX em torno da Lagoa dos Patos, onde segundo as descrições históricas existia uma enorme quantidade de patos silvestres. Os primeiros habitantes foram lavradores e criadores de gado, sendo muito visitados por tropeiros. O povoado, à beira do rio Paranaíba, cresceu, virou arraial e depois vila, a devota vila de Santo Antônio dos Patos.
Em 1892, o presidente do Estado de Minas Gerais eleva a vila à categoria de cidade de Patos de Minas. Em 1943, o governo do Estado mudou o nome para Guaratinga, provocando insatisfação na população. Atendendo aos apelos populares, em 1945 o nome é mudado novamente para Patos de Minas, para distingui-lo de Patos da Paraíba, município mais antigo. Seu aniversário é comemorado em 24 de maio, ocasião em que se realiza a ‘Festa Nacional do Milho’.
O desenvolvimento maior do município ocorreu na década de 30 pelos melhoramentos executados pelo Governo do Estado, cujo presidente era Olegário Dias Maciel. Em seu governo, instalou-se e construiu-se a sede da Escola Normal (então Escola Estadual Professor Antônio Dias Maciel), o Hospital Regional Antônio Dias Maciel, o Fórum Olympio Borges e o grupo escolar Marcolino de Barros. Essas obras ampliaram muito as influências do município na região.
A década de 50 foi de grande avanço regional. Houve grande surto migratório e a instalação de grandes firmas comerciais nos mais diversos segmentos. Nessa época, construiu-se o primeiro terminal rodoviário e iniciou-se a comemoração da Festa Nacional do Milho.
Nas décadas de 60 e 70, período em que o país vivia sob pressão da ditadura militar, houve certa estagnação econômica, motivada pela mudança da capital do país para Brasília. Grande parte da população local se deslocou para lá em busca de emprego. A capital continuou atraindo os patenses, principalmente com a criação das universidades. Ainda hoje existe em Brasília uma colônia significativa de patenses. Esse momento foi marcado pela: instalação da CEMIG; fundação do Colégio Municipal, transformado em Escola Estadual Professor Zama Maciel; a criação da Fundação Educacional de Patos de Minas, com a instalação do primeiro curso superior; a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em 1970; e a consolidação da rede rodoviária com o asfaltamento das BRs 354 e 365, ligando o município à capital do Estado e ao nordeste do país.
A descoberta da jazida de fosfato sedimentar, na localidade da Rocinha, no final dos anos 70, projetou Patos de Minas nacionalmente, ocasionando a primeira visita do Presidente da República à cidade, o General Ernesto Geisel, em 1974.
Esse período também foi marcado pela imigração gaúcha, que fixou suas residências e escritórios de venda de sementes em Patos de Minas. O cultivo era feito na região de cerrado, vizinha do município, principalmente Presidente Olegário e São Gonçalo do Abaeté.
Neste período foi grande o desenvolvimento comercial com a implantação de indústrias de confecções e a instalação de uma unidade da CICA, maior processadora de tomates da América Latina, promovendo o crescimento de cultivo de milho doce, ervilha e tomate na região.
Estudos comprovam a predominância de tribos indígenas no período que antecede a dominação branca na região. Segundo Antré Prous, autor do livro ‘Arqueologia Brasileira’, costuma-se atribuir aos Cataguás a ocupação da região sudoeste mineira, tribo que resistiu bravamente aos invasores brancos, mas que não chegou a ser estudada. A existência de vestígios arqueológicos são as marcas deixadas por estas nações.
Fonte: IBGE.
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IBGE
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