Patos de Minas – Residência do ex-Presidente Olegário Dias Maciel
A Residência do ex-Presidente Olegário Dias Maciel, hoje museu de Patos de Minas-MG. Edificação residencial em estilo eclético, datada da década de 1910.
Prefeitura Municipal de Patos de Minas-MG
Nome atribuído: Residência do ex-Presidente Olegário Dias Maciel
Localização: Av. Getúlio Vargas, nº 78 – Patos de Minas-MG
Uso Atual: Museu da Cidade de Patos de Minas-MG
Ficha
Histórico da edificação: Casa que pertenceu Olegário Dias Maciel, o filho mais ilustre da família “Dias Maciel”, os poderosos mandatários de Patos de Minas de fins do Império e da República Velha. Olegário foi deputado provincial, deputado federal, senador , vice presidente e presidente do Estado de Minas Gerais entre 1930 e 1933, no conturbado período do movimento de 1930. O sobrado foi edificado em 1915 para lhe servir de residência, embora tenha sido pouco utilizada com esta finalidade, pois a vida política de Olegário foi extremamente intensa. A casa ficou pronta em 1915 para lhe servir de residência. Mas, conforme dito antes, a intensa vida política obrigou-o a apenas “hospedar-se” na própria casa, nas ocasiões em que saía da capital. Por isso mesmo a casa de Olegário Maciel foi palco de vários e importantes encontros políticos ocorridos nos momentos em que ele vinha a Patos. Nos intervalos, a residência abrigou sua mãe, Dona Flaviana Rosa e seu irmão, o Coronel Osório Dias Maciel, também político local. Por heranças as sobrinhas Dóris e Zenóbia moraram na casa até vendê-la a um grupo de empresários que pretendiam demoli-la. No início da década de 1980 o escritório da CEMIG funcionou no prédio.
A Prefeitura adquire a casa em 1986 para servir de “Museu da Imagem e do Som”, porém a finalidade desde então foi outra. Na casa já funcionou a Secretaria de Educação o Centro Histórico e Conservatório Municipal. Atualmente é restaurada para ser sede do MuP – Museu da Cidade de Patos de Minas.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Descrição: Edificação residencial em estilo eclético, datada da década de 1910. Constitui-se de exemplar arquitetônico edificado em plena fase do ecletismo local, expressando algumas características deste estilo em sua concepção formal arquitetônica, ao mesmo tempo em que apresenta concepção técnica advinda da tradição colonial. Implanta-se na testada do lote, elevando-se do nível da via pública por porão alto com óculos para ventilação vedados em gradil de ferro. O partido adotado desenvolve-se em forma de “L”, varanda na lateral esquerda por onde se faz o acesso principal. A solução em planta traz dois corpos distintos funcionalmente: o principal disposto longitudinalmente e na parte frontal do terreno corresponde ao social e íntimo, e o secundário destinado a serviços volume perpendicular ao primeiro. A cobertura faz-se através de seis águas, telhas cerâmicas tipo francesa sobre engradamento em madeira, semi ocultada por platibanda cheia em alvenaria, pronunciada na parte frontal e através de cimalhas na lateral esquerda e parte dos fundos. A cobertura da varanda lateral faz-se também em telhas francesas apresentando como detalhe ornamental lambrequim forjado em metal. A fachada principal ordena-se em dois painéis, delimitados por simulação de pilastras, tendo sido adotada a ordem jônica estilizada. O painel maior pela lateral esquerda compõe-se pela ordenação de três vãos em vergas retas emoldurados em relevo de massa e o painel contíguo por um único vão em retas sobre vergas alteada em triângulo. Relevos em massa compondo pequenos quadros encontram-se dispostos no parapeito dos vãos e na platibanda, diferenciada do pano de fachada por cimalha corrida em massa. Ao centro de ambos os painéis e acima do nível da platibanda, ocorre frontão triangular (esquerda) e semicircular (direita) que fazem o coroamento da platibanda. Os vãos principais portas e janelas mostram enquadramento em relevo de massa e vedação em almofadas. Internamente conserva ainda grande parte de seus revestimentos e elementos originais tais como: piso em tabuado corrido (social e íntimo) e ladrilho hidráulico sobre barrotes (nos serviços e varanda) que será retirado até o fim do ano. Forro em saia-e-camisa e friso de madeira, encaixe macho-e-fêmea, ambos contando com aba, cimalha e friso vazado para ventilação; vedações e ferragens das portas; e peças sanitárias.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Histórico do município: O processo de colonização da região ocupada hoje pelo município de Patos de Minas e distritos vizinhos teve início, provavelmente, na metade do século XVIII, período que antecede à descoberta do ouro nas regiões das minas, com o movimento das entradas e bandeiras rumo às terras de Paracatu.
A cidade de Patos de Minas surgiu na segunda década do século XIX em torno da Lagoa dos Patos, onde segundo as descrições históricas existia uma enorme quantidade de patos silvestres. Os primeiros habitantes foram lavradores e criadores de gado, sendo muito visitados por tropeiros. O povoado, à beira do rio Paranaíba, cresceu, virou arraial e depois vila, a devota vila de Santo Antônio dos Patos.
Em 1892, o presidente do Estado de Minas Gerais eleva a vila à categoria de cidade de Patos de Minas. Em 1943, o governo do Estado mudou o nome para Guaratinga, provocando insatisfação na população. Atendendo aos apelos populares, em 1945 o nome é mudado novamente para Patos de Minas, para distingui-lo de Patos da Paraíba, município mais antigo. Seu aniversário é comemorado em 24 de maio, ocasião em que se realiza a ‘Festa Nacional do Milho’.
O desenvolvimento maior do município ocorreu na década de 30 pelos melhoramentos executados pelo Governo do Estado, cujo presidente era Olegário Dias Maciel. Em seu governo, instalou-se e construiu-se a sede da Escola Normal (então Escola Estadual Professor Antônio Dias Maciel), o Hospital Regional Antônio Dias Maciel, o Fórum Olympio Borges e o grupo escolar Marcolino de Barros. Essas obras ampliaram muito as influências do município na região.
A década de 50 foi de grande avanço regional. Houve grande surto migratório e a instalação de grandes firmas comerciais nos mais diversos segmentos. Nessa época, construiu-se o primeiro terminal rodoviário e iniciou-se a comemoração da Festa Nacional do Milho.
Nas décadas de 60 e 70, período em que o país vivia sob pressão da ditadura militar, houve certa estagnação econômica, motivada pela mudança da capital do país para Brasília. Grande parte da população local se deslocou para lá em busca de emprego. A capital continuou atraindo os patenses, principalmente com a criação das universidades. Ainda hoje existe em Brasília uma colônia significativa de patenses. Esse momento foi marcado pela: instalação da CEMIG; fundação do Colégio Municipal, transformado em Escola Estadual Professor Zama Maciel; a criação da Fundação Educacional de Patos de Minas, com a instalação do primeiro curso superior; a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em 1970; e a consolidação da rede rodoviária com o asfaltamento das BRs 354 e 365, ligando o município à capital do Estado e ao nordeste do país.
A descoberta da jazida de fosfato sedimentar, na localidade da Rocinha, no final dos anos 70, projetou Patos de Minas nacionalmente, ocasionando a primeira visita do Presidente da República à cidade, o General Ernesto Geisel, em 1974.
Esse período também foi marcado pela imigração gaúcha, que fixou suas residências e escritórios de venda de sementes em Patos de Minas. O cultivo era feito na região de cerrado, vizinha do município, principalmente Presidente Olegário e São Gonçalo do Abaeté.
Neste período foi grande o desenvolvimento comercial com a implantação de indústrias de confecções e a instalação de uma unidade da CICA, maior processadora de tomates da América Latina, promovendo o crescimento de cultivo de milho doce, ervilha e tomate na região.
Estudos comprovam a predominância de tribos indígenas no período que antecede a dominação branca na região. Segundo Antré Prous, autor do livro ‘Arqueologia Brasileira’, costuma-se atribuir aos Cataguás a ocupação da região sudoeste mineira, tribo que resistiu bravamente aos invasores brancos, mas que não chegou a ser estudada. A existência de vestígios arqueológicos são as marcas deixadas por estas nações.
Fonte: IBGE.
FOTOS:
- Imagem: Prefeitura Municipal
- Imagem: Museu Municipal
MAIS INFORMAÇÕES:
IBGE
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