Pedro Leopoldo – Casa de D. Chiquinha e Romero Carvalho


Imagem: Mariana Alves Madureira

A Casa de D. Chiquinha e Romero Carvalho foi tombada pela Prefeitura Municipal de Pedro Leopoldo-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Pedro Leopoldo-MG
Nome atribuído: Casa D. Chiquinha e Romero Carvalho – Sobrado Dona Chiquinha
Outros Nomes: Sede da Fazenda Cachoeira Grande, Fazenda das 3 Moças
Localização: R. Comendador Antônio Alves, n° 146 – Praça Dr. Senra – Pedro Leopoldo-MG

Descrição: O casarão foi construído por Romero de Azevedo de Carvalho no início do século XX. Romero Carvalho, guardador de livros da Fábrica de Tecidos, possuía um armazém quase em frente à sua residência. Com a emancipação política em 1924, tornou-se o primeiro prefeito de Pedro Leopoldo.

Romero morou no casarão com os treze filhos, dos quais a maioria se mudou posteriormente para as imediações do casarão. Segundo o processo de tombamento,

Helfa casada com Cristiano Otoni, cuja casa, considerada um dos mais belos exemplares da arquitetura de Pedro Leopoldo, foi demolida para dar lugar a um edifício misto comercial e residencial, Edifício Dona Glória Belisário. Ilda, casada com Sô Lopes (Hermínio), cuja residência, construída logo ao lado da residência do pai, foi recentemente demolida. Caetano, casado em primeiras núpcias com Susana Passos e depois com a irmã dela, Maria Auxiliadora, construiu sua casa residencial a poucos metros da casa do pai. José (Dr. Zezé), casado em primeiras núpcias com Dona Lucy e após ficar viúvo, em segundas núpcias com D. Edicionina, construiu ao lado da irmã Ilda, um sobrado digno da arquitetura da década de 40. Maurício, casado com D. Pretinha, mora na Rua Roberto Belisário, cujos fundos do terreno limitava com os terrenos do pai e irmãos. Romero de Carvalho Filho, casado com Dona Francisca (Chiquita) estabeleceu-se na esquina das Ruas Comendador Antônio Alves e Roberto Belisário. Rubens, casado com Dona Nair Belisário, além de outros imóveis nas imediações era proprietário do imóvel aos fundos do casarão do pai. Rui, casado com Elisa Alves Carvalho, a D. Zazá, tinha duas propriedades nas imediações que ainda pertencem a família, uma ao lado do pai e uma na praça Dr. Senra número 55, ao lado da irmã Helfa. Antônio (Tonico), casado com D. Cléa, recebeu parte da casa do pai como herança e comprou as partes dos irmãos, conforme consta nas certidões do cartório de registro de imóveis.

Dessa forma, a família Carvalho apropriou-se da maior parte da praça.

O casarão, construído em 1913 em estilo eclético, possui entrada na varanda lateral, porão alto vazado, é construído em alvenaria de tijolos e possui telhado de quatro águas. Possuía pátio em “L”, posteriormente destruído para a construção da casa da filha Ilda. A fachada e a divisão de cômodos permanecem como construídos por Romero, tendo como relevantes alterações apenas um barracão construído ao fundo e algumas mudanças no escritório. O banheiro azulejado em preto e rosa com banheira da época é um dos cômodos mais interessantes.

A proposta técnica tomba o imóvel como um todo, uma vez que suas características internas justificam, excluindo somente o barracão que deverá dar lugar a um jardim, caso venha a ser suprimido. Além da bela arquitetura da casa, a importância de seu proprietário para a história da cidade justifica o processo.
Fonte: Mariana Alves Madureira.

Histórico do município: A Lei Estadual no 843, de 1923, elevou Pedro Leopoldo à categoria de Município, instalado em 27 de janeiro de 1924. Mas nossa história começou a ser escrita muito antes.
A formação cáustica da região proporcionou a formação de grutas, que em muito contribuíram para que o homem primitivo aqui se instalasse em busca de proteção e abrigo. Provas dessa ocupação estão nos sítios arqueológicos: fósseis humanos, restos de cerâmicas, instrumentos em bom estado de conservação, pinturas rupestres, entre outros. Foram essas provas que conquistaram o naturalista dinamarquês Peter Lund, que por aqui se instalou, por volta de 1835, para estudar a pré-história da região. Quase dois séculos após os estudos realizados por Dr. Lund, e posteriormente por diversas universidades e comissões internacionais, ainda existe muito para ser pesquisado e revelado.
Na época áurea da extração de ouro e pedras em Minas Gerais, a região de Pedro Leopoldo passou a fazer parte do caminho de abastecimento da região aurífera. Por aqui, as fazendas produziam alimentos e criavam animais para abastecer as regiões produtoras de ouro com as quais mantinham um intenso comércio.
Com a inauguração, em 1895, da fábrica têxtil pertencente a Antônio Alves, aproveitando o potencial hidráulico da Cachoeira Grande, o então arraial foi inserido no contexto mineiro das indústrias de tecido. Indústrias que nasceram do capital oriundo da agricultura e da pecuária, como era o caso do Sr. Antônio Alves Ferreira da Silva, fazendeiro e proprietário de escravos.
A fábrica acabou por atrair diversas famílias que viriam suprir a necessidade de mão de obra para a produção, manutenção e administração da fábrica.
Nessa mesma época, 1895, é também inaugurada a Estação Ferroviária da Central do Brasil, que aqui foi denominada Dr. Pedro Leopoldo, em homenagem ao engenheiro responsável pela construção desse trecho e que havia falecido no ano anterior à sua inauguração.
A estrada de ferro, construída no outro lado do Ribeirão da Mata, contribuiu para o desenvolvimento da região, favorecendo a comunicação do arraial com outras localidades, facilitando o transporte de matéria-prima, do produto industrializado e da produção agrícola.
Aos poucos, a localidade que antes era conhecida como Cachoeira Grande passou a ser conhecida pelo nome de sua estação ferroviária: “Pedro Leopoldo”.
Fonte: Prefeitura Municipal.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal
Bruno Lopes
Mariana Alves Madureira


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *