Poços de Caldas – Festa de São Benedito


Imagem: Prefeitura Municipal

A Festa de São Benedito foi registrada pela Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG
Nome atribuído: Festa de São Benedito
Localização: Poços de Caldas-MG
Processo de Registro: Processo de Registro n° 1
Livro de Registro das Celebrações
Dossiê

Descrição: “No dia 13 de maio, o dia solene da Festa, a alvorada às 6 horas da manhã marca com o repique de sinos e fogos no alto do morro de São Benedito ao acordar a cidade para a louvação do Santo Maior. Às 10 horas, tem início a Missa Conga, com a presença de todos os Congados e Caiapós. A celebração é presidida pelo Bispo da Diocese de Guaxupé e, ao som dos cantos e danças dos congadeiros e caiapós, a missa toma um caráter festivo de muita alegria e devoção. Depois da missa, os congados cumprem com suas obrigações religiosas, visitando residências de devotos e, após o almoço, passam pela Igreja Matriz, a Basílica de Nossa Senhora da Saúde em louvação, por ser ali o local da primeira capela de São Benedito. Esta visitação acontece entre 14h às 15h, num espetáculo de rara emoção. Às 16h, tem início a procissão, com três irmãos de São Benedito à frente com a Cruz, seguidos dos Caiapós e Ternos de Congos de São Benedito. Depois vem o Congado de Nossa Senhora do Rosário e o de Nossa Senhora do Carmo. Por fim, o Congado São Jerônimo e Santa Bárbara e Nossa Senhora da Saúde. Seguem os anjinhos e fradinhos, pagadores de promessa e o belíssimo estandarte de São Benedito, seguido da Irmandade do Santo. A população se aglomera e temos a Imagem de Santa Ifigênia e Nossa Senhora do Rosário, finalizando com o Santo Maior, São Benedito.”

O trecho acima foi extraído do Dossiê de Registro do Bem Imaterial Festa de São Benedito, da Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento da Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente e narra a tradição do 13 de Maio, feriado municipal em Poços de Caldas.

[…]

“É um momento de muita fé e de alegria também, quando encerramos a nossa missão na preservação desse patrimônio imaterial”, destacou Ailton Santana, o Mestre Bucha, em entrevista quando da realização da Missa Conga em 2019.

“A importância maior é São Benedito e Nossa Senhora do Rosário”, diz a capitã do Terno São Jerônimo/Santa Bárbara, Dona Orlanda Conceição Silva, mestre reconhecida pelo Ministério da Cultura, por meio do Prêmio Culturas Populares, categoria Mestres. “Vem de família, dos meus avós, do meu pai, da minha mãe e eu fiquei sendo a capitã”, conta Dona Orlanda, também em entrevista no último ano de realização da festa.

Em pesquisa realizada para o desenvolvimento do roteiro intitulado “Bendito Roteiro” do projeto de educação patrimonial “Você é Poços”, a arte-educadora Daniela Marco Antonio Alvisi aponta que “a Missa Conga é uma celebração muito importante para os integrantes dos grupos de cultura popular que participam da Festa de São Benedito. Na manhã do dia 13 de maio, todos se reúnem para demonstrar a devoção ao santo, um dos padroeiros da cidade de Poços de Caldas, e cada um faz suas homenagens seguindo suas tradições particulares (…). Durante o culto, os sacerdotes e congadeiros dividem as ações da celebração, num incrível fenômeno de sincretismo cultural. O som dos tambores mistura-se ao dos violões e o coro é múltiplo”, escreve a pesquisadora.

Sem dúvida, a Missa Conga é um dos momentos mais emocionantes da programação cultural e religiosa da Festa de São Benedito, quando o bater do tambor se une a preces e agradecimentos por mais um ano de tradição, fé, devoção, arte e cultura.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: A história de Poços de Caldas começou a ser escrita a partir da descoberta de suas primeiras fontes e nascentes, no século XVIII. As águas raras e com poder de cura foram responsáveis pela prosperidade da cidade quando as terras começaram a ser ocupadas por ex-garimpeiros, que passaram a se dedicar à criação de gado. Na época, 1818, a região onde hoje se situa Poços de Caldas pertencia ao capitão José Bernardes Junqueira. Quando o senador Joaquim Floriano Godoy declarou de utilidade pública os terrenos junto aos poços de água sulfurosa, determinou também a desapropriação do local. O próprio capitão se encarregou de doar 96 hectares de suas terras para a fundação da cidade. O ato foi assinado no dia 6 de novembro de 1872, data em que se comemora o aniversário de Poços de Caldas.

Desde 1886 funcionava na cidade uma casa de banho, utilizada para tratamento de doenças cutâneas. Ela se servia da água sulfurosa e termal da Fonte dos Macacos. Em 1889 foi fundado, por Pedro Sanches, outro estabelecimento para o mesmo fim, captando água da Fonte Pedro Botelho. Ali, a água sulfurosa subia até os depósitos por pressão natural. O balneário não existe mais. Em seu lugar foram construídas, no final dos anos 20, as Thermas Antônio Carlos, um dos mais belos prédios da cidade.

Em outubro de 1886, Poços recebeu o Imperador Dom Pedro II. Ele veio acompanhado da imperatriz Tereza Cristina para a inauguração de um ramal da Estrada de Ferro Mogiana. Três anos depois a cidade foi desmembrada do distrito de Caldas e elevada à categoria de vila e município. Seu nome tem relação com a história da família real portuguesa. Na época em que foram descobertos os poços de água sulfurosa e térmica, a cidade de Caldas da Rainha, em Portugal, já era uma importante terma utilizada para tratamentos e muito frequentada pela família real. Caldas possui o mais antigo hospital termal em funcionamento no mundo, desde o século XVI. Como as fontes eram poços utilizados por animais, veio o nome Poços de Caldas.

Na década de 40, era dos cassinos, Poços recebia a visita da aristocracia brasileira, que frequentava os salões do Palace Casino e do Palace Hotel. O presidente Getúlio Vargas tinha uma suíte especial no hotel com a mesma decoração da que ele usava no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital do país. O quarto ainda hoje preserva os móveis e o estilo da época, mas uma das maiores atrações do hotel continua sendo sua piscina térmica, construída num suntuoso salão sustentado por colunas de mármore de carrara.

Entre os artistas que passaram pelo Palace Casino naquela época estiveram Silvio Caldas, Carmem Miranda, Orlando Silva e Carlos Galhardo. Estiveram também em Poços de Caldas personagens ilustres como Rui Barbosa, Santos Dumont, o poeta Olavo Bilac e o romancista João do Rio. Entre os políticos, o interventor de Minas Gerais durante o Estado Novo, Benedito Valadares e o presidente Juscelino Kubitschek, entre outros, foram também presenças constantes.

A proibição do jogo, em 1946, e a descoberta do antibiótico tiveram forte impacto para o turismo na cidade. O termalismo deixou de ser a maneira mais eficaz de tratar as doenças para as quais era indicado e os cassinos foram fechados. A economia de Poços sofreu um grande abalo, mas a fase ruim foi superada com a mudança de foco no turismo. A classe média e grandes grupos passaram a frequentar as termas, a visitar as fontes e outros pontos de atração da cidade. Além disso, a cidade abrigou várias indústrias, impulsionando a economia.
Fonte: IBGE.

BENS RELACIONADOS:
Poços de Caldas – Festa de São Benedito
Poços de Caldas – Igreja de São Sebastião

FOTOS:

VÍDEO:

Fonte: Prefeitura Municipal.

MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *