Poços de Caldas – Thermas Antônio Carlos
As Thermas Antônio Carlos foram tombadas pela Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG por sua importância cultural para a cidade.
Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG
Nome atribuído: Thermas Antônio Carlos
Localização: R. Junqueiras, s/n – Centro – Poços de Caldas-MG
Descrição: O edifício das Thermas Antônio Carlos, que juntamente com as Praças Dr. Eliziário Junqueira e Major Luiz Loyola impõe-se pela monumentalidade, evidenciada por grandes vãos em arco pleno e pela escadaria na entrada social. Sua arquitetura reflete o gosto eclético , com predominância de elementos decorativos do repertório neoclássico. De partido hexagonal , desenvolve-se em quatro níveis organizados basicamente em vestíbulo, instalações para banhos, duchas, saunas, sala de mecanoterapia com aparelhos importados da Alemanha, setor de Inalações e Pulverizações, Administração e pavimentos técnicos.
O edifício foi projetado pelo arquiteto Eduardo Pederneiras, no estilo da arquitetura eclética refletindo tendências de época, com predominância do estilo neoclássico. As obras de construção tiveram início em 1928 e foram inauguradas em março de 1931, destinadas a tratamentos hidro e fisioterápicos.
O Projeto Arquitetônico proposto na atual obra faz uma nova leitura da Thermas Antônio Carlos, sabiamente já antecipado pelo Dr. Benedictus Mário Mourão que cita textualmente:
“Em Poços de Caldas, onde residimos e exercemos a crenologia, sendo atualmente diretor dos serviços termais da Prefeitura Municipal, o turismo era subsidiário do termalismo. Um doente vinha usar, em geral, os banhos sulfurosos e permanecia na cidade por uma temporada, quase sempre de vinte a trinta dias. Os seus familiares aproveitavam a permanência e faziam, ao mesmo tempo, uso dos balneários, ainda que de modo irregular. Hoje se observa exatamente o contrário. O termalismo vegeta à custa do turismo. A frequência, antigamente, era constituída de 90% de doentes e 10% de sadios. Agora computa-se o inverso: a maioria absoluta de balneantes é representada por pessoas que não necessitam de tratamentos médicos e que vão às termas movidos pela curiosidade turística ou para usufruir prazer oferecido pelos banhos sulfurosos, duchas, saunas, hidromassagem, massagem manual, estética facial, etc. Conclui-se que, numa organização termal, entre as opções importantes inclui-se oferecer ao indivíduo sadio elementos para manter a sua plástica em forma e momentos de lazer em ambiente agradável e descontraído. Todavia, em hipótese alguma, deve-se negligenciar os esperançosos enfermos, quase sempre idosos, dedicando-lhes atenção e eficiente assistência médica.”
Mourão, Benedictus Mário. Os novos frequentadores das Estâncias Hidrominerais. IN: A água mineral e as termas: uma história milenar. São Paulo, Abinam, 1997.
A entrada principal social estende-se em um amplo saguão oval que possui um vitral horizontal com pé direito da altura total do edifício. Este saguão com vitral centraliza a comunicação entre os diversos setores de banho do segundo e quarto pavimentos, com os andares técnicos e com a área administrativa do edifício.
Além da entrada principal social existem mais três acessos: uma entrada na face leste, de acesso aos banhos e também à futura Casa de Chá (Café), onde foi projetada uma plataforma elevatória para PNE – Portadores de Necessidades Especiais. Esta plataforma elevatória vertical é projetada para promover acesso ao nível 02, visando vencer a pequena altura deste nível em relação à rua, pois a instalação de um elevador convencional não é possível. O equipamento consiste em uma máquina em torre e uma plataforma elevatória dimensionada para promover o adequado nível de elevação, satisfazendo a necessidade de acesso ao nível 02 das Thermas. A outra entrada na face oeste já é destinada aos PNE e servida por um elevador convencional, e localiza-se sob a escada principal frontal do edifício e, por fim, uma entrada de serviço na lateral (fachada norte).
Hoje os serviços termais têm como objetivo atender turistas de toda a parte e também incentivar a população local a usufruir de seus benefícios, além disso, possibilita o atendimento pelo SUS aos serviços da mecanoterapia.
Fonte: @patrimoniospocosdecaldas.
Descrição: Principal balneário de Poços de Caldas, foi projetado no final da década de 20. Com grandes vãos em arco pleno e escadaria suntuosa, sua arquitetura reflete o gosto eclético, com predominância de elementos decorativos do repertório neoclássico. Abriga salas de banho, duchas, saunas, piscina, ofurô, salas de inalações e pulverizações. A água sulfurosa vem da Fonte Pedro Botelho, localizada ao lado do prédio.
O prédio é administrado pela Codemge desde janeiro de 2018.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Histórico do município: A história de Poços de Caldas começou a ser escrita a partir da descoberta de suas primeiras fontes e nascentes, no século XVIII. As águas raras e com poder de cura foram responsáveis pela prosperidade da cidade quando as terras começaram a ser ocupadas por ex-garimpeiros, que passaram a se dedicar à criação de gado. Na época, 1818, a região onde hoje se situa Poços de Caldas pertencia ao capitão José Bernardes Junqueira. Quando o senador Joaquim Floriano Godoy declarou de utilidade pública os terrenos junto aos poços de água sulfurosa, determinou também a desapropriação do local. O próprio capitão se encarregou de doar 96 hectares de suas terras para a fundação da cidade. O ato foi assinado no dia 6 de novembro de 1872, data em que se comemora o aniversário de Poços de Caldas.
Desde 1886 funcionava na cidade uma casa de banho, utilizada para tratamento de doenças cutâneas. Ela se servia da água sulfurosa e termal da Fonte dos Macacos. Em 1889 foi fundado, por Pedro Sanches, outro estabelecimento para o mesmo fim, captando água da Fonte Pedro Botelho. Ali, a água sulfurosa subia até os depósitos por pressão natural. O balneário não existe mais. Em seu lugar foram construídas, no final dos anos 20, as Thermas Antônio Carlos, um dos mais belos prédios da cidade.
Em outubro de 1886, Poços recebeu o Imperador Dom Pedro II. Ele veio acompanhado da imperatriz Tereza Cristina para a inauguração de um ramal da Estrada de Ferro Mogiana. Três anos depois a cidade foi desmembrada do distrito de Caldas e elevada à categoria de vila e município. Seu nome tem relação com a história da família real portuguesa. Na época em que foram descobertos os poços de água sulfurosa e térmica, a cidade de Caldas da Rainha, em Portugal, já era uma importante terma utilizada para tratamentos e muito frequentada pela família real. Caldas possui o mais antigo hospital termal em funcionamento no mundo, desde o século XVI. Como as fontes eram poços utilizados por animais, veio o nome Poços de Caldas.
Na década de 40, era dos cassinos, Poços recebia a visita da aristocracia brasileira, que frequentava os salões do Palace Casino e do Palace Hotel. O presidente Getúlio Vargas tinha uma suíte especial no hotel com a mesma decoração da que ele usava no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital do país. O quarto ainda hoje preserva os móveis e o estilo da época, mas uma das maiores atrações do hotel continua sendo sua piscina térmica, construída num suntuoso salão sustentado por colunas de mármore de carrara.
Entre os artistas que passaram pelo Palace Casino naquela época estiveram Silvio Caldas, Carmem Miranda, Orlando Silva e Carlos Galhardo. Estiveram também em Poços de Caldas personagens ilustres como Rui Barbosa, Santos Dumont, o poeta Olavo Bilac e o romancista João do Rio. Entre os políticos, o interventor de Minas Gerais durante o Estado Novo, Benedito Valadares e o presidente Juscelino Kubitschek, entre outros, foram também presenças constantes.
A proibição do jogo, em 1946, e a descoberta do antibiótico tiveram forte impacto para o turismo na cidade. O termalismo deixou de ser a maneira mais eficaz de tratar as doenças para as quais era indicado e os cassinos foram fechados. A economia de Poços sofreu um grande abalo, mas a fase ruim foi superada com a mudança de foco no turismo. A classe média e grandes grupos passaram a frequentar as termas, a visitar as fontes e outros pontos de atração da cidade. Além disso, a cidade abrigou várias indústrias, impulsionando a economia.
Fonte: IBGE.
FOTOS:
- Imagem: Prefeitura Municipal
- Imagem: Enio Prado
- Imagem: @patrimoniospocosdecaldas
- Imagem: @patrimoniospocosdecaldas
- Imagem: Wikipedia
- Em 1º plano vê-se a construção das Thermas Antônio Carlos, a remodelação do Palace Hotel e a herma do Dr. Pedro Sanches. À esquerda, o antigo balneário Pedro Botelho e o Palace Cassino em construção. Foto de 24 de abril de 1929. Imagem: Prefeitura Municipal
MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal
Visito Poços de Caldas há mais de 10 anos e, além dos costumeiros locais de visita, o Balneário Antônio Carlos é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores de se visitar, por dar imenso ganho à saúde física e mental. O atendimento é excepcional, um dos melhores em termas que já visitei e os banhos, massagens e tudo que o balneário oferece são valiosos por demais.
Porém, o balneário está fechado mais um dia da semana que é na 3ª feira e isto creio ser uma grande perda para a cidade, pois o turismo no Brasil costuma ser uma das maiores fontes de renda das cidades presenteadas com esta grande riqueza, que são as águas termais, no caso de Poços de Caldas. Fui ao Balneário dia 20 (3ªfeira) e me deparei com tudo fechado – um grande susto e tristeza. Então, venho pedir o retorno das atividades na 3ª feira, pelo menos nesta época de férias, pois, afinal, todos sairão ganhando.