Porteirinha – Capela de Nossa Senhora da Soledade de São José de Gorutuba


Imagem: Dossiê de Tombamento

A Capela de Nossa Senhora da Soledade de São José de Gorutuba, em Porteirinha-MG, foi construída entre fins do séc. XVIII e início do séc. XIX.

Prefeitura Municipal de Porteirinha-MG
Nome atribuído: Capela de Nossa Senhora da Soledade de São José de Gorutuba
Outros Nomes: Igreja São José do Gorutuba
Localização: Estrada vicinal de São José de Gorutuba, s/n – Zona Rural – Porteirinha-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 588/2002 Retificado pelo Decreto n° 1132/2015
Dossiê de Tombamento

Histórico do bem: A data precisa em que foi construída a Igreja do São José do Gorutuba não se sabe. Calcula-se que em fins do século XVIII e início do século XIX. O monumento é uma preciosidade, o testemunho de uma época, de um lugar do qual não se tem quase nenhum registro que permita a reconstituição da memória local. A data de fundação de São José do Gorutuba é desconhecida. Sabe-se que foi elevado a arraial/distrito/paróquia por um decreto imperial de 14/07/1832 e que fazia parte do município de Grão Mogol. Em 07/01/1875, pela Lei 2107, foi dividido em três distritos (Santo Antônio do Riacho, Serra Branca e São José do Gorutuba). Em 1938, por Decreto-Lei 148, Porteirinha tornou-se Município emancipado e desmembrou-se de Grão Mogol, incorporando São José do Gorutuba. O distrito, já decadente, com a construção da Barragem do “Bico da Pedra”, na década de 70, foi transferido para o Povoado de Bom Jesus.

Mais de 100 anos passaram
E o fato consumou
A represa do Rio Gorutuba
A região inundou…

São José do Gorutuba havia sido um povoado importante habitado por latifundiários possuidores de muitos escravos. Um dos filhos mais ilustres, o Vigário José Vitório de Souza, teve sua história narrada por Simeão Ribeiro, no livro “O Padre e a Bala de Ouro”.

Sinhá então mandou
Seus jagunços para o estradão
Quando o padre ia passando
Com seu livro na mão/
Recebeu um tiro certeiro
Cortou seu coração
Morreu sem saber de nada
Daquela cruel traição.
“Por toda a vasta região que tinha o Arraial de São José do Gorutuba como seu centro natural de convergência, no vaivém dos transeuntes, compradores de bois e de grãos e camboieiros, notícias inquietantes eram ouvidas nos pousos de viandantes, sobre as tocaias para abater o padre Vitório”.
Do povoado de Gorutuba restam apenas algumas ruínas, um velho cemitério abandonado, a antiga escola (hoje sede de uma fazenda), também em estado de abandono, e alguns sinais de antigas residências ocultados pelo mato, que está se assenhorando do local. A Igreja, que guarda lembranças de um tempo de glória, insiste em resistir como guardiã da cultura e tradição local. Apesar do seu abandono e da total falta de conservação, ela guarda sua estrutura original (o piso assoalhado, onde outrora foram enterrados seus moradores mais ilustres, paredes com amplas portas e janelas, corredores laterais, coro, púlpito, altar e os sinais dos antigos afrescos desbotados pelo tempo). As antigas imagens já não se encontram mais no local. Segundo dizem, estão em poder de particulares e do Bispo Diocesano de Janaúba, que as levou para que não se perdessem definitivamente. Nas paredes encontramos resgistros de antigas missões que visitaram o local.
Fonte: Dossiê de Tombamento.

Histórico do município: Pequena clareira no coração das matas que separavam a vila de Mato Verde do município de Monte Azul, bem como do povoado de Riacho dos Machados, servia de pouso aos que vinham do nordeste e do sertão baiano, procurando encurtar a trilha que levava à terminal da estrada de ferro, em Sabará. Uma brecha entre os altos troncos, de um lado e de outro da clareira, lhe servia de acesso. Era como porteiras. Os que para ali se dirigiam em busca de pouso se referiam ao local como Porteirinhas.
Os prováveis primeiros habitantes foram os tropeiros Severino dos Santos, José Cândido Teixeira, Galdino Teixeira, José Antônio da Silva, João Soares, João de Deus, João Pereira e José Miguel, que aqui chegaram nos primórdios do século XVIII. Vieram à cata de ouro. Cessada a febre do metal, tornaram-se senhores de grandes extensões de terras e escravocratas poderosos.
Dedicavam-se à lavoura, empregando os escravos em suas propriedades. As terras estavam nos lugares denominados Gorutuba e Serra Branca. Chamaram ao aglomerado São Joaquim da Porteirinha.
A localização da sede do município se deve ao fato de ser esta a parte que possui melhores terras de cultura e também por ser caminho aberto aos municípios vizinhos.
Há outra versão sobre os primeiros anos da vida da comuna. Alguns habitantes de Nossa senhora da Conceição de Jatobá internaram-se pelos sertões adjacentes e à margem direita do rio Mosquito ergueram as primeiras casas do povoado de São Joaquim da Porteirinha. Isto nos primeiros anos após a proclamação da República. É mais aceita, entretanto, a primeira das versões, supondo-se que, em verdade, nos primeiros anos após a proclamação da República, outros moradores viessem de localidades mais próximas para a povoação já formada, em busca de melhores terras de cultura.
Fonte: IBGE.

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