Prados – Estação Ferroviária


Imagem: Prefeitura Municipal

A Estação Ferroviária de Prados-MG foi tombada por sua importância histórica como patrimônio cultural ferroviário nacional.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Patrimônio Cultural Ferroviário

Nome Atribuído: Estação Ferroviária de Prados
Localização: Prados-MG
Decreto de Tombamento: Lei nº 11.483/07 e Portaria IPHAN nº 407/2010

Descrição: A Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM) foi aberta em 1880, ligando com bitola de 0,76 cm as estações de Sítio (Antônio Carlos) e Barroso. Mais tarde foi prolongada até São João Del Rei (1881), atingindo Aureliano Mourão em 1887, onde havia uma bifurcação, com uma linha chegando a Lavras em 1888 e a principal seguindo para o norte atingindo finalmente Barra do Paraopeba em 1894. Dela saíam diversos e pequenos ramais. A linha foi extinta em pedaços, tendo sido o primeiro em 1960 (Pompeu-Barra) e o último, em 1984 (Antônio Carlos-Aureliano), com exceção do trecho São João Del Rei-Tiradentes que e conserva em atividade até hoje. Também se conserva o trecho Aureliano-Divinópolis, ampliado para bitola métrica em 1960, ligando hoje Lavras a Belo Horizonte.
Em 1881 o movimento comercial de Prados foi beneficiado com a inauguração da Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM). A estação ferroviária é criada, estabelecendo contato permanente da localidade com a Estrada de Ferro D. Pedro II, que ligava Minas ao Rio de Janeiro.
A antiga estação ferroviária de Prados está localizada na comunidade denominada Estação de Prados, fica à Praça “Zé Café”, nome dado em homenagem ao ex-prefeito da cidade, José Carvalho Silva, que exerceu o cargo interino de prefeito entre os anos de 1966 e 1970 e que foi o responsável pela instalação da luz elétrica na comunidade. A Estação foi inaugurada no ano de 1881 e localiza-se a certa de 11 km do centro de Prados. A Estação pertencia à época de sua inauguração, à companhia Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM); mas ao longo de sua existência, a Estação de Prados pertenceu a diferentes companhias ferroviárias: de 1931 a 1965, esteve sob a propriedade da Rede Mineira de Viação; de 1965 a 1975, pertenceu a V. F. Centro Oeste e, no ano de 1975, foi adquirida pela Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA) que a desativou em 1984.
O trem que trafegava por aquele trecho de linha férrea era o principal meio de transporte existente na região em uma época em que ainda não havia as rodovias existentes atualmente, sendo, portanto, o principal meio de interligação entre as cidades de Barbacena, Barroso, Prados, Tiradentes e São João Del Rei. O trem operava como “trem misto”, e carregava tanto passageiros quanto cargas e passava quatro vezes ao dia pela estação de Prados. Os gêneros alimentícios e demais cargas transportadas, eram muitas vezes guardadas no armazém que fazia parte do prédio da Estação, que abrigava também uma Agência da Companhia de Correios e Telégrafos. As cargas que ficam no armazém eram levadas posteriormente para Prados por caminhões.
A Estação de Prados e o transporte ferroviário foram bastante importantes para a população que habitava o pequeno povoado na década de 1960. Naquela época, diariamente chegavam à comunidade ônibus vindo de Prados e Dores de Campos, trazendo e levando passageiros que embarcavam e desembarcavam na Estação.
No início da década de 1980 a centenária Estação passou por uma reforma, pouco antes de ser desativada, quando o senador Eliseu Resende era o Ministro dos Transportes. Nesta reforma o prédio da Estação foi pintado e o telhado foi trocado. Porém a ausência de uso e ocupação do imóvel deixou o bem sem qualquer manutenção desde que a estação foi desativada em 1984. Isso deixou a edificação à mercê da ação das intempéries, sofrendo ainda com a degradação natural dos materiais e com a ação de vândalos e saqueadores.
Em 2003, parte do telhado desabou e, provavelmente no ano de 2004, o fogão a lenha que existia no interior do prédio foi desmanchado e o piso de tábua corrida e os portais de madeira foram retirados. Ainda segundo informações de moradores da Comunidade, poucos anos depois à desativação da Estação, o prédio da mesma foi saqueado e foram roubadas portas, janelas e instalações elétricas. Atualmente, a edificação encontra-se completamente abandonada e em avançado estado de degradação, fato este que proporciona um sentimento de descontentamento entre os moradores.
Curiosidade: Um fato interessante foi que durante a revolução de 1930 a estação foi tomada e ocupada pelos habitantes de Dores de Campos, armados e o seu nome foi temporariamente mudado para “João Pessoa”.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico das ferrovias no Brasil: A história das ferrovias no Brasil inicia-se em 30 de abril de 1854, com a inauguração, por D. Pedro II, do primeiro trecho de linha, a Estrada de Ferro Petrópolis, ligando Porto Mauá à Fragoso, no Rio de Janeiro, com 14 km de extensão. Mas a chegada da via à Petrópolis, transpondo a Serra do Mar, ocorreu somente em 1886.
Em São João del Rei (MG), o Museu Ferroviário preserva a história da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, criada em 1872. Seu percurso ligava a cidade de Sítio (atual Antônio Carlos) à Estrada de Ferro D. Pedro II (posteriormente, Central do Brasil), partindo daí para São João del Rei. Com novas concessões, a ferrovia Oeste de Minas se estendeu a outras cidades e ramais, alcançando, em 1894, um percurso total de 684 km, e foi considerada a primeira ferrovia brasileira de pequeno porte.
As dificuldades e desafios para implantar estradas de ferro no Brasil eram muitos. Procurando atrair investidores, o governo implantou um sistema de concessões, que se tornou característico da política de infra-estrutura do período imperial. Entre o final do século XIX e início do século XX os recursos, sobretudo dos britânicos, alavancaram a construção de linhas férreas.
A expansão ferroviária, além de propiciar a entrada de capital estrangeiro no país, tinha, também, o objetivo de incentivar a economia exportadora. Desta forma, as primeiras linhas interligaram os centros de produção agrícola e de mineração aos portos diretamente, ou vencendo obstáculos à navegação fluvial. Vários planos de viação foram elaborados na tentativa de integrar a malha ferroviária e ordenar a implantação dos novos trechos. Entretanto, nenhum deles logrou êxito em função da política de concessões estabelecida pelo governo brasileiro.
Fonte: Iphan.

Patrimônio Ferroviário: A Lei 11.483, de 31 de maio de 2007, atribuiu ao Iphan a responsabilidade de receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA), bem como zelar pela sua guarda e manutenção. Desde então o Instituto avalia, dentre todo o espólio oriundo da extinta RFFSA, quais são os bens detentores de valor histórico, artístico e cultural.
O patrimônio ferroviário oriundo da RFFSA engloba bens imóveis e móveis, incluindo desde edificações como estações, armazéns, rotundas, terrenos e trechos de linha, até material rodante, como locomotivas, vagões, carros de passageiros, maquinário, além de bens móveis como mobiliários, relógios, sinos, telégrafos e acervos documentais. Segundo inventário da ferrovia, são mais de 52 mil bens imóveis e 15 mil bens móveis, classificados como de valor histórico pelo Programa de Preservação do Patrimônio Histórico Ferroviário (Preserfe), desenvolvido pelo Ministério dos Transportes, instituição até então responsável pela gestão da RFFSA.
A gestão desse acervo constitui uma nova atribuição do Iphan e, para responder à demanda, foi instituída a Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário, por meio da Portaria Iphan nº 407/2010, com 639 bens inscritos até 15 de dezembro de 2015. Para inscrição na Lista, os bens são avaliados pela equipe técnica da Superintendência do Estado onde estão localizados e, posteriormente, passam por apreciação da Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural Ferroviário (CAPCF), cuja decisão é homologada pela Presidência do Iphan.
Os bens não operacionais são transferidos ao Instituto, enquanto bens operacionais continuam sob responsabilidade do DNIT, que atua em parceria com o Iphan visando à preservação desses bens. Esse procedimento aplica-se, exclusivamente, aos bens oriundos do espólio da extinta RFFSA. Os bens que não pertenciam à Rede, quando de sua extinção, não são enquadrados nessa legislação, podendo, entretanto, ser objeto de Tombamento (Decreto Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, aplicado a bens móveis e imóveis), ou ao Registro (Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, aplicado ao Patrimônio Cultural Imaterial).
Fonte: Iphan.

CONJUNTO:
Patrimônio cultural ferroviário IPHAN

MAIS INFORMAÇÕES:
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Manual Técnico do Patrimônio Ferroviário
Estações ferroviárias
Prefeitura Municipal


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