Recife – Conjunto Ferroviário RFFSA


Imagem: Cultura PE

O Conjunto Ferroviário RFFSA, em Recife-PE, foi tombado por sua importância histórica como patrimônio cultural ferroviário nacional.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Patrimônio Cultural Ferroviário

Nome Atribuído: Estação Central do Recife; Terreno; Galpão; Anexo 01; Anexo 02
Outros Nomes: Estação Central Capiba, Museu do Trem
Localização: Recife-PE
Decreto de Tombamento: Lei nº 11.483/07 e Portaria IPHAN nº 407/2010

Descrição: Em meados do século XIX (1850-1856) foi construída a estação inicial da Rede Ferroviária do Nordeste e ela foi chamada de Estação Central. Esta construção fica à esquerda do rio Capibaribe e defronte da atual Casa da Cultura, na rua Floriano Peixoto, situada no bairro de São José, no Recife.
A Estação Central, posteriormente, teve como objetivo servir à Estrada de Ferro Central de Pernambuco, tendo sido inaugurada no ano de 1888.
Na fachada do prédio é possível se observar dois torreões e, sobre eles, quatro águias de bronze de asas abertas. No meio da fachada, há um relógio com uma moldura artística. E, na entrada, pode-se ver quatro coroas de metal, onde estão gravados alguns símbolos e os seguintes nomes: Viollet-le-Duc / W. Young / F. Schimidt / Polonceau.

A Estação Central foi arrendada à Great Western of Brazil Railway Company, de Alagoas até o Rio Grande do Norte. Cabe ressaltar que a Great Western administrava as ferrovias brasileiras desde o princípio do século XIX.
Partindo da Estação Central, as pessoas podiam chegar em diversos pontos do Nordeste do Brasil, tais como o sertão do Cariri, no Ceará; Campina Grande, na Paraíba; as caatingas do Pajeú, em Pernambuco; ou às margens do rio São Francisco, em Alagoas.

Sobre o barulho dos trens da época, correndo sobre os trilhos em Palmares – a sua cidade natal – o célebre Ascenso Ferreira escreveria o conhecido poema:

“[…] Mangabas maduras,
mamões amarelos,
mamões amarelos
que amostram, molengos,
as mamas macia
pra gente mamar…

Vou danado pra Catende,
vou danado pra Catende,
vou danado pra Catende
com vontade de chegar […]”

Com o passar dos tempos, os trens se tornaram obsoletos e a sua rede de serviços não mais conseguia atender à demanda da população. Foi o começo da implantação do metrô de superfície do Recife – o METROREC – cujo primeiro trecho seria inaugurado em 1985. A antiga Estação se tornaria, então, a porta de entrada para esse meio de transporte moderno.
No presente, além disso, a Estação Central abriga a sede do Museu do Trem, que foi criado no ano de 1972 e teve como patrono o sociólogo Gilberto Freyre.
Fonte: Fundaj.

Descrição da Estrada de Ferro: A Estrada de Ferro Central de Pernambuco iniciou, no ano de 1881, os trabalhos do trecho Recife-Tapera (hoje Bonança), que veio a ser aberto ao tráfego em 1885. No ano seguinte os trabalhos alcançaram a cidade de Francisco Glicério (atual Pombos), e a seguir, a Russinha, no Município de Vitória de Santo Antão. Daí por diante, até atingir Gravatá eram necessários estudos mais especializados, já que a linha atravessaria terrenos montanhosos, demandando a execução de túneis, pontilhões e viadutos. Em 1894 foi inaugurada e aberta ao tráfego a Estrada de Gravatá. Entre 1945 e 1947 os pontilhões e viadutos originais da Russinha foram substituídos por outros em concreto armado, não perdendo, entretanto, sua representatividade. A Estrada de Ferro Recife-Gravatá forma um conjunto de grande interesse na preservação da memória dos caminhos de ferro de Pernambuco.
Fonte: Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – FUNDARPE.

Histórico das ferrovias no Brasil: A história das ferrovias no Brasil inicia-se em 30 de abril de 1854, com a inauguração, por D. Pedro II, do primeiro trecho de linha, a Estrada de Ferro Petrópolis, ligando Porto Mauá à Fragoso, no Rio de Janeiro, com 14 km de extensão. Mas a chegada da via à Petrópolis, transpondo a Serra do Mar, ocorreu somente em 1886.
Em São João del Rei (MG), o Museu Ferroviário preserva a história da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, criada em 1872. Seu percurso ligava a cidade de Sítio (atual Antônio Carlos) à Estrada de Ferro D. Pedro II (posteriormente, Central do Brasil), partindo daí para São João del Rei. Com novas concessões, a ferrovia Oeste de Minas se estendeu a outras cidades e ramais, alcançando, em 1894, um percurso total de 684 km, e foi considerada a primeira ferrovia brasileira de pequeno porte.
As dificuldades e desafios para implantar estradas de ferro no Brasil eram muitos. Procurando atrair investidores, o governo implantou um sistema de concessões, que se tornou característico da política de infra-estrutura do período imperial. Entre o final do século XIX e início do século XX os recursos, sobretudo dos britânicos, alavancaram a construção de linhas férreas.
A expansão ferroviária, além de propiciar a entrada de capital estrangeiro no país, tinha, também, o objetivo de incentivar a economia exportadora. Desta forma, as primeiras linhas interligaram os centros de produção agrícola e de mineração aos portos diretamente, ou vencendo obstáculos à navegação fluvial. Vários planos de viação foram elaborados na tentativa de integrar a malha ferroviária e ordenar a implantação dos novos trechos. Entretanto, nenhum deles logrou êxito em função da política de concessões estabelecida pelo governo brasileiro.
Fonte: Iphan.

Patrimônio Ferroviário: A Lei 11.483, de 31 de maio de 2007, atribuiu ao Iphan a responsabilidade de receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA), bem como zelar pela sua guarda e manutenção. Desde então o Instituto avalia, dentre todo o espólio oriundo da extinta RFFSA, quais são os bens detentores de valor histórico, artístico e cultural.
O patrimônio ferroviário oriundo da RFFSA engloba bens imóveis e móveis, incluindo desde edificações como estações, armazéns, rotundas, terrenos e trechos de linha, até material rodante, como locomotivas, vagões, carros de passageiros, maquinário, além de bens móveis como mobiliários, relógios, sinos, telégrafos e acervos documentais. Segundo inventário da ferrovia, são mais de 52 mil bens imóveis e 15 mil bens móveis, classificados como de valor histórico pelo Programa de Preservação do Patrimônio Histórico Ferroviário (Preserfe), desenvolvido pelo Ministério dos Transportes, instituição até então responsável pela gestão da RFFSA.
A gestão desse acervo constitui uma nova atribuição do Iphan e, para responder à demanda, foi instituída a Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário, por meio da Portaria Iphan nº 407/2010, com 639 bens inscritos até 15 de dezembro de 2015. Para inscrição na Lista, os bens são avaliados pela equipe técnica da Superintendência do Estado onde estão localizados e, posteriormente, passam por apreciação da Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural Ferroviário (CAPCF), cuja decisão é homologada pela Presidência do Iphan.
Os bens não operacionais são transferidos ao Instituto, enquanto bens operacionais continuam sob responsabilidade do DNIT, que atua em parceria com o Iphan visando à preservação desses bens. Esse procedimento aplica-se, exclusivamente, aos bens oriundos do espólio da extinta RFFSA. Os bens que não pertenciam à Rede, quando de sua extinção, não são enquadrados nessa legislação, podendo, entretanto, ser objeto de Tombamento (Decreto Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, aplicado a bens móveis e imóveis), ou ao Registro (Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, aplicado ao Patrimônio Cultural Imaterial).
Fonte: Iphan.

CONJUNTO:
Patrimônio cultural ferroviário IPHAN

FOTOS:

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