Sabará – Casa Borba Gato
A Casa Borba Gato é uma construção de meados do séc. XVIII. Em 1911, a antiga Rua da Cadeia recebeu o nome do bandeirante paulista descobridor das minas do Rio das Velhas.
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Casa na R. Borba Gato, nº 7
Localização: Sabará-MG
Número do Processo: 167-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 123, de 17/06/1938
História da Disputa / Disputa da História: Manoel de Borba Gato foi um bandeirante, de uma família de bandeirantes, nascido na vila de Santo Amaro em 1649. Durante esses primeiros séculos de ocupação portuguesa (no território hoje conhecido como Brasil), aconteceram empreendimentos comerciais chamados de Bandeiras. As Bandeiras eram uma série de iniciativas que buscavam escravizar mão de obra e encontrar metais preciosos no interior. Borba Gato se tornou importante participando delas, entre os Séculos 17 e 18, dessa forma atuando no processo de deterioração do território iniciado na colonização, processo do qual a vida aqui nunca mais se recuperou. Encontraram, não sem ajuda e escravos, riquezas como esmeraldas e ouro, consideradas ainda hoje mais valiosas que o acesso à água limpa e o contato com a terra e seus frutos.
Mesmo que não tenha saído à captura de pessoas, ele não “desbravou”; e “explorou”; um território vazio: aqui também morava gente, muita gente. Se as Bandeiras anteriores já haviam escravizado e experimentado excessivamente os mais variados usos dos corpos indígenas, a fase seguinte, onde participou Borba Gato, se aproveitou dessa exploração do trabalho e dos saberes de povos originários da terra. Depois dele, a prática seguiu existindo, porém perseguindo e punindo também pessoas negras que lutavam por sua liberdade.
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Paulistas se apegaram à memória das bandeiras vez que perderam o direito da conquista às minas. No século XVIII as primeiras obras históricas já pintavam as bandeiras dos paulistas com toques épicos.
Bandeiras: empresas comerciais autofinanciadas por contribuições dos fazendeiros da região do planalto. Eram em geral de três tipos, não excludentes: apresamento (buscavam mão de obra indígena para abastecer as fazendas); busca de metais preciosos (fomentados pela lenda indígena de Itaberaba-açu, terra resplandecente); ou de guerra (destruição de quilombos, como no caso clássico de Palmares ou Guerra dos bárbaros).
Texto: Fichamento do livro “Negros da Terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo”, de John Monteiro.
Fonte: www.historiadadisputa.com
Descrição: A chamada “Casa Borba Gato” é uma construção de meados do século XVIII, pelo que se depreende do estilo e do material empregado em sua construção. A origem do nome decorre do fato da Câmara Municipal, ao comemorar o bicentenário da elevação de Sabará à Vila, em 1911, ter batizado a antiga Rua da “Cadeia”, onde se localiza o prédio, com o nome do bandeirante paulista descobridor das minas do Rio das Velhas.
Conforme indica a documentação existente, o imóvel foi utilizado como residência a partir de 1828, pelo então proprietário, o Padre João de Souza Guimarães. Em 1843, após seu falecimento, foi adquirida pelo Sargento-Mor Francisco de Assis Martins da Costa, tendo se transformado em hospedaria entre 1850 e 1860. Neste ano foi adquirida pelo Mestre Herculino Carlos do Couto Lima, para ser sua residência. De 1871 a 1896 funcionou como Escola de “Primeiras Letras”. Em 1972 o imóvel foi vendido pelos herdeiros de Herculino do Couto Lima e em 1983 foi alugado pelo Museu do Ouro, passando a funcionar como Centro de Difusão Cultural, sendo reconhecido como bem de utilidade pública pelo município em 1984.
Por sua importância cultural, o sobrado foi desapropriado em 1987, pelo Ministério da Cultura, passando a pertencer ao IPHAN. Sua restauração se deu em 1992, através de recursos da Cia. Vale do Rio Doce, em convênio com o IPHAN e os governos estadual e municipal. Após sua restauração, passou a funcionar como Centro de Memória do Museu do Ouro, reunindo documentos históricos dos séculos XVIII e XIX, relativos à antiga Comarca do Rio das Velhas. Paralelamente, ali funcionam oficinas que realizam inúmeras atividades relacionadas à revitalização do patrimônio cultural do município, atendendo uma diversificada faixa de público.
A Casa Borba Gato é uma construção de aspecto nobre, típica do apogeu da Vila de Nossa Senhora do Sabará, no século XVIII. Situada na antiga Rua da Cadeia, ocupa posição de destaque dentre as construções vizinhas, apresentando belas sacadas originais com balaústres torneados. É uma construção em barro e madeira, apresentando rico beiral em cachorros de perfil recortado em largos pedaços de madeira. A varanda original desapareceu. Internamente possui forros de madeira, esteira e estuque tipo gamela. O piso é assoalhado, sendo a entrada e o corredor pavimentados em seixos rolados.
Texto extraído de: IPHAN. 13ª Coordenação Regional. Museus e Casas Históricas. 1995. CARRAZONI, Maria Elisa. Guia dos Bens Tombados. 1980.
Fonte: Iphan.
FOTOS:
- Imagem: Google Street View
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- Imagem: Iphan
- Imagem: IBGE
MAIS INFORMAÇÕES:
IBGE
Bom dia,
Estou interessada na lista de testamentos que vcs tem. Tenho varios ancestrais dessa regiao de Sabara, Lagoa Santa, Matozinhos etc.
Como faco para conseguir? Estou fazendo minha arvore genealogica e procurando informacoes
Muito obrigada
Ligia
Bom dia,
Sugerimos que entre em contato diretamente com a instituição.
Os dados de contato que encontramos online são os seguintes:
Telefone: (31) 3671-4099
Email: mdo@museus.gov.br
Atenciosamente,
Equipe iPatrimônio
Os documentos esta sendo destruidos pelo manuseio, acao do tempo e dos insetos. Por que nao chamam o pessoal da igreja dos mormons para digitalizar esses documentos tao importantes para a sociedade?
Obrigada,
Ligia